O governo de Mato Grosso do Sul publicou, nesta terça-feira (11), uma portaria que suspende a prática de queima controlada em todo o estado. A medida emergencial foi tomada devido à estiagem, baixa umidade e aumento dos focos de incêndio no Pantanal, que subiram 1000% neste ano.
De janeiro a junho de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 698 focos de incêndio, comparado a 62 no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, foram 495 focos em 2024, contra 44 em 2023. No total, os dois estados somaram 1299 focos de incêndio.
A queima controlada é uma técnica de manejo do fogo usada para queimar apenas a superfície da vegetação, criando uma faixa de segurança para prevenir grandes incêndios. Esta prática, que requer autorização e acompanhamento de especialistas, foi suspensa por 180 dias, incluindo todas as autorizações previamente concedidas.
A suspensão leva em conta os riscos ambientais devido às condições climáticas extremas, como temperaturas acima de 30°C, ventos acima de 30 km/h e umidade relativa do ar abaixo de 30%. A decisão também considera uma nota técnica do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul (Cemtec), que alertou sobre a necessidade de suspender as atividades com fogo para prevenir queimadas.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pantanal registrou o segundo maior índice de incêndios desde 2010, perdendo apenas para 2020, quando o fogo consumiu cerca de 4 milhões de hectares. O período das chamas, normalmente de julho a agosto, começou mais cedo neste ano, agravado pela seca e a falta de chuva, que tem afetado o nível do Rio Paraguai, uma das principais bacias do bioma.