A partir de janeiro, o custo para obter a cidadania italiana por laços familiares (jus sanguinis) aumentará significativamente. Uma nova lei aprovada na Itália estabelece uma taxa de 600 euros por pessoa, substituindo o modelo anterior de 545 euros por família. Outras taxas adicionais incluem até 600 euros para processos realizados na Itália e 300 euros para certidões históricas com mais de 100 anos. No Brasil, com cerca de 30 milhões de ítalo-descendentes, a mudança gera impacto financeiro, especialmente para famílias grandes, elevando os custos para mais de 42 mil reais em alguns casos.
Apesar do aumento, o direito à cidadania permanece inalterado, mas especialistas recomendam urgência na organização e no início dos processos. “Quem já iniciou o processo não terá o direito reavaliado, pois a lei não retroage”, explica Matheus Reis, CEO da io.gringo. Ele destaca que o aumento transforma a cidadania em um item de planejamento financeiro, exigindo estratégias para famílias que buscam o reconhecimento.
O governo italiano busca atrair mão de obra qualificada para compensar o déficit orçamentário e a baixa população economicamente ativa, reflexos da pirâmide etária invertida do país. Mesmo com o custo mais elevado, a Itália vê potencial na imigração brasileira, ao mesmo tempo em que utiliza as novas taxas como forma de arrecadação para manter seus robustos benefícios sociais.
