Uma pequena abertura no campo magnético da Terra, conhecida como Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), está se expandindo. De acordo com um relatório recente do governo dos EUA, essa anomalia, localizada sobre a América do Sul e o Oceano Atlântico, está aumentando em tamanho e intensidade.
A AMAS é uma área de fraqueza no campo magnético terrestre, estendendo-se das regiões Sul e Sudeste do Brasil até o continente africano. Para entender melhor o fenômeno, especialistas investigam o campo magnético gerado no núcleo de ferro líquido da Terra, a aproximadamente 3 mil quilômetros de profundidade. Esse campo funciona como um escudo contra radiação cósmica e ventos solares, formado por correntes elétricas e outros fatores dinâmicos.
Agências espaciais como a ESA (Agência Espacial Europeia), NASA e instituições brasileiras monitoram a AMAS. Embora atualmente não cause impactos visíveis na vida cotidiana, observações recentes mostram que a região está se expandindo e enfraquecendo a intensidade do campo magnético. O relatório dos EUA, citado pela CNN, confirma que a AMAS está crescendo, comparando dados recentes com os de 2019.
Os autores do relatório destacam que a anomalia está se aprofundando, movendo-se para o oeste e aumentando cerca de 5% no período analisado. Essa expansão aproxima a AMAS de áreas onde há maior risco de danos por radiação a satélites. A ESA já havia alertado sobre o crescimento gradual da AMAS entre 1970 e 2020, e estudos indicam que o campo magnético da Terra perdeu 9% de força nos últimos 200 anos, com maior impacto na região da anomalia.
A AMAS pode causar diversos impactos. Além de guiar bússolas e a migração de animais, o campo magnético protege a atmosfera da Terra de partículas solares que podem interferir em sistemas de comunicação e navegação, além de equipamentos de aviação. Também pode afetar a coleta de dados por satélites.
Com a expansão da AMAS, os satélites que passam pela órbita da Terra correm risco de danos. A baixa proteção magnética em pontos específicos do planeta também nos torna mais vulneráveis a tempestades magnéticas, que podem afetar a tecnologia e a infraestrutura na Terra.