Brasil tem redução recorde na lista Piores Formas de Trabalho Infantil

O Brasil atingiu o menor número já registrado de crianças e adolescentes trabalhando em atividades que fazem parte da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil, conhecida como Lista TIP. Em 2024, o país tinha 560 mil pessoas de 5 a 17 anos na Lista TIP. Esse resultado representa queda de 39% em relação a 2016, quando o Brasil tinha quase 1 milhão (919 mil) de crianças e adolescentes nessas atividades. Em comparação a 2023 (590 mil), o recuo foi de 5%. O dado de 2024 representa 1,5% do total de 37,9 milhões de crianças de 5 a 17 anos no país. A constatação está em edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Na trajetória de queda da série histórica iniciada em 2016, o IBGE ressalta que houve recuo ainda mais acentuado (-22,7%) entre 2022 e 2023. Confira o número de crianças e adolescentes na Lista TIP a partir de 2016: 2016: 919 mil 2017: 762 mil 2018: 763 mil 2019: 707 mil 2022: 763 mil 2023: 590 mil 2024: 560 mil Por causa da pandemia de covid-19, não houve a pesquisa nos anos 2020 e 2021. Lista internacional A Lista TIP é uma relação regulamentada pelo Decreto 6.481 da Presidência da República, de acordo com a Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A relação reúne atividades desempenhadas em locais como serralherias, indústria extrativa, esgoto, matadouros e manguezais, entre outros. São ocupações relacionadas a intenso esforço físico, calor, insalubridade e outras características que podem causar fraturas, mutilações, envenenamento e outros danos aos menores de idade. Perfil O IBGE classifica os resultados em três faixas etárias. No universo de 560 mil crianças e adolescentes na Lista TIP, 60% (336 mil) estão faixa de 16 a 17 anos. As faixas de 5 a 13 anos e de 14 e 15 anos representam 12% e 28%, respectivamente. Enquanto pretos e pardos representam 59,7% do total da população de 5 a 17 anos, quando se observa o conjunto de pessoas na Lista TIP eles respondem por 67,1%. Em relação ao sexo, os homens são 51,2% da população dessa faixa etária e 74,4% do contingente da Lista TIP. Em termos de remuneração, os pesquisadores apuraram que as crianças e adolescentes em atividades da Lista TIP tiveram remuneração média mensal de R$ 789 em 2024. O valor é abaixo da renda dos brasileiros de 5 a 17 anos que exerciam atividade econômica que não se caracterizava como trabalho infantil (R$ 1.083). De acordo com o analista do IBGE Gustavo Geaquinto Fontes, os dados revelam dupla desvantagem para crianças e adolescentes submetidos a atividades da Lista TIP. “Além de estar em condições de trabalho com maiores riscos ocupacionais, maiores riscos de gerar algum tipo de prejuízo, as crianças também tinham rendimento menor que aquelas que não estavam em situação de trabalho infantil”, avalia. Informalidade A pesquisa do IBGE traz um retrato da situação do trabalho infantil no país, que atingiu 1,65 milhão de brasileiros em 2024. Outro dado que revela avanço é a redução da informalidade entre os 1,090 milhão de adolescente de 16 e 17 anos que realizavam alguma atividade econômica, que atingiu 69,4%. Ou seja, 756 mil faziam trabalho informal. Essa é a menor taxa registrada pelo levantamento. Em 2022, essa proporção era de 76,3%, a maior já apurada. Em 2016, quando começou a série, era 75,3%. De acordo com a legislação brasileira, o trabalho de jovens de 16 a 17 anos é permitido apenas com carteira assinada (formal), sendo proibidas atividades insalubres, perigosas e em horário noturno. “As ações realizadas pelo Ministério Público do Trabalho e as ações governamentais de fiscalização têm contribuído para a queda do trabalho infantil, então isso também pode ter contribuído para essa queda da informalidade nesse grupo de 16 a 17 anos de idade”, avalia Gustavo Fontes.
Sete em cada 10 alunos do ensino médio usam IA generativa em pesquisas

Sete em cada dez estudantes brasileiros do ensino médio usuários da internet utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT e o Gemini, para realizar pesquisas escolares. Apesar disso, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar de forma segura e responsável essa tecnologia. As informações fazem parte da 15ª edição da pesquisa TIC Educação, que foi divulgada na manhã de hoje (16) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O núcleo foi criado para implementar projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que é o responsável por coordenar e integrar as iniciativas e serviços da internet no país. Nesta primeira coleta de dados, 37% dos estudantes de ensino fundamental e médio disseram usar esse tipo de ferramenta na busca de informações. Entre os alunos dos anos finais do ensino fundamental, a proporção sobe para 39% e entre os estudantes do ensino médio chega a 70%. “O dado evidencia novas práticas de aprendizagem adotadas pelos adolescentes”, explicou Daniela Costa, coordenadora do estudo. “Tais recursos requerem novas formas de lidar com a linguagem, de pensar a curadoria de conteúdos e de compreender a informação e o conhecimento”, ressaltou. Segundo ela, as escolas já estão se adaptando a esse novo uso e passando a debater com os pais o uso de IA Generativa pelos alunos. De acordo com dados da pesquisa, as regras sobre o uso de IA generativa por alunos e professores nas atividades escolares já é pauta de reuniões dos gestores com professores, pais, mães e responsáveis. “68% dos gestores escolares dizem que realizaram reunião com professores e outros funcionários e 60% com pais, mães e responsáveis sobre o uso de tecnologias digitais nas escolas. Regras sobre o uso de celulares nas instituições foram uma das principais pautas desses encontros, mas regras sobre o uso de ferramentas de IA pelos alunos ou pelos professores são citadas por 40% dos gestores”, explicou. >> Siga o canal da Agência Brasil no WhatsApp Apesar de a maioria dos estudantes brasileiros de ensino médio já usar ferramentas de IA Generativa em seus trabalhos escolares, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar essa tecnologia, o que seria extremamente importante, defendeu a coordenadora do estudo. “O principal ponto é que essas práticas de busca de informações baseadas em IA trazem novas demandas para as escolas no que diz respeito a orientar os alunos sobre a integridade da informação, a autoria e sobre como avaliar fontes de informação”, destacou a coordenadora. “Além disso, é importante também que os alunos saibam como se valer desses recursos para construir o próprio conhecimento e ampliar as suas estratégias de aprendizagem, além de receber uma resposta pronta e considerá-la como única resposta possível, a mais adequada ou a verdadeira”, disse, em entrevista à Agência Brasil. Esta foi a primeira vez que a TIC Educação investigou os recursos adotados pelos estudantes na realização de pesquisas escolares. O levantamento foi feito entre agosto do ano passado e março deste ano por meio de entrevistas realizadas com 945 gestores e 864 coordenadores em 1.023 escolas públicas e privadas. A pesquisa também ouviu 1.462 professores e 7.476 alunos, tanto de escolas rurais quanto urbanas de todo o país. Os resultados estão disponíveis no site do levantamento. Celulares A pesquisa TIC Educação foi realizada enquanto estava sendo promulgada a Lei 15.100, de janeiro deste ano, que passou a restringir o uso de dispositivos móveis, como celulares nas escolas. Apesar disso, a pesquisa já começou a demonstrar a mudança de uso nas regras de aparelhos celulares dentro das escolas. Em 2023, por exemplo, 28% das instituições proibiam o uso do telefone celular pelos alunos e 64% permitiam o uso apenas em alguns espaços e horários. Em 2024, a proporção de escolas que não permitem o uso do dispositivo aumentou para 39%, enquanto a permissão em alguns espaços e horários diminuiu para 56%. “Os indicadores confirmam a tendência de redução de uso de telefones celulares pelos alunos, especialmente entre os estudantes de escolas localizadas em áreas rurais (de 47% para 30%), de escolas municipais (de 32% para 20%) e particulares (de 64% para 46%)”, explicou a coordenadora da pesquisa TIC Educação. Segundo ela, essa mesma tendência é observada nas escolas particulares, que vêm diminuindo o uso de tecnologias digitais, inclusive nos espaços escolares. “A proporção de escolas particulares com disponibilidade de acesso à internet na sala de aula passou de 70% em 2020 para 52% em 2024”, disse Daniela à Agência Brasil. Conectividade nas escolas A pesquisa também apontou que quase a totalidade das escolas brasileiras (96% do total) possui acesso à internet. Esse acesso cresceu principalmente nas instituições municipais (que passaram de 71% de acesso em 2020 para 94% em 2024) e nas escolas rurais (que passou de 52% para 89% nesse mesmo período). No entanto, embora a conectividade tenha crescido, as desigualdades nesse acesso permanecem presentes. Se nas escolas estaduais, 67% dos alunos utilizam a internet para fazer atividades solicitadas pelos professores, na rede municipal, a proporção é de apenas 27%. No caso das instituições de educação básica municipais, por exemplo, 75% dispõem de, pelo menos, um espaço com conexão à Internet para uso dos alunos, mas apenas 51% delas têm computadores para atividades educacionais e 47% contam com acesso à Internet e dispositivos para os estudantes. “O acesso à internet tem se disseminado entre as escolas de ensino fundamental e médio”, diz a coordenadora do estudo. Em 2020, 52% das escolas rurais contavam com acesso à rede, proporção que passou para 89% na edição 2024. “No entanto, a disponibilidade de dispositivos digitais, como computadores, ainda é um grande desafio para as instituições, especialmente nas escolas rurais e municipais de pequeno porte. Entre 2022 e 2024, a presença de ao menos um computador para uso dos alunos nas escolas rurais diminuiu, passando de 46% para 33%”, explicou. Para ela, essas desigualdades só poderão ser reduzidas a partir de “melhor entendimento sobre o papel das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem” e também com
Unimed Campo Grande é a única operadora de planos de saúde de MS entre as 50 maiores do Brasil, segundo ranking do Valor 1000

A Unimed Campo Grande conquistou um novo marco em sua trajetória: é a única operadora de planos de saúde de Mato Grosso do Sul a figurar entre as 50 maiores do Brasil, de acordo com o ranking do Valor 1000, publicado pelo jornal Valor Econômico. Esta edição do anuário teve 2024 como ano-base. Em relação a 2024, a cooperativa médica avançou duas posições, reforçando seu crescimento sustentável e a relevância do modelo cooperativista na saúde suplementar. Esse desempenho reflete o protagonismo da Unimed Campo Grande no cuidado com a saúde e qualidade de vida de seus beneficiários e da população campo-grandense. “O resultado comprova a força do cooperativismo em saúde, e que todos os envolvidos: cooperados, conselheiros, diretores, colaboradores e parceiros, têm atuado com ética, compromisso e total dedicação, com o propósito de proporcionar experiências inovadoras na assistência à saúde dos nossos beneficiários. Isso é motivo de muito orgulho para nós”, destacou o presidente do Conselho de Administração da Unimed Campo Grande, Dr. Eduardo Kawano. O modelo cooperativista segue demonstrando sua força e relevância na saúde suplementar. Pelo terceiro ano consecutivo, 34 Unimeds estão entre as 50 maiores operadoras de saúde do país, consolidando a marca como líder do setor, responsável por 38% de todo o mercado de planos médico-hospitalares. Acesse para conferir o ranking: https://infograficos.valor.globo.com/valor1000/rankings/os-50-maiores-planos-de-saude/2025
União familiar e Senar/MS: parceria que multiplicou a produção de leite em Anaurilândia

Em Anaurilândia, na região leste de Mato Grosso do Sul, a união da família Vanderlei e o apoio técnico do Senar/MS transformaram a realidade produtiva do Sítio Recanto da Seriema. À frente da propriedade estão Dona Leonil e seu Adeildo, conhecidos na cidade como Dona Preta e Seu Didi. Ela, natural de Presidente Epitácio (SP), já era mãe de dois filhos quando conheceu Didi, alagoano que havia deixado a estrada de caminhoneiro para trabalhar em lavouras na região. O encontro se deu em meio ao trabalho no campo, entre o barulho das máquinas e o cheiro da terra revolvida. Da convivência nasceu a confiança, e da confiança, uma parceria que cresceu passo a passo, primeiro no casamento, depois no sítio, onde ergueram juntos uma vida marcada pelo esforço e pela pecuária leiteira. Senar/MS e a virada na produção Com mais de 60 anos de experiência acumulada na atividade, a família enfrentava desafios antigos, especialmente ligados à nutrição do rebanho e à degradação das pastagens. Foi aí que entrou o Senar/MS, por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Bovinocultura de Leite. Ao iniciar o trabalho na propriedade, Rolnaldo Bandoch, que na época era técnico de campo, identificou que a nutrição seria o primeiro ponto a ser tratado. A degradação das pastagens, a necessidade de correção do solo e a escolha de espécies forrageiras mais adequadas foram os primeiros passos.“Iniciamos com a parte de fomento da nutrição, com processo de volumoso, divisão de pastagens, correção de solo e produção de silagem de milho”, explica Rolnaldo, que hoje é supervisor da ATeG Bovinocultura de Leite na costa leste do estado. Paralelamente, a melhoria genética do rebanho se tornou uma nova frente de evolução. Com a introdução da inseminação artificial, aliada a um manejo reprodutivo mais eficiente, a propriedade passou a investir em genética de qualidade. Hoje, o sítio conta com 16 novilhas oriundas de melhoramento genético, o que projeta um futuro ainda mais promissor.No início, seu Didi teve dificuldades em aceitar tantas mudanças, mas, com o tempo e os resultados aparecendo, a resistência deu lugar à confiança. “Levei tempo para aceitar. Tudo é muito dificultoso, mas fui vendo as melhorias nas propriedades que já faziam parte do programa. Aperta daqui, outro pouquinho dali, as coisas foram se ajeitando, e eu tomei gosto pelas inovações principalmente na reforma das pastagens, hoje faltam apenas 12 alqueires para completar a reforma de pasto”, recorda ele. Além das mudanças no manejo nutricional, correção de solo e escolha adequada de pastagens, a assistência técnica também orientou a realização de melhorias estruturais importantes na propriedade. Com base nas recomendações do Senar/MS, o curral foi completamente reformado, oferecendo melhores condições de manejo e bem-estar para os animais. A ordenha, que antes era feita manualmente, foi mecanizada, e a família também investiu na aquisição de um resfriador de leite, garantindo maior qualidade do produto e facilitando a comercialização. “Tudo que conseguimos melhorar aqui foi com a orientação do Senar. Fomos aprendendo aos poucos, com muito diálogo, planejamento e acompanhamento técnico. Hoje, podemos dizer que praticamente toda a propriedade passou por uma transformação”, conta. Com planejamento, orientação técnica e esforço coletivo, a família colheu resultados concretos. A produção de leite, que era de 50 litros por dia no início do acompanhamento técnico, alcançou a marca de 250 litros diários, um crescimento de 400%. A força do trabalho em família A transformação só foi possível porque o conhecimento técnico andou junto com a força da família. As filhas do casal, Eliane Pereira Vanderlei, advogada, e Lozane Pereira Vanderlei, formada em Ciências Contábeis, tiveram papel decisivo nessa evolução. Eliane assumiu a gestão administrativa da propriedade. Com apoio do Senar/MS, que também orienta na parte de gerenciamento, ela organiza as finanças, planeja as compras e garante equilíbrio entre custos e investimentos. “A gente percebeu que, com controle e planejamento, os resultados aparecem. Meu papel é ajudar meus pais a organizarem tudo o que entra e sai da propriedade, e isso tem feito muita diferença”, conta. Já Lozane dedica-se à atualização técnica. É ela quem participa de cursos e capacitações, trazendo ideias novas e dialogando com os técnicos para adaptar inovações à realidade do sítio.“Sempre que participo de cursos do Senar, levo as informações para casa e discutimos juntos o que pode ser aplicado. Acredito que o conhecimento é o que nos mantém em movimento. Já participei dos Dias de Campo e cursos, fiz o de Derivados do Leite, Manejo Nutricional de Bovinos, Manejo de pastagem e vários outros.”, explica.Hoje, o Sítio Recanto da Seriema é referência de como assistência técnica, amor ao campo e união familiar podem multiplicar resultados. Se você é produtor rural e deseja melhorar sua produção, procure o Sindicato Rural do seu município e saiba como ter acesso aos programas do Senar/MS.
Campo Grande lidera inovação no Centro-Oeste e sobe no ranking nacional

Campo Grande tem mais um motivo para comemorar. A capital sul-mato-grossense foi reconhecida como a cidade mais inovadora do Centro-Oeste e alcançou a 33ª posição no ranking nacional de competitividade dos municípios 2025, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). O resultado mostra que a cidade está vivendo um novo momento: mais aberta à tecnologia, ao empreendedorismo e às soluções criativas que transformam a vida das pessoas. Por trás dessa conquista, existe um conjunto de iniciativas que vêm sendo construídas ao longo dos últimos anos. O Parque Tecnológico e de Inovação de Campo Grande (Parktec CG) é um dos grandes símbolos desse movimento. Criado há dois anos, o Parque deixou de ser apenas um espaço institucional para se transformar em um polo de inovação que conecta empresas, universidades e governo. Hoje, já abriga 10 startups locais dos setores de saúde, agronegócio, gestão e cosméticos — duas delas lideradas exclusivamente por mulheres. Entre elas estão nomes como Eixo X, BEM – Inteligência de Dados, CO2 Life, Engetec, ENIESSE Hub de E-commerce, Land Growth, J E G Bio Insumos, Nivo, Portal da Construção MS e Tamandu. Esse perfil mais dinâmico mostra como o Parktec vem ajudando a impulsionar negócios de base tecnológica. Em apenas dois anos, tornou-se política pública consolidada, conectando poder público, instituições de ensino, setor produtivo e sociedade civil. O futuro reserva passos ainda maiores: o Parque deve se expandir para o prédio do Centro de Belas Artes, ampliando sua capacidade de atendimento para cerca de 60 startups. Esse ambiente também se fortalece com marcos legais que garantem segurança e incentivo a quem quer empreender. A Lei de Inovação abriu caminho para parcerias entre o poder público e a iniciativa privada, facilitando o desenvolvimento de novas tecnologias. Já a Lei da Liberdade Econômica reduziu burocracias e deu mais agilidade para quem decide abrir ou expandir uma empresa em Campo Grande. Menos papelada, mais confiança – e um cenário mais atrativo para investimentos. Nesta semana, a capital deu mais um passo ao lançar o Ambiente Regulatório Experimental (Sandbox). A iniciativa permite que startups e empresas testem seus modelos de negócio em condições especiais, com acompanhamento da Prefeitura, reduzindo barreiras para que a inovação floresça. E vem mais por aí: o município também se prepara para implantar o Contrato Público para Solução Inovadora (CPSI), que é uma modalidade especial de licitação que permite ao Poder Público testar soluções inovadoras desenvolvidas ou em desenvolvimento. Esse conjunto de avanços ajuda a explicar por que Campo Grande aparece em destaque no ranking. Mais do que um número, o reconhecimento mostra que a capital está criando um ambiente de confiança, onde empreendedores e investidores encontram espaço para inovar e crescer. Como avaliam representantes do setor, esse é o resultado de uma visão de futuro: menos burocracia, mais criatividade e novas oportunidades para todos. No cenário nacional, Florianópolis ficou em primeiro lugar no ranking, seguida por Barueri (SP), São Caetano do Sul (SP), São Paulo (SP) e Campinas (SP). A boa colocação de Campo Grande, à frente de diversas capitais brasileiras, reforça que a cidade está trilhando um caminho sólido e consistente para se consolidar como referência em inovação no país.
Camada de ozônio deve ter recuperação total nas próximas décadas

A camada de ozônio da Terra apresentou sinais de recuperação em 2024, segundo o Boletim de Ozônio da Organização Meteorológica Mundial (OMM). O documento foi divulgado nesta terça-feira (16), Dia Mundial do Ozônio e marco dos 40 anos da Convenção de Viena, evento que reconheceu a redução do ozônio estratosférico como um problema global. O boletim aponta que o buraco sobre a Antártida foi menor que nos últimos anos e credita a melhora à ação científica e internacional coordenada. Caso as atuais políticas sejam mantidas, a expectativa é que a recuperação total ocorra até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do mundo. “A Convenção de Viena e seu Protocolo de Montreal tornaram-se um marco de sucesso multilateral. Hoje, a camada de ozônio está se recuperando. Essa conquista nos lembra que, quando as nações acatam os alertas da ciência, o progresso é possível”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. O Protocolo de Montreal é um tratado internacional de 1989 que prevê a eliminação da produção e do consumo das substâncias responsáveis pela destruição do ozônio. Segundo a OMM, ele levou à eliminação de mais de 99% das substâncias nocivas, utilizadas em sistemas de refrigeração, ar-condicionado, espumas e até sprays. A recuperação da camada aos níveis da década de 1980 deve reduzir riscos de câncer de pele, catarata e danos a ecossistemas causados pela radiação ultravioleta. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou o papel da ciência no processo. “A pesquisa científica da OMM sobre a camada de ozônio remonta a décadas. Ela é sustentada pela confiança, colaboração internacional e compromisso com a livre troca de dados – todos pilares do acordo ambiental mais bem-sucedido do mundo”, disse. Buraco da Antártida em 2024 Segundo a OMM, a profundidade do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida ficou abaixo da média de 1990 a 2020, com déficit máximo de 46,1 milhões de toneladas em 29 de setembro de 2024. Foi menor do que os buracos relativamente grandes entre 2020 e 2023. Matt Tully, presidente do Grupo Consultivo Científico da OMM sobre Ozônio e Radiação Solar UV, lembrou que o trabalho não está concluído. “Apesar do grande sucesso do Protocolo de Montreal nas décadas seguintes, este trabalho não está concluído, e ainda há uma necessidade essencial de que o mundo continue monitorando sistematicamente e cuidadosamente tanto o ozônio estratosférico quanto as substâncias que destroem a camada de ozônio e seus substitutos”, disse Tully. Além do Protocolo de Montreal, a Emenda de Kigali de 2016, ratificada por 164 partes, prevê a redução gradual de hidrofluorcarbonetos, gases de efeito estufa usados como substitutos das substâncias nocivas à camada de ozônio. A medida pode evitar até 0,5°C de aquecimento global até o fim do século.
BNDES aprova R$ 1,2 bi para empresas afetadas pelo tarifaço

m dois dias após a abertura para pedidos, o plano Brasil Soberano aprovou R$ 1,2 bilhão em financiamento para empresas afetadas pelo tarifaço americano. O plano de socorro a empresas exportadoras prevê um total de R$ 40 bilhões em crédito para negócios afetados pela barreira comercial que aplica taxas de até 50% às exportações brasileiras. O balanço de pedido e aprovação foi divulgado na noite de sexta-feira (19) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), banco de fomento do governo federal. No período, o total de pedidos de 533 empresas chegou a R$ 3,1 bilhão. Ou seja, 1,9 bilhão anda estão em análise. O total de R$ 40 bilhões do Brasil Soberano inclui R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões de recursos do próprio BNDES. Os recursos são emprestados a juros subsidiados, ou seja, mais baixo do que cobram os demais bancos. Uma das contrapartidas das empresas que se habilitam a receber os empréstimos é não realizar demissões. Os financiamentos são para linhas de capital de giro (contas do dia a dia, como salário e pagamento de fornecedores), investimentos em adaptação da atividade produtiva, compra de máquinas e equipamentos e busca de novos mercados. Quem pediu empréstimo Enrte quinta (18) e sexta-feira (19), foram feitas 75 operações de crédito, todas na linha destinada a capital de giro. Nos primeiros dias de aprovação, 84,1% dos pedidos aprovados foram empresas da indústria de transformação (seguimento que transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário, que vai ser novamente modificado por outra indústria). Em seguida aparecem agropecuária (6,1%), comércio e serviços (5,7%) e indústria extrativa (4,2%). Quase um terço do valor total aprovado (30%) foi solicitado por pequenas e médias empresas. Ao total, 2.236 empresas acessaram o sistema do BNDES para fazer consultas no Brasil Soberano, sendo 533 elegíveis, isto é, com pelo menos 5% do faturamento bruto total, no período de julho de 2024 a julho de 2025, composto por produto na lista de tarifação. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, aponta agilidade na aprovação de recursos e atribui isso ao compromisso do banco e 50 instituições financeiras parceiras. “Nosso objetivo é proteger os empregos e fortalecer as empresas e a economia, inclusive estimulando a participação em novos mercados”, diz. Dos valores ainda em análise, R$ 1,7 bilhão são referentes à linha destinada à busca de novos mercados. Como acessar O primeiro passo para acessar os recursos é consultar se a empresa é elegível para o plano de socorro. A consulta pode ser feita no site do BNDES. Os interessados precisarão se autenticar utilizando a plataforma GOV.BR, exclusivamente por meio do certificado digital da empresa. Caso o sistema indique que a empresa é apta ao crédito, a recomendação é entrar em contato com o banco com o qual já tem relacionamento. Grandes empresas podem procurar diretamente o BNDES. Efeitos do tarifaço Um levantamento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), entidade sem fins lucrativos que representa empresas que atuam no comércio entre os dois países, estima que as exportações de produtos afetados pelo tarifaço americano caíram 22,4% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024. Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para a China. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o tarifaço de 50% incide em cerca de um terço (35,9%) das exportações brasileiras para os Estados Unidos. O governo de Donald Trump assinou uma ordem executiva que estipulou a cobrança de taxas de até 50% a partir de 6 de agosto, mas deixou cerca de 700 produtos em uma lista de exceções. Entre eles estão suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo motores, peças e componentes. Também ficaram de fora produtos como polpa de madeira, celulose, metais preciosos, energia e produtos energéticos. >> Confira a lista de quase 700 produtos que não serão taxados pelos EUA Trump alega que os americanos têm déficit comercial (compram mais do que vendem) com o Brasil – o que é desmentido por números oficiais de ambos os países. O presidente americano usou como justificativa o tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que considera ser perseguido. Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, em julgamento que terminou na semana passada. Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Escritora mineira lança livro sobre memória, esquecimento e Alzheimer

A escritora mineira Flávia Péret, também professora de criação literária e pesquisadora, lançou o livro Coisas presentes demais, da Relicário Edições, em que narra a reaproximação com a avó de 94 anos, diagnosticada com Alzheimer. “É um romance em fragmentos. É um romance inspirado na vida da minha avó e da minha relação com ela, mas a partir de fragmentos. Ele tem ficção e realidade”, disse Flávia. A autora conta que a avó mora em uma casa de repouso em Belo Horizonte desde que foi diagnosticada com a doença, aos 89 anos. Ela tem Alzheimer avançado, mas ainda não chegou à fase mais grave, pois ainda se alimenta e fala. “Na pandemia, ela teve uma piora muito grande. Morava sozinha em Mariana, no interior de Minas Gerais, em uma casa cheia de escadas. Na transição de ir para uma casa de repouso, registrou piora muito grande. Passou a não reconhecer filhos e netos. Em Mariana, ela tinha uma horta maravilhosa. Num ataque de fúria que ninguém entendeu, mas era o Alzheimer já, ela mandou destruir a horta”, lembra Flávia. A autora recorda ainda que no mesmo dia em que sua avó mandou destruir a horta, começou a escrever sobre essa situação. “Eu construí o livro a partir desse episódio, mas já entrando na casa de repouso. O resumo do livro é uma neta que vai visitar sua avó semanalmente numa casa de repouso. Eu vou contando da nossa relação e vou tecendo vários comentários sobre memória, esquecimento, Alzheimer. É um livro sobre esse enigma que é a memória. O livro narra o reencontro da neta com a avó e a escrita me deu esse presente”. Em suas pesquisas, Flávia relata que o Alzheimer é um problema de saúde pública ligado ao desenvolvimento do país. “Tem algo da saúde pública que pode ser melhorado, a alimentação, o estilo de vida. Ainda é um grande tabu as famílias terem vergonha de falar que um familiar tem Alzheimer. Poder falar sobre isso é muito importante”. No Rio de Janeiro, haverá dois eventos de lançamento do livro. Dia 23 | Quinta | 9h Faculdade de Letras | UFRJ | sala H-319 Seminário Quase-ficções Palestra-performance “A memória é uma obra de ficção” + Lançamento de _*Coisas presentes demais*_ Dia 25 | Sábado | 16h Janela Livraria | Rua Maria Angélica, 171B | Jardim Botânico Roda de conversa com a autora, Danielle Magalhães, Luiza Leite e Tais Bravo + Tarde de autógrafos com Flávia Péret
MPMS apura falhas em obra da Agesul que causaram assoreamento no rio Taquari

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Coxim, abriu inquérito civil para investigar possíveis irregularidades em obras realizadas pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) na Estrada do Pantanal. A apuração concentra-se na ausência de sistemas adequados de drenagem pluvial, erosões formadas às margens da via e o consequente carreamento de sedimentos para o rio Taquari. A denúncia que originou a investigação partiu de uma moradora da região. Segundo ela, a elevação da estrada incluiu caixas de contenção mal planejadas, que acabaram bloqueando a canalização existente há quatro anos e redirecionando a água da chuva para sua residência. O problema teria provocado erosão, ameaça de rompimento de tanques e danos estruturais na propriedade. Apesar das reclamações, a Agesul teria adotado apenas medidas paliativas, como a abertura de uma vala em frente ao imóvel, sem solucionar definitivamente a drenagem. Em vistoria, técnicos do MPMS constataram a inexistência de caixa de captação na parte superior da estrada e a falta de dissipador de energia na parte inferior, fatores que agravaram as erosões e o assoreamento. Um parecer do Núcleo de Geotecnologias do MPMS reforçou os danos ambientais. Embora as imagens de satélite apresentassem baixa resolução, registros fotográficos em campo confirmaram a erosão e a descarga de sedimentos no rio. O documento também apontou ausência de licença ambiental para a obra, citando possíveis infrações previstas na Lei Federal nº 9.605/1998, que trata de crimes ambientais. O MPMS solicitou informações à Polícia Militar Ambiental, à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável de Coxim, ao Cartório de Registro de Imóveis e ao Caoma, braço do Ministério Público dedicado ao meio ambiente. Em nota, a Agesul negou que a obra tenha agravado a situação e afirmou que não há comprovação técnica ligando o material usado na pavimentação às áreas afetadas. A autarquia disse ainda que vem realizando ações paliativas, como limpeza de bueiros e abertura de valas, para mitigar os problemas. O inquérito segue em andamento e poderá resultar em responsabilização dos envolvidos, exigência de reparação ambiental e até a formalização de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Corregedoria da Câmara pede suspensão de Pollon, deputado bolsonarista de MS

A corregedoria da Câmara dos Deputados recomendou nesta sexta-feira (19) a suspensão dos mandatos de três deputados e a aplicação de censura escrita para 14 parlamentares da oposição que participaram do motim no plenário da Casa, no início do mês passado. Ao finalizar a análise das representações abertas contra os parlamentares, o corregedor da Casa, deputado Diego Coronel (PSD-BA), sugeriu ao Conselho de Ética da Câmara a suspensão do deputado Marcos Pollon (PL-MS) por 90 dias e dos deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) por 30 dias. Todos são acusados de obstrução da cadeira da Presidência. Pollon também é alvo de outro pedido de suspensão por 30 dias, totalizando 120 dias. O deputado foi acusado de fazer declarações difamatórias contra a presidência da Casa. O corregedor também defendeu a aplicação da pena de censura escrita aos deputados Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Caroline de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Nikolas Ferreira (PL-MG), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marco Feliciano (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS), além de Pollon, Van Hattem e Zé Trovão. Segundo Diego Coronel, as solicitações de punição ocorreram a partir da análise das imagens internas da Câmara e com base nas argumentações das defesas dos parlamentares. “O papel da corregedoria é institucional. Atuamos com imparcialidade, analisamos cada conduta de forma individual e cumprimos o nosso compromisso de agilidade, entregando nosso relatório passados 22 dias úteis da representação, ou seja, metade do prazo. Agora, cabe à Mesa decidir sobre as recomendações apresentada”, declarou o corregedor. De acordo com as regras internas da Câmara, os pedidos de suspensão de mandatos serão analisados pelo Conselho de Ética e o plenário. A aplicação da censura escrita será avaliada pela Mesa Diretora da Casa. A corregedoria analisou os pedidos de afastamento de deputados do PL, PP e do Novo, enviados pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Motim No dia 5 de agosto, senadores e deputados da oposição ocuparam as mesas diretoras dos plenários do Senado e da Câmara dos Deputados para protestar contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que havia sido decretada no dia anterior pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ao chegar no plenário da Câmara, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve dificuldades de assumir sua cadeira na Mesa Diretora, impedido por alguns parlamentares, especialmente os deputados Marcel van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS). Os senadores e deputados pernoitaram no local, inviabilizando os trabalhos legislativos. Eles exigiam ainda que fossem pautadas as propostas de anistia geral e irrestrita aos condenados por tentativa de golpe de Estado no julgamento da trama golpista e o impeachment de Moraes. Parlamentares da base de apoio ao governo repudiaram o ato, classificado como “chantagem”. No dia 6 de agosto, por volta das 22h30, Hugo Motta abriu a sessão plenária após um longo período de obstrução pelos parlamentares da oposição. Motta criticou a ação dos deputados e disse que as manifestações têm que obedecer o regimento da Casa. Agência Brasil