Uma quadrilha especializada em crimes cibernéticos vazou os dados de pelo menos 120 milhões de brasileiros, afetando cerca de 50% da população. A investigação revelou que os dados extraídos incluem informações de servidores de Tribunais de Justiça, juízes, desembargadores, governos estaduais, autarquias previdenciárias e concessionárias de telefonia. A Polícia Civil do Estado de São Paulo identificou o grupo responsável por essa prática, conhecida como “call center do crime”.
O grupo vendia dados de funcionários públicos e da população em geral, utilizando-os para ampliar a eficácia de golpes digitais, como fraudes financeiras e sequestros falsos. Dados também eram utilizados para a lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Além disso, as investigações indicam que os criminosos coletavam dados de diversas fontes para aumentar o valor do mercado dessas informações.
A operação para desarticular a quadrilha incluiu mandados de busca e apreensão em várias cidades de São Paulo e Paraná. O delegado responsável pela investigação destacou o impacto dessa violação de dados, especialmente no cenário de crimes violentos, como o caso de policiais mortos, que estavam na lista de dados vendidos para o crime organizado.
Os investigados enfrentam acusações de associação criminosa, invasão de dispositivos e violação de segredo profissional. O caso segue em investigação, com as autoridades monitorando o uso indevido dos dados e seus impactos na segurança pública e nas finanças de cidadãos.