Governo MS abre nova frente de cirurgias ortopédicas pelo SUS na região leste do Estado

Ação teve início semana passada na Fundação Hospitalar de Costa Rica com 36 procedimentos realizados em apenas três dias Alvo de alta procura e com crescente demanda de judicialização, as cirurgias ortopédicas realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ganharam uma nova frente de atendimento nesta semana, com a contratualização da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e a Fundação Hospitalar de Costa Rica. Os atendimentos tiveram início na última segunda-feira (24), com o início das cirurgias ortopédicas para procedimentos de prótese de quadril, joelho e reposição de ligamento e menisco. Entre 24 e 27 de março, foram realizadas 36 cirurgias. As avaliações estão sendo feitas desde o final de fevereiro, atendendo pacientes de Costa Rica e região. “A demanda por cirurgias ortopédicas é um desafio que temos enfrentado e, para acelerar a realização dos procedimentos, o ‘MS Saúde: Mais Saude, Menos Fila’ tem trabalhado na expansão da oferta de serviços ortopédicos ao longo do último ano. A SES tem feito a contratualização com hospitais em diversas regiões, garantindo que as cirurgias necessárias sejam realizadas mais perto da população”, explica a Superintendente de Gestão Estratégica da SES, Maria Ângela Benetasso. Regionalização em prática Ela detalha que a estratégia atende diretamente ao princípio da regionalização, com foco nos cinturões de média complexidade. A proposta é que as cidades vizinhas às referências de alta complexidade assumam os atendimentos de média complexidade. No caso da Costa Rica, que está inserida no cinturão da Costa Leste, a cidade absorve casos de média complexidade, garantindo que procedimentos como as cirurgias ortopédicas sejam realizados o mais próximo possível do paciente. Desta forma, os atendimentos passam a ser feitos perto da casa do paciente, enquanto os centros maiores, como Três Lagoas, ficam focados nos casos mais graves. “Toda a arquitetura construída nesse sentido visa proporcionar um atendimento mais ágil e eficaz, garantindo que a população consiga acesso rápido e de qualidade aos cuidados de saúde”, conclui. “A parceria com o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, é fundamental para garantirmos atendimentos especializados aos nossos munícipes. Por meio do Programa MS Saúde, esses atendimentos estão sendo realizados no próprio município, evitando o deslocamento dos pacientes para outras cidades e ampliando o acesso aos tratamentos necessários. Além disso, a iniciativa contribui para reduzir a demanda reprimida em nosso município e ainda beneficia moradores de outras regiões do estado”, confirma o secretário municipal de Saúde de Costa Rica, Daniel Raykson Lemos Santos. Oftalmológicos Além das cirurgias ortopédicas, Costa Rica iniciou, também nesta semana pelo Programa ‘MS Saúde: Mais Saude, Menos Fila’, atendimentos especializados em retina. O programa oferece acompanhamento oftalmológico contínuo, evitando que os pacientes precisem se deslocar para outras cidades. Nos dias 22 e 23 de março, 86 pacientes passaram por avaliação de retina, com 47 realizando aplicações oculares. O atendimento especializado já é feito em Campo Grande, no Hospital São Julião, desde novembro de 2024; e será disponibilizado em Fátima do Sul a partir de 4 de abril deste ano. Os serviços oferecidos incluem exames, injeções intravítreas, laser e até procedimentos de vitrectomia, garantindo um tratamento completo para os pacientes. Danúbia Burema, Comunicação SESFotos: Sec. Mun. de Saúde de Costa Rica
Crise na Santa Casa: Prefeitura recorre contra pagamento de R$ 46 milhões

A Prefeitura de Campo Grande ingressou com recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para suspender uma liminar que a obriga a repassar R$ 46,3 milhões à Santa Casa no prazo de 48 horas. A administração municipal argumenta que o cumprimento imediato dessa decisão comprometeria a prestação de outros serviços essenciais à população. A dívida em questão refere-se a repasses federais destinados ao hospital durante a pandemia de COVID-19. Embora reconhecidos judicialmente como devidos, esses valores ainda estão em disputa no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Santa Casa alega que os recursos são fundamentais para a manutenção dos serviços básicos. Recentemente, o hospital enfrentou superlotação e falta de insumos, levando à suspensão do recebimento de novos pacientes. Diante dessa situação, a Justiça determinou o repasse emergencial dos recursos, sob pena de bloqueio dos valores diretamente das contas municipais. A direção da Santa Casa alertou para o risco iminente de interrupção total dos serviços devido às dificuldades financeiras, destacando que a instituição opera há anos em situação de subfinanciamento, apesar de ser responsável por mais da metade dos atendimentos hospitalares da capital. Além disso, médicos do hospital denunciaram a falta de insumos básicos e o fechamento do setor de ortopedia, registrando boletim de ocorrência sobre a situação crítica enfrentada pela unidade. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul acompanha de perto a crise, tendo instaurado procedimentos para apurar irregularidades nos atendimentos e o desabastecimento de medicamentos e insumos na Santa Casa.
Vacinação contra a gripe em Campo Grande: opções gratuitas e particulares

A partir de quinta-feira (27), as unidades públicas de saúde de Campo Grande iniciaram a aplicação da vacina contra a Influenza para os grupos prioritários. Simultaneamente, laboratórios da rede privada também disponibilizam o imunizante para o público em geral, com valores que podem chegar a R$ 140. Público-alvo da vacinação Nos serviços privados, qualquer indivíduo a partir de seis meses de idade pode receber a vacina. Já na rede pública, as primeiras semanas da campanha focam em grupos prioritários, como idosos, pessoas com comorbidades, crianças e profissionais da linha de frente. Em Campo Grande, a vacinação está disponível para bebês a partir de 6 meses, idosos com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas. Além disso, podem se vacinar povos indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua. Profissionais da saúde, professores de todos os níveis de ensino, membros das Forças de Segurança e Salvamento, das Forças Armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário (urbano e de longa distância), portuários e funcionários dos Correios também estão incluídos. A proteção se estende a pessoas com deficiência permanente e à população privada de liberdade, incluindo funcionários do sistema prisional, bem como adolescentes e jovens de 12 a 21 anos que cumprem medidas socioeducativas. Indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais também fazem parte do público prioritário desta etapa da campanha. Para receber a dose na rede pública, basta comparecer à unidade de saúde mais próxima, portando documento de identidade com foto e cartão do SUS. Laboratórios com vacina disponível em Campo Grande Alguns laboratórios da rede particular em Campo Grande já iniciaram a imunização contra a gripe. Segue uma lista de clínicas que oferecem a vacina, com os respectivos valores: Laboratório Preço Sabin R$ 135 Vaccini R$ 140 Imunitá R$ 135 Vaccine Care R$ 140 Observa-se que os preços na rede privada variam entre R$ 135 e R$ 140. É recomendável entrar em contato com os laboratórios para confirmar a disponibilidade e possíveis atualizações nos valores. Unidades de saúde para vacinação gratuita A vacinação gratuita está disponível em diversas Unidades de Saúde da Família (USFs) em Campo Grande. A seguir, algumas das unidades com seus respectivos endereços e horários de atendimento: Recomenda-se verificar os horários de funcionamento das salas de vacina nas unidades de saúde mais próximas de sua residência, pois podem variar. A vacinação é uma medida essencial para prevenir a gripe e suas complicações, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. Tanto a rede pública quanto a privada oferecem opções para a imunização da população de Campo Grande.
Médicos alertam para riscos da gripe em pessoas com mais de 60 anos

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em 2024 um crescimento de 189% nas hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza, em relação a 2023. Para chamar a atenção da população para os riscos da gripe em pessoas com mais de 60 anos, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), realiza nesta quarta-feira (26) o encontro Além da Gripe – Um debate sensível à gravidade dos riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza. O objetivo do encontro é fazer um alerta sobre a sazonalidade da gripe, principalmente por conta dos baixos índices vacinais e dos riscos que este cenário pode causar para a população idosa. Segundo as entidades organizadoras, a sazonalidade está associada ao começo do outono e à mudança do clima em vários lugares do país, época em que as baixas temperaturas podem contribuir para que o vírus acabe circulando com mais intensidade, o que aumenta a necessidade de proteção e o risco de hospitalização. De acordo com as entidades, a partir dos 40 anos, o risco de ataque cardíaco aumenta em dez vezes e o de AVC oito vezes nos primeiros três dias após uma infecção por influenza e idosos permanecem com risco elevado para AVC até dois meses depois de se contaminar pelo vírus, o que reflete nas admissões em UTI, que cresceram 187% e em 157% mais óbitos. Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil
Campo Grande inicia vacinação contra a Influenza nesta quinta com mais de 25 mil doses disponíveis

A partir desta quinta-feira (27), a campanha de imunização contra a Influenza terá início em Campo Grande. O município recebeu um lote com 25.300 doses da vacina, que serão distribuídas nas 74 unidades básicas de saúde da cidade. A vacinação priorizará os grupos considerados de maior vulnerabilidade, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde. A ação visa conter o avanço dos casos graves da gripe, em um momento em que os atendimentos por síndromes respiratórias vêm aumentando significativamente na capital. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), neste último fim de semana, as unidades de saúde ultrapassaram 4 mil atendimentos relacionados a sintomas respiratórios. Nesta fase inicial, serão contempladas as pessoas incluídas nos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização (PNI), entre elas: crianças de 6 meses até menores de 6 anos, gestantes, puérperas, indígenas, quilombolas, pessoas em situação de rua, profissionais da saúde e da educação, integrantes das Forças Armadas, Forças de Segurança e Salvamento, trabalhadores de transporte coletivo, caminhoneiros, trabalhadores portuários, carteiros, população carcerária e funcionários do sistema prisional, jovens sob medidas socioeducativas, pessoas com doenças crônicas e condições clínicas especiais, além de idosos com 60 anos ou mais. A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, reforçou a importância da adesão à campanha. “Nosso objetivo é proteger quem mais precisa. A vacinação é fundamental, especialmente diante do aumento expressivo nos atendimentos por problemas respiratórios. A partir de quinta, esperamos que todos os integrantes dos grupos prioritários compareçam às unidades de saúde para se imunizar”, destacou. Ela também alertou sobre a importância de medidas preventivas, como o uso de máscaras em casos de sintomas gripais. “Se você está com tosse, coriza ou outros sinais de gripe, evite o contato direto com outras pessoas, principalmente com crianças e idosos, e utilize máscara”, recomendou Rosana. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde e Ambiental, Veruska Lahdo, a vacina é uma ferramenta crucial de prevenção. “Ela não impede totalmente a infecção pelo vírus, mas evita que a doença evolua para formas graves, reduzindo internações e óbitos. Por isso, é essencial garantir uma alta cobertura entre os grupos prioritários”, explicou. Além da imunização contra a Influenza, as unidades de saúde também farão a atualização da caderneta vacinal, incluindo a aplicação de doses contra a Covid-19. A expectativa da Sesau é de que novos lotes da vacina sejam enviados nas próximas semanas, permitindo a ampliação da campanha e o alcance de mais pessoas em Campo Grande. A vacinação seguirá até o fim da campanha nacional, com foco na prevenção, segurança e no fortalecimento da saúde pública da capital sul-mato-grossense.
Família ganha ensaio fotográfico com Melissa, bebê de 4 meses, internada em UTI Pediátrica

Com o apoio da equipe do Hospital Unimed Campo Grande, o mêsversário da pequena foi eternizado, trazendo conforto e carinho à família em meio à adversidade A experiência de estar internado em um hospital é, para muitos, marcada pela sensação de tempo interminável e pela espera ansiosa por dias melhores. Nessas horas, muitas coisas rondam o pensamento, especialmente sobre aquilo que gostaríamos de fazer para aproveitar a vida. É também nos momentos mais difíceis que os gestos de carinho e dedicação de profissionais de saúde podem transformar a realidade de uma família. E foi isso que aconteceu com a pequena Melissa, uma bebê de 4 meses que, internada na UTI Pediátrica Mista do Hospital Unimed Campo Grande, em cuidados paliativos, teve um mêsversário inesquecível, graças ao cuidado e o olhar de empatia de toda a equipe. Entre uma conversa e outra com a psicóloga hospitalar, Cinthia Munhões Elias, a mãe da pequena paciente, Alessandra Bueno de Castro, revelou sua tristeza por não ter feito um ensaio fotográfico com sua família antes da internação de Melissa, algo que, em seu coração, representava uma forma de eternizar a alegria da sua pequena. Sensibilizada, Cinthia, com o apoio de outros profissionais do hospital e da sede da cooperativa médica, organizou um ensaio fotográfico ali mesmo, na UTI, seguindo todos os protocolos necessários, com direito a cenário discreto, mas cheio de amor, roupas especiais e uma fotógrafa profissional. Na hora da visita, Alessandra recebeu Cinthia e seu parceiro de trabalho, Fagner Hiroshi Sato, que anunciaram a surpresa. “Eu comentei com a Cinthia que se soubesse o que passaríamos, teria feito um ensaio enquanto podíamos sair com ela e ter essa surpresa me deixou muito emocionada. Fiquei muito feliz, porque vejo o tanto de carinho, amor e dedicação que todos têm conosco. Mesmo em meio às dificuldades, encontramos um acolhimento incrível, e vejo como Deus coloca pessoas maravilhosas em nossas vidas”, falou Alessandra bastante emocionada. A ação sensibilizou toda a equipe de plantão naquela manhã de sábado, que se achegava no cantinho da porta para dar uma olhada no momento mágico vivido pela família de Melissa. “Esse ensaio vai além da prática profissional. Sempre tento me colocar no lugar dos pacientes, oferecendo acolhimento e carinho, e saber que estou ajudando a realizar um desejo, ainda que simples, torna nosso trabalho muito mais gratificante. Aqui, enxergamos não só a saúde dos pacientes, mas também as necessidades emocionais de suas famílias”, disse a psicóloga. O momento especial foi eternizado pelas lentes de Mari Tavora, fotógrafa que usou seu dom e falou da importância desse trabalho realizado a muitas mãos. “Poderia ser só um ensaio simples, mas senti que essa família merecia mais. Assim formamos uma verdadeira força tarefa. O resultado? O mais lindo da minha carreira, não só pela estética, mas pelo significado”. Dra. Patrícia Otto, pediatra paliativista responsável pelo acompanhamento de Melissa, ressaltou a importância dessas ações em um contexto em que a medicina não pode curar. “Como médica, proporcionar conforto em momentos em que a cura não é possível é essencial. O gesto de oferecer um momento de carinho e lembrança, como o ensaio fotográfico, traz um alívio para a criança e seus familiares. O foco aqui é garantir a qualidade de vida e o conforto de todos, humanizando a assistência.” Cuidados Paliativos – No Hospital Unimed Campo Grande, a Rede do Abraço é o serviço responsável pelos cuidados paliativos, uma abordagem e cuidado direcionados para pacientes com doenças ameaçadoras da vida e também aos seus familiares, com o objetivo de promover alívio de sofrimento, por meio da prevenção e do controle de sintomas em várias esferas: físicos, social, emocional e espiritual.
Beber água diariamente pode reduzir pela metade o risco de AVC

Manter-se hidratado pode ser uma das práticas mais eficazes – e simples – para proteger a saúde do cérebro. De acordo com uma pesquisa da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, o consumo diário de pelo menos cinco copos de água pode diminuir em até 53% a probabilidade de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além de atuar na prevenção, a hidratação adequada também colabora no processo de recuperação de pessoas que já passaram por um AVC, reforçando a importância desse hábito constante. Outro estudo, realizado em 2015 por especialistas do Hospital Johns Hopkins, revelou que a desidratação pode aumentar em até quatro vezes o risco de complicações cardiovasculares. Isso ocorre porque a falta de líquidos engrossa o sangue, favorecendo a formação de coágulos – um dos principais gatilhos para o AVC. A recomendação dos pesquisadores é consumir, em média, seis copos de água por dia, o que representa entre 1.800 e 2.000 ml. É importante ressaltar que bebidas como refrigerantes ou sucos não substituem os benefícios da água pura, considerada a forma mais eficaz de hidratação. Entenda o que é um AVC O Acidente Vascular Cerebral acontece quando o fornecimento de sangue a uma área do cérebro é interrompido, seja por obstrução ou rompimento de um vaso sanguíneo. Os principais sinais de alerta incluem: Em alguns casos, o AVC pode ocorrer de forma silenciosa, sem sintomas aparentes. Hidratação como aliada da saúde Beber água regularmente vai além de matar a sede: trata-se de um cuidado fundamental com o bem-estar cardiovascular e cerebral. Incorporar esse hábito no dia a dia é uma medida preventiva simples, mas com grande impacto na redução de riscos à saúde. Agora que você já sabe, aproveite o momento e beba um copo de água – um gesto pequeno que pode fazer uma enorme diferença.
Nova resolução autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos e gera polêmica com entidades médicas

A partir do dia 17 de abril de 2025, entra em vigor a nova resolução nº 5/2025 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que autoriza farmacêuticos a prescreverem medicamentos, inclusive os que exigem receita médica. A medida amplia a atuação desses profissionais no atendimento à saúde da população e é considerada um avanço pelo CFF no sentido de regulamentar e organizar a prescrição farmacêutica com base em protocolos clínicos bem definidos e respaldados pelas melhores evidências científicas. Até então, os farmacêuticos estavam autorizados a prescrever apenas medicamentos isentos de prescrição (MIP), geralmente indicados para sintomas leves e doenças autolimitadas, como resfriados, alergias ou cólicas. Também podiam receitar medicamentos sujeitos a prescrição, desde que estivessem previstos em programas ou protocolos específicos, como no caso da PrEP e PEP para prevenção do HIV. Com a nova norma, no entanto, farmacêuticos com o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica poderão prescrever também medicamentos que exigem receita, desde que observadas as condições técnicas e legais estabelecidas. O RQE é um registro concedido aos profissionais que realizam formação específica em áreas de atuação clínica, permitindo uma prescrição mais segura e qualificada. Segundo o CFF, a nova regulamentação visa padronizar o processo de prescrição e ampliar a fiscalização, garantindo mais segurança tanto para os pacientes quanto para os profissionais. A verificação da habilitação do farmacêutico para prescrever poderá ser feita diretamente no site do CFF, onde estará disponível a lista dos profissionais qualificados. A proposta tem por objetivo ampliar o acesso da população a serviços de saúde, sobretudo em localidades com menor cobertura médica, oferecendo uma alternativa baseada em evidências e protocolos. Apesar do posicionamento favorável do CFF, a medida enfrenta forte oposição do Conselho Federal de Medicina (CFM) e de outras entidades médicas. Para o CFM, a resolução é ilegal e representa um risco à saúde pública. A entidade argumenta que prescrever medicamentos exige investigação clínica, diagnóstico e definição de condutas terapêuticas, atividades previstas como exclusivas dos médicos segundo a Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/2013). O CFM afirma ainda que a resolução será contestada judicialmente, como ocorreu em ocasiões anteriores. A disputa entre CFF e CFM sobre a competência para prescrição de medicamentos não é nova e já resultou em batalhas judiciais anteriores. Em 2023, por exemplo, uma resolução semelhante do CFF foi suspensa por decisão da Justiça Federal, sob o argumento de que extrapolava os limites legais da atuação farmacêutica. Ainda assim, o CFF reformulou a norma, alegando que todas as suas resoluções anteriores resistiram aos questionamentos judiciais por falta de embasamento legal por parte dos opositores. De acordo com o CFF, a nova resolução não interfere na atividade médica, mas organiza a prescrição farmacêutica dentro de diretrizes específicas. A entidade defende que a prescrição não é uma atividade exclusiva dos médicos e que a legislação brasileira já reconhece a atuação do farmacêutico no acompanhamento de tratamentos e na indicação terapêutica de acordo com o perfil farmacoterapêutico do paciente. O debate segue aberto e, enquanto a norma não for judicialmente suspensa, passará a valer em todo o país a partir de abril. Ainda assim, seu alcance será restrito aos farmacêuticos devidamente qualificados, com formação clínica especializada, e sempre dentro dos limites estabelecidos pelos protocolos autorizados. A discussão promete se intensificar à medida que o modelo for implementado e testado na prática, colocando à prova os limites da atuação de diferentes categorias da saúde no Brasil.
Lucro de planos de saúde aumentou 271% em 2024

Os planos de saúde registraram lucro líquido de R$ 11,1 bilhões em 2024, um aumento de 271% na comparação com 2023. Este resultado também é superior ao que foi obtido nos três anos anteriores somados. De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a parcela equivale a aproximadamente 3,16% da receita total das operadoras, que foi de aproximadamente R$ 350 bilhões. Isso significa que para cada R$ 100 gerados, as empresas obtiveram cerca de R$ 3,16 de lucro. O Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar mostra ainda que a sinistralidade registrada no último trimestre do ano passado foi a menor para este período desde 2018: 82,2%. Esse calculo mede qual a proporção da receita recebida com as mensalidades é utilizada em despesas assistenciais. Isso significa que os planos utilizaram cerca de 82,2% do que receberam dos clientes para custear os serviços e insumos utilizados por eles. De acordo com a agência, isso é resultado da reorganização financeira promovida especialmente pelas operadoras de grande porte, que têm reajustado as mensalidades em patamar superior à variação dos custos com as despesas assistenciais. Outra parte importante do resultado financeiro positivo também é devido às aplicações financeiras. A maior parte do lucro total do setor ficou com as operadoras médico-hospitalares de grande porte: R$ 9,2 bilhões. Considerando apenas essas empresas, a diferença entre as receitas e as despesas diretamente relacionadas às operações de assistência foi positiva em R$ 4 bilhões. Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Mais Médicos: Saúde anuncia 2,2 mil novas vagas e cadastro reserva

O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (17) novo edital para a contratação de 2.279 profissionais pelo Programa Mais Médicos. Segundo a pasta, as vagas serão disponibilizadas para 4.771 municípios. Em entrevista à imprensa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que, com o preenchimento das novas vagas, o programa passará a contar com mais de 28 mil profissionais. Os médicos atuam em equipes de Saúde da Família e, quando necessário, encaminham o paciente para um especialista. “Aumenta muito a capacidade de resolver os problemas de saúde na atenção primária”, avaliou Padilha. “Evidências e estudos mostram que a presença desse médico reduziu o encaminhamento para a atenção especializada”, completou. Do total de municípios que vão receber médicos a partir do novo edital, que prioriza regiões de maior vulnerabilidade e áreas de difícil acesso, 1.296 cidades terão vagas imediatas e 3.475 poderão manifestar interesse e ter ampliação de profissionais. A região da Amazônia Legal será contemplada com 473 vagas em 709 cidades. Para aderir, gestores de estados e municípios devem se inscrever por meio do sistema e-Gestor até 24 de março, com resultado previsto para 8 de abril. Estão previstas vagas profissionais negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência. Prontuário eletrônico Ainda segundo a pasta, o uso do prontuário eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS), conhecido como e-SUS APS, por profissionais do Mais Médicos deve auxiliar na redução do tempo de espera por atendimento médico especializado. O documento é gratuito e, de acordo com o ministério, acelera a integração do acesso às informações do paciente entre a atenção primária e a atenção especializada. “É por meio desse prontuário que o profissional do Mais Médicos sabe se o paciente voltou à unidade para retorno da consulta, se as informações estão completas e se os exames estão em dia, ou seja, um canal rápido e eficiente, tanto para o paciente, como para o profissional.” Formados no exterior A pasta recepcionou, também nesta segunda-feira, 402 médicos formados no exterior e inscritos no Mais Médicos, que irão prestar atendimento a partir de abril em 22 estados. “Esses profissionais estão inicialmente alocados em cerca de 180 municípios e 15 Distritos Sanitários de Saúde Indígena”, destacou o ministério. A maioria dos médicos, conforme a pasta, nasceu no Brasil, totalizando 397 brasileiros e cinco estrangeiros. Além disso, 52,7% dos profissionais são mulheres e 57 vão atuar especificamente na saúde indígena. O chamado Módulo de Acolhimento e Avaliação é realizado em parceria com o Ministério da Educação e segue até 11 de abril, com aulas sobre o SUS e temas prioritários para atendimento de populações vulneráveis na atenção primária. Dentre os tópicos de destaque estão equidade étnico-racial, saúde mental e o programa Bolsa Família. Ao final do curso, todos os médicos passam por uma avaliação – para ser aprovado, é preciso alcançar média mínima de 50%. Histórias Brasília (DF), 17/03/2025 – Karen Silva irá prestar atendimento em São Félix do Xingu (PA). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Karen Silva, 27 anos, integra o grupo de profissionais acolhidos nesta segunda-feira. Ela se formou em medicina em julho do ano passado em Ciudad del Este, no Paraguai. “Logo que terminei o curso, já me inscrevi no Mais Médicos. Em seguida, fui chamada”. O plano de Karen é atuar no município onde nasceu: São Félix do Xingu (PA). “Era meu sonho conseguir trabalhar na minha cidade natal, onde os meus pais moram. E ajudar as pessoas. A expectativa está a mil. Estou realizada.” Brasília (DF), 17/03/2025 – Bruno Ferreira estudou no Paraguai e agora irá atender no Rio de Janeiro. Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil Bruno Ferreira, 30 anos, também é um dos médicos acolhidos. Ele se formou em medicina em dezembro de 2023 no município paraguaio de Pedro Juan Caballero. Atualmente, mora no Rio de Janeiro, onde planeja trabalhar a partir de abril. “A expectativa é muito boa. Quero aproveitar bastante a oportunidade”, afirmou. Paula Laboissiere – Repórter da Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil