Vacinação melhora, mas ainda enfrenta desafios no Brasil

Apesar das coberturas vacinais no Brasil estarem em rota de recuperação, as diferenças entre estados e municípios e os esquemas incompletos ainda são desafios que ameaçam a saúde pública brasileira. Essas são as principais conclusões do Anuário VacinaBR, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A publicação mostra que, em 2023, nenhuma vacina infantil do calendário nacional atingiu a meta de cobertura em todos os estados. O destaque negativo ficou com os imunizantes que protegem contra a poliomielite, meningococo C, varicela e Haemophilus influenzae tipo B – nesses casos, nenhum estado vacinou 95% do público-alvo, porcentagem necessária para evitar a transmissão dessas doenças. Além disso, apenas 1.784 municípios, ou menos de 32% dos mais de 5.570 existentes no Brasil, conseguiram cumprir a meta de cobertura para quatro vacinas considerados prioritárias: pentavalente, poliomioliete, pneumo-10 e tríplice viral. O melhor desempenho foi o do Ceará, onde 59% das cidades imunizaram o público-alvo. No Acre, porém, apenas 5% dos municípios alcançaram a marca. “Saúde é competência concorrente da União, dos estados e dos municípios. O problema da imunização não pode ser atacado de maneira uniforme, porque a gente vive em um país de dimensões continentais que tem desafios muito específicos. E a gente viu, no Anuário, que às vezes tem municípios adjacentes, com condições muito parecidas, mas com taxas de imunização muito diferentes”, alerta o diretor executivo do IQC e organizador do Anuário VacinaBR, Paulo Almeida. Mesmo a vacina BCG, que protege contra formas graves de tuberculose e deve ser tomada logo após o nascimento – por isso, muitas vezes, é aplicada ainda na maternidade – só alcançou a meta de cobertura em oito unidades federativas. Em 11 estados, a taxa de imunização ficou abaixo de 80%, alcançando menos de 58% dos bebês no Espírito Santo. Dentro de todos os estados, há cidades que vacinaram 100% do público-alvo e outras que não imunizaram nem a metade. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Balallai, também destaca o protagonismo dos gestores municipais para aplicar as recomendações do Ministério da Saúde e a necessidade de seguir o planejamento estadual, conforme as realidades locais. Isabela lembra que o maior combustível para a hesitação vacinal é a baixa percepção de risco, quando as pessoas não sabem, ou não dão valor para o perigo das doenças preveníveis por vacina. “O acesso também é um grande problema no Brasil. Temos 38 mil salas de vacinação, país nenhum tem isso. Mas se a pessoa vai ao posto e recebe uma informação errada, ela não volta. Se só funciona em horário comercial, e ela trabalha, ela não consegue levar os filhos. Se ela vai num dia, e a vacina acabou, ela não vai consegui voltar em outro dia. A falta de informação, somada à baixa percepção de risco é igual à não vacinação”, acrescenta a diretora da Sbim. Abandono De maneira geral, as curvas de vacinação no Brasil indicam diminuição das taxas de cobertura desde 2015, com queda mais brusca em 2021 e movimento de recuperação em 2022 e 2023. Já as porcentagens de abandono, quando a pessoa recebe a primeira dose, mas não completa o esquema vacinal, mantêm-se estáveis desde 2018. Um exemplo é a vacina tríplice viral. Em 2023, a maior parte do país vacinou entre 80 e 85% do público-alvo e apenas quatro estados atingiram a cobertura ideal na primeira dose: Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia. O índice de aplicação da segunda dose não chegou a 50% em 14 estados, e a meta não foi atingida em nenhuma unidade federativa. A tríplice viral previne contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e deve ser tomada aos 12 e aos 15 meses de idade (sob a forma da vacina tetraviral, que também protege contra a varicela). Todas essas doenças podem desenvolver quadros graves e até provocar a morte, especialmente em crianças pequenas. Atualmente, há surtos de sarampo em diversos países, e cinco casos isolados foram registrados no Brasil este ano. “As pessoas precisam saber que quem não completa o esquema vacinal continua desprotegido contra aquela doença”, adverte Isabela Ballalai. O diretor executivo do IQC e organizador do Anuário VacinaBR, Paulo Almeida, afirma que é preciso reconhecer que estratégias que deram certo no passado não são suficientes para enfrentar os desafios atuais: “A campanha hoje, por exemplo, não tem o mesmo peso por muitos motivos. Um deles é que as vozes são muito difusas. Antes, havia canais oficiais de comunicação com a população. Hoje, com a internet, temos infinitos canais de comunicação; então, é mais difícil acessar pela via direta da campanha.” Almeida ressalta, porém, que há novas ferramentas disponíveis. “Lembretes por SMS, por exemplo, conseguem melhorar muito a taxa de cobertura, porque a pessoa é cutucada para ir lá no posto. Porque ela sabe que é necessário, ela até quer até fazer, mas eventualmente o ritmo de vida interfere, e ela não consegue. Ou também a conveniência, que é superimportante: ter pontos de vacinação abertos em horários em que o cuidador pode levar a criança pra se imunizar. Isabela Ballalai também defende o uso constante das escolas como ponto de vacinação e de educação sobre vacinas. “A escola é capaz de combater os principais pontos da hesitação vacinal. Primeiro ponto: acesso. Os responsáveis não têm que levar ninguém a lugar nenhum, a criança, ou adolescente, já está ali. Segundo: informação. Explicar para a comunidade escolar porque é importante vacinar e que está tendo campanha, porque, às vezes, as pessoas não estão nem sabendo. Terceiro: a escola pode ser o caminho para as autoridades de saúde chegarem e se comunicarem com as famílias, e saberem qual a situação vacinal delas.”
Com quase um novo caso por dia, MS intensifica ações contra a hanseníase

O avanço da hanseníase em Mato Grosso do Sul acendeu o alerta das autoridades de saúde. Apenas nos primeiros meses de 2024, o Estado já registrou 324 novos casos da doença — uma média de quase um por dia. Diante do cenário, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou a capacitação de profissionais e agentes da Atenção Primária em municípios da Região Leste, por meio do Projeto Sasakawa. A primeira cidade a receber as ações foi Três Lagoas, entre os dias 10 e 13 de junho, com capacitação de 150 agentes comunitários de saúde, em dois grupos. Os participantes foram instruídos sobre sintomas da doença, acolhimento humanizado, busca ativa de contatos e enfrentamento ao estigma. “A atuação dos agentes é essencial. Eles são a porta de entrada para o diagnóstico precoce e ajudam a romper o preconceito que ainda existe em torno da hanseníase”, afirmou Fabiana Nunes Pisano, consultora técnica da Gerência Estadual de Hanseníase e Tuberculose da SES. Etapas seguintes e parcerias estratégicas A próxima etapa da capacitação ocorrerá de 24 a 26 de junho, voltada a médicos, enfermeiros e fisioterapeutas de unidades de saúde de Três Lagoas e outros cinco municípios: Água Clara, Bataguassu, Brasilândia, Santa Rita do Pardo e Selvíria. O objetivo será qualificar as equipes para diagnóstico clínico, manejo das reações hansênicas e aplicação da Avaliação Neurológica Simplificada (ANS). As ações são fortalecidas por meio de um convênio com o Hospital São Julião, referência estadual no tratamento da hanseníase. A unidade atua como suporte técnico às equipes da Atenção Primária, oferecendo educação continuada, vigilância epidemiológica e apoio clínico. Em comparação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 275 casos, os dados atuais indicam crescimento nas notificações. A elevação pode refletir tanto um aumento real da transmissão, quanto maior capacidade de detecção precoce por parte das equipes de saúde. A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, com alto potencial de causar incapacidades quando não tratada a tempo. O tratamento é gratuito e está disponível no SUS.
Goiás confirma 1º caso de gripe aviária em galinhas criadas em quintal

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou a detecção do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em Goiás. O caso foi registrado em aves de subsistência (fundo de quintal) no município de Santo Antônio da Barra, região sudoeste do estado. Em nota, a Agrodefesa informou que a notificação da suspeita foi feita à agência na última segunda-feira (9), incluindo relatos de mortes de aproximadamente 100 galinhas que apresentaram sinais como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarreia e edema de face. “Assim que notificada, a Agrodefesa atuou de forma imediata, enviando equipes técnicas, em até 12 horas, para realizar a interdição das propriedades e a coleta de amostras, seguindo rigorosamente os protocolos do Programa Nacional de Sanidade Avícola”, destacou o comunicado. As análises foram feitas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério de Agricultura e Pecuária. Após a confirmação, equipes da Agrodefesa foram mobilizadas e permanecem na região com ações de controle sanitário, investigação epidemiológica e reforço das orientações à população. As ações emergenciais incluem vigilância em um raio de 10 quilômetros ao redor do foco, com monitoramento intensivo do trânsito de aves, ovos e materiais avícolas, restrição de movimentações e reforço nas barreiras sanitárias, suspensão temporária de feiras e exposições com aves vivas nas regiões afetadas e ações de educação sanitária. “O caso não deve impactar as exportações de carnes e ovos, pois não envolve aves comerciais. Importante também reforçar que a influenza aviária não representa risco à saúde humana quando não há contato direto com aves doentes e que o consumo de carne de aves e de ovos continua seguro para a população”, destacou a nota. No comunicado, a Agrodefesa ressaltou que um outro possível foco da doença, que havia sido notificado também no dia 9 na cidade de Montes Claros de Goiás, testou negativo para influenza aviária. A orientação do órgão é que produtores, criadores e a própria população em geral notifiquem imediatamente qualquer morte súbita ou sinais de doença em aves pelo número de WhatsApp (62) 98164-1128.
Anvisa proíbe venda e consumo de três marcas de azeite

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (6) a venda de três marcas de azeites. De acordo com a agência reguladora, todos os lotes das marcas devem ser apreendidos e retirados do comércio. >> Veja abaixo as marcas proibidas: Os produtos apreendidos tinham CNPJ encerrado, inexistente ou com falhas cadastrais, tiveram resultados insatisfatórios em laudos de laboratórios e origem desconhecida ou ignorada. Com a proibição, as marcas não podem ser vendidas, distribuídas, fabricadas, importadas ou divulgadas. “Os consumidores não devem utilizar esses produtos. Como se trata de alimentos com origem desconhecida, não é possível ter nenhuma garantia da qualidade e da própria composição dos produtos”, diz nota da Anvisa. A Anvisa informa ainda a lista dos azeites que estão proibidos no país. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou, nesta sexta-feira (6), um alerta para o risco que a ingestão de oito marcas de azeite de oliva já desclassificadas por fraude representa para a saúde dos consumidores. As autoridades sanitárias determinaram o recolhimento dos lotes considerados impróprios para o consumo humano depois que técnicos do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária identificaram a presença de outros óleos vegetais misturados ao azeite. Caso algum consumidor tenha adquirido um dos produtos desclassificados, a orientação é que não o utilize e procure o estabelecimento onde o adquiriu a fim de pedir sua substituição, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.
Número de casos de síndrome respiratória é o maior dos últimos 2 anos

O boletim semanal InfoGripe – divulgado hoje (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro – alerta que este ano o total de casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) no país tem sido maior do que o anotado nos últimos dois anos. Em quatro semanas, o número de casos de SRAG quase dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, registrando aumento de 91%. Essa alta atípica de ocorrências se concentra principalmente nos estados das regiões centro-sul. A influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) têm causado o maior número de hospitalizações por SRAG em grande parte do país. Apenas em alguns estados – Acre, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo e no Distrito Federal – o estudo começa a verificar um sinal de interrupção do crescimento ou início de diminuição de casos. No entanto, a incidência de hospitalizações por SRAG nessas regiões continua muito elevada. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 23, entre 1º e 7 de junho. Impacto nos idosos Tatiana Portella, pesquisadora do InfoGripe, avalia que a influenza A tem causado o maior número de casos de SRAG no país, afetando todas as faixas etárias, mas com maior impacto nos idosos. Além disso, o VSR tem contribuído para a alta de casos de SRAG, sendo a principal causa de hospitalização de crianças. “Por isso, a gente reforça a importância da vacinação contra a gripe. Essa é a principal forma de prevenir casos graves e óbitos. Com uma boa cobertura vacinal, conseguimos diminuir esse número de hospitalizações no país”, enfatiza a pesquisadora. Tatiana também recomenda, que, em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado, seja recomendado o uso de máscaras dentro de postos de saúde e locais fechados com muita aglomeração. Segundo o boletim InfoGripe, os casos de SRAG em crianças pequenas, associados ao VSR, seguem em crescimento na maior parte do país. Contudo, é possível observar sinais de interrupção do aumento ou início da queda em algumas áreas do Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás), Sudeste (São Paulo e Espírito Santo) e no Norte (Acre). Ainda assim, os níveis seguem elevados nessas regiões. Crescimento Em relação aos idosos, observa-se um aumento em Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Além disso, Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Porto Velho, Rio de Janeiro e São Luís também apresentam tendência de crescimento entre jovens e adultos. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 40% para influenza A; 0,8% para influenza B; 45,5% para vírus sincicial respiratório; 16,6% para rinovírus; e 1,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença desses vírus foi de 75,4% para influenza A; 1% para influenza B; 12,5% para VSR; 8,7% para rinovírus; e 4,4% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Fonte: Agência Brasil Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Concurso para médicos de família oferece salário inicial de R$ 16,5 mil; provas em Campo Grande

Estão abertas as inscrições para o concurso público da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), que visa preencher 500 vagas para médicos de família e comunidade em todo o país. O salário inicial é de R$ 16.587,90, com provas presenciais agendadas para o dia 3 de agosto, em todas as capitais — incluindo Campo Grande (MS). Podem participar médicos com título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) ou que tenham concluído residência médica na área, com Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). Além das vagas imediatas, há cadastro reserva. Do total, 5% das vagas são reservadas para pessoas com deficiência e 20% para candidatos autodeclarados de grupos étnico-raciais. As inscrições devem ser feitas até o dia 25 de junho, exclusivamente pelo site da Fundação Carlos Chagas (FCC), com taxa de R$ 180,00. Benefícios adicionais Os profissionais selecionados integrarão o Eixo Vínculo do Projeto Mais Médicos pelo Brasil, coordenado pelo Ministério da Saúde. Além do salário inicial, os médicos terão acesso a uma série de benefícios: Os aprovados poderão escolher entre três municípios ofertados, conforme a ordem de classificação.
Em MS, tratamento impede que 2,5 mil piscinas de esgoto sejam despejadas no meio ambiente

Dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), ano-base 2023, apontam que somente 49% do esgoto gerado no Brasil é tratado. Conforme análise do Instituto Trata Brasil, o volume significa que 5.481 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são lançadas diariamente no meio ambiente, contaminando os corpos hídricos e a rica biodiversidade brasileira. Em Mato Grosso do Sul, a atuação da Águas Guariroba e da Ambiental MS Pantanal, empresas Aegea, traz uma realidade diferente. O serviço de tratamento de esgoto desenvolvido pelas empresas impede que 2,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sejam despejadas em rios, córregos e solos por mês, evitando a contaminação e contribuindo para a preservação dos recursos naturais. Com metas de universalização estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento até 2033, Mato Grosso do Sul já colhe os frutos de um trabalho contínuo de investimento e modernização por meio da Parceria Público-Privada (PPP) estabelecida entre a Sanesul e a Ambiental MS Pantanal, além da concessão sob responsabilidade da Águas Guariroba. Em Campo Grande, por exemplo, a cobertura de coleta e tratamento ultrapassa os 94%, o que coloca a cidade entre as capitais com melhor desempenho no país. Só no último ano, a Águas Guariroba implantou mais de 210 quilômetros de redes coletoras de esgoto, conectando mais de 20 mil novas residências ao sistema e beneficiando aproximadamente 57 mil pessoas. Desde o ano 2000, a cobertura da rede de esgoto teve um crescimento de 75% na cidade. Em 2025, Campo Grande contará com uma terceira Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), aumentando assim sua capacidade de tratamento. A ETE Botas, localizada no bairro Jardim Colúmbia, na região norte da Capital, terá uma capacidade de tratamento de mais de 600 milhões de litros de esgoto por ano. “Desde que começou a atuar, a Águas Guariroba ampliou a cobertura de esgoto de 19% para mais de 94%, posicionando a capital como referência nacional em universalização do serviço. Esse avanço representa uma economia considerável em saúde pública e ganhos expressivos em qualidade de vida”, destaca o diretor-presidente. A expansão reforça a meta da concessionária de alcançar 98% de cobertura da rede de esgoto até 2029, colocando Campo Grande entre as primeiras capitais do país a atingir a universalização do serviço. Já no interior do Estado, a Parceria Público-Privada entre a Sanesul e a Ambiental MS Pantanal tem promovido avanços significativos no saneamento básico. A cobertura com rede coletora de esgoto saltou de 46,13% para 69,78%, em apenas quatro anos. “O nosso Estado vem consolidando um avanço expressivo na universalização do saneamento, especialmente no que diz respeito ao tratamento de esgoto. Esse crescimento é resultado de investimentos consistentes em infraestrutura e na modernização dos sistemas de coleta e tratamento, o que tem refletido diretamente na qualidade de vida da população sul-mato-grossense”, falou Gabriel Buim, diretor-presidente da Ambiental MS Pantanal e Águas Guariroba. Os resultados da atuação conjunta já se refletem na vida de mais de 1 milhão de sul-mato-grossenses, beneficiados pela ampliação da cobertura de esgotamento sanitário em 61 municípios e 1 distrito do estado. A chegada do saneamento não significa apenas obras ou infraestrutura física, ela representa um salto essencial em saúde pública, valorização urbana e inclusão social. “Até abril de 2026, nosso compromisso é entregar uma infraestrutura sólida e eficiente, com a meta de implantar mais de 824 quilômetros de redes coletoras em todo o estado. Estamos promovendo saúde, dignidade e sustentabilidade para milhares de famílias sul-mato-grossenses”, destaca Buim. Segundo o diretor executivo da Ambiental MS Pantanal, Clayton Bezerra, o compromisso da concessionária vai além da ampliação da cobertura. “Todo o ciclo do saneamento é contemplado, da coleta ao tratamento e destinação final dos efluentes. Atualmente, a estrutura operacional inclui 61 sistemas de coleta e tratamento, 71 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e 229 Estações Elevatórias de Esgoto (EEEs), com uma capacidade instalada de 7.951 metros cúbicos por hora, o equivalente a cerca de 190 mil metros cúbicos tratados diariamente. É com essa base sólida que preparamos nossas cidades para crescer de forma segura, inclusiva e ambientalmente responsável”, afirma Clayton Bezerra.
Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialista

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (10) a oferta de 3,5 mil bolsas no intuito de ampliar o número de médicos especialistas, com foco em regiões desassistidas. Do total de vagas, 3 mil visam fomentar a formação de residentes especialistas e 500 são para provimento imediato de médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota, a pasta informou que os 500 profissionais serão selecionados em edital do Mais Médicos Especialistas, com bolsas no valor de até R$ 10 mil por mês para uma carga de 20 horas semanais. A atuação será focada na prática em áreas prioritárias para a rede pública de saúde e a previsão é que as atividades comecem em setembro. Já as 3 mil bolsas de residência médica serão destinadas a profissionais que buscam qualificação. Neste caso, a formação segue o cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica, com a avaliação dos programas e o início das atividades previstos para março de 2026. Serão consideradas prioridade para distribuição das bolsas de residência médica as seguintes áreas: Amazônia Legal, Nordeste e regiões com numero de especialistas abaixo da média nacional. Poderão ser disponibilizadas bolsas para novos programas e para programas já existentes, desde que a instituição amplie o número de vagas ofertadas. Até o momento, segundo a pasta, 205 instituições já demonstraram interesse para 628 novos programas. Qualidade O ministério vai destinar ainda até R$ 200 mil para comissões estaduais de residência médica a fim de garantir a qualidade de programas de residência. As comissões são responsáveis pela avaliação dos programas de residência médica no país. A pasta informou que também vai apoiar financeiramente coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados com foco inicial nas seguintes áreas: anestesiologia, patologia e radioterapia Provimento No caso de provimento de médicos especialistas em regiões desassistidas, os profissionais, segundo a pasta, poderão contar com o suporte de hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Esses profissionais vão ter a maior parte da carga horária de sua atuação presencial em hospitais regionais, estaduais, municipais, policlínicas e ambulatórios do SUS”, explicou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço. De acordo com o ministério, as vagas, neste caso, são consideradas estratégicas e alinhadas a seis áreas classificadas como prioritárias no âmbito do programa Agora Tem Especialistas: oncologia, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral, anestesiologia e apoio diagnóstico. Parcerias A pasta anunciou parcerias no intuito de potencializar a formação de especialistas, incluindo entidades como Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Sírio-Libanês. Esses polos formadores, segundo o ministério, vão garantir suporte técnico, imersões presenciais, mentoria e acompanhamento pedagógico contínuo no processo de aprimoramento de especialistas.
Anvisa aprova uso do medicamento Mounjaro para perda de peso

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a utilização do medicamento Mounjaro para auxiliar na perda de peso. Fabricado pela farmacêutica americana Lilly, o remédio injetável tem como princípio ativo a tirzepatida e é mais uma das chamadas canetas emagrecedoras, assim como o Ozempic e o Wegovy (semaglutida) e o Saxenda (liraglutida). O fármaco já estava autorizado para uso no Brasil desde 2023, mas era indicado em bula apenas para o tratamento do diabetes tipo 2. Agora, também poderá ser prescrito para o emagrecimento de pessoas sem a doença, desde que elas tenham índice de massa corpórea acima de 30 kg/m², o que caracteriza obesidade, ou acima de 27 kg/m², na faixa de sobrepeso, em conjunto com alguma comorbidade. De acordo com o diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), Alexandre Hohl, a inclusão da nova indicação terapêutica para tirzeptatida “consolida a geração de medicamentos que podem modificar totalmente a vida das pessoas que vivem com excesso de adiposidade”. “A tirzepatida é inovadora, pois utiliza um duplo mecanismo hormonal (GLP-1 e GIP), enquanto as moléculas anteriores utilizam apenas o GLP-1. Todas são moléculas eficazes e seguras, sendo que agora temos um arsenal terapêutico mais amplo e com isso mais pessoas podem ser beneficiadas”, complementa. Preço e tratamento O Mounjaro começou a ser vendido no começo deste mês, mas o preço das canetas continua sendo uma barreira de acesso. A dose mensal do Mounjaro pode custar de R$ 1,4 mil a R$ 2,3 mil, dependendo da dose. Já os medicamentos com outros princípios ativos variam de R$ 600 a cerca de R$ 1 mil. O diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Fábio Moura, ressalta que essas drogas já se mostraram eficazes e seguras, mas o tratamento ainda demanda mudanças no estilo de vida. “Tem que manter uma alimentação adequada, tem que fazer exercício físico. Ou seja, não adianta só tomar esse remédio e não fazer outra parte. E por melhor que essas drogas sejam, elas têm seus efeitos colaterais, principalmente gastrointestinais, embora possivelmente tenham um efeito de proteção renal e hepática e sejam seguras do ponto de vista cardiovascular e psiquiátrico”, explica. Moura lembra também que as canetas não foram testadas em gestantes ou lactantes, logo, essas pessoas não devem usar o medicamento. Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Foto: REUTERS/George Frey/File Photo
Escorpiões causam 3 em cada 4 acidentes com animais peçonhentos em MS

Em Mato Grosso do Sul, os escorpiões seguem liderando os registros de acidentes com animais peçonhentos. Segundo a Coordenadoria Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica (CVSAT), entre 2023 e 2024 foram 13.227 notificações, e 75,7% delas foram causadas por escorpiões. 🔍 De janeiro de 2024 a janeiro de 2025, já foram contabilizados 6.101 casos, com destaque para os municípios: Principais espécies no estado: Esses animais se escondem em ralos, esgotos, entulhos e jardins, atraídos por locais escuros, úmidos e com insetos como baratas. 🚨 Em caso de picada, vá imediatamente a uma unidade de saúde e evite remédios caseiros. Ações preventivas recomendadas: