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Santa Casa terá 90 dias para reformar pronto-atendimento após acordo com o MPMS

A Santa Casa de Campo Grande assumiu o compromisso de reformar o setor de pronto-atendimento em até 90 dias. O acordo foi firmado após uma reunião com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), realizada na segunda-feira (14), e prevê que a obra será custeada com recursos próprios do hospital. A reforma tem como objetivo sanar irregularidades estruturais identificadas no setor de urgência e emergência, frequentemente afetado por episódios de superlotação. A reunião durou quase quatro horas e não contou com representantes da Prefeitura de Campo Grande. Crise em meio a impasse judicial A reforma ocorre em paralelo a uma disputa judicial envolvendo a Santa Casa e o Município de Campo Grande. O hospital reivindica o repasse de R$ 46 milhões em crédito suplementar – valor reconhecido como devido pela Justiça, mas ainda não liberado, pois o Município alega que o pagamento comprometeria outros serviços essenciais. O Tribunal de Justiça de MS (TJMS), por meio do desembargador Sérgio Fernandes Martins, suspendeu a execução provisória do repasse, alegando que a decisão de primeira instância desrespeitou princípios processuais, como o contraditório e a ampla defesa. Com isso, determinou a redistribuição do processo para nova análise, seguindo os trâmites legais. Apesar disso, a Justiça reconheceu a gravidade da crise na Santa Casa e reforçou que a responsabilidade pela gestão da saúde é da Prefeitura de Campo Grande, que deve agir com urgência para contornar a situação. Governo do Estado entra em cena com R$ 25 milhões Em paralelo à disputa judicial, o Governo de Mato Grosso do Sul anunciou um repasse emergencial de R$ 25 milhões à Santa Casa, que será feito em três parcelas mensais de R$ 8,3 milhões, com início em 20 de abril. O valor será transferido por meio do Fundo Municipal de Saúde. A medida ocorre após o Conselho Regional de Medicina (CRM-MS) recomendar a suspensão do envio de pacientes à unidade diante do colapso no atendimento. Superlotação e escassez de insumos A crise atingiu o ápice no fim de março, quando a Santa Casa enviou um ofício pedindo à Central de Regulação, Samu, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério Público a suspensão de novos encaminhamentos ao hospital. O setor de urgência, projetado para 13 leitos, estava com mais de 80 pacientes internados simultaneamente. Além da superlotação, a unidade alertou para a falta crítica de insumos, que comprometia o funcionamento adequado dos serviços de saúde.

Campo Grande realiza 1ª cirurgia com tecnologia Rezum: inovação no tratamento da próstata

Um marco para a urologia de Mato Grosso do Sul foi registrado no último fim de semana com a realização da primeira cirurgia com a tecnologia Rezum no estado. O procedimento foi realizado no Hospital Proncor, em Campo Grande, e representa uma nova alternativa minimamente invasiva para o tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB) – condição comum em homens acima dos 50 anos. A cirurgia foi conduzida pelo urologista Dr. Celso Pimenteira, com participação dos médicos Dr. André Macedo, responsável por trazer a inovação para a capital, Dr. Marcelo Murucci e Dr. José Ricardo Lino. “É um avanço significativo para a medicina local”, ressaltou Dr. Celso. “A técnica é especialmente indicada para pacientes que apresentam efeitos colaterais com o uso prolongado de medicamentos tradicionais.” O paciente, de 55 anos, buscava uma solução que não comprometesse sua qualidade de vida, especialmente a função erétil, bastante afetada pela medicação. “Ele me procurou depois de pesquisar sobre o Rezum, tecnologia que eu já vinha estudando. Os diferenciais desse procedimento são muitos: é pouco invasivo, tem recuperação rápida, alta no mesmo dia e, principalmente, preserva a ejaculação, o que é raro entre os tratamentos para HPB”, explicou o urologista. Menos agressiva, mais resultados A cirurgia com a tecnologia Rezum utiliza vapor de água para reduzir o volume da próstata, com resultados clínicos duradouros e baixa taxa de complicações. A inovação coloca o Hospital Proncor na vanguarda do tratamento urológico em Mato Grosso do Sul. Saúde da próstata exige acompanhamento contínuo A HPB não é câncer, mas pode coexistir com ele, e seus sintomas – como jato urinário fraco, dificuldade para urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e impacto na vida sexual – exigem atenção. “A cirurgia resolve os sintomas, mas não dispensa o acompanhamento regular. O câncer de próstata continua sendo uma ameaça silenciosa que exige exames preventivos como PSA e toque retal”, alerta Dr. Celso. A recomendação é que homens a partir dos 50 anos (ou 45, com histórico familiar) mantenham rotina de exames e cuidados preventivos. Alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, evitar o tabagismo e manter o peso são atitudes que protegem a saúde masculina como um todo. “Homem também precisa se cuidar. Procurar o médico cedo faz toda a diferença”, finaliza Dr. Celso Pimenteira. 📞 Agendamentos: 📲 (67) 99120-0338🌐 www.celsourologista.com📷 Instagram: drcelsoprudenciopimenteira

Vacinas mais modernas podem prevenir nova pandemia

A possibilidade de a gripe aviária se tornar uma pandemia continua preocupando as autoridades de saúde, e, na avaliação da presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, é preciso avançar na criação de vacinas mais eficazes, para evitar que isso aconteça. Uma das grandes esperanças é a vacina universal contra todos os tipos de influenza, que já apresentou resultados positivos. “É uma vacina de RNA mensageiro, e, na composição dela, foi colocado o sequenciamento genético de todos subtipos de influenza A e B, e se testou em furões e ratos. Primeiro, eles testaram, antígeno por antígeno, isoladamente, e a resposta imune foi muito boa. Então, eles passaram a testar nesses animais, as 20 cepas de uma vez. E o que eles viram foi uma indução de anticorpos para todas as 20 cepas, por pelo menos quatro meses após a vacinação”, explica a especialista. Vacinas específicas contra o vírus da gripe aviária já foram produzidas e existem estoques de emergência em cerca de 20 países, segundo Mônica. O Brasil aposta no imunizante que está sendo formulado pelo Instituto Butantan e que também já passou pela fase de testes em animais, com bons resultados. No momento, em conjunto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o instituto está convidando voluntários para os testes em humanos, enquanto aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciá-los. A presidente da Sbim reforça a importância do Brasil desenvolver uma vacina própria o mais rápido possível, para não precisar contar com a produção de empresas estrangeiras, caso seja necessário. Ela explica que o vírus da gripe aviária consegue desenvolver mutações e se adaptar para infectar organismos diferentes com muita rapidez. “Já são mais de 350 espécies, que não eram infectadas no começo, incluindo mamíferos, como gatos domésticos, que foram identificados na Polônia. E a mortalidade deste vírus é muito alta, porque nós não temos imunidade prévia contra ele”. “Se ele adquirir mais alguma mutação que aumente a adesão do vírus à célula do hospedeiro humano, ele vai conseguir ser transmitido de pessoa para pessoa. Esse é o problema. E segundo as evidências, falta muito pouco para esse vírus causar uma pandemia”, alerta Mônica Levi. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2003 até março deste ano, foram registrados 969 casos de infecções por gripe aviária em humanos, causadas pelo Influenza A H5N1, com 457 mortes. O que significa uma letalidade superior a 50%. No entanto, essa proporção de morte frente aos casos vem caindo desde 2015, e, neste ano, dos 72 casos registrados nas Américas, apenas dois levaram a óbito, um nos Estados Unidos e outro no México. Quase todos os registros de novas infecções estão nos EUA.   A contaminação em humanos ocorre após contato com animais infectados, e o número de surtos em aves e mamíferos não para de crescer. De outubro do ano passado a fevereiro deste ano, um período de cinco meses, foram registrados mais de 900 surtos em aves de criação e 1 mil em aves silvestres. Esses valores são superiores aos registrados durante toda a temporada anterior de circulação do vírus, de outubro de 2023 a setembro de 2024, um período de 12 meses. O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi confirmado em maio de 2023, e até hoje foram registrados 166 focos da doença, sendo 163 em aves silvestres e três em aves de criação. Diante do cenário mundial, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária por causa da doença. Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Tomaz Silva/Agência Brasil

MS em alerta máximo: cresce número de casos graves de doenças respiratórias, segundo Fiocruz

Mato Grosso do Sul está em situação crítica diante do avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme aponta o novo boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (10). O estado figura entre os de maior risco do país, com aumento expressivo nas internações, especialmente entre crianças pequenas, idosos e adultos jovens. De acordo com a análise da Fiocruz, o crescimento de casos está fortemente ligado ao vírus sincicial respiratório (VSR) e começa a mostrar também os primeiros sinais de elevação nos casos de influenza A, especialmente em Mato Grosso do Sul. Os dados são referentes à semana epidemiológica de 30 de março a 5 de abril. Segundo a pesquisadora Tatiana Portela, o momento exige atenção redobrada e medidas de prevenção imediatas. Ela reforça a importância da vacinação contra a gripe para os grupos prioritários, como crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes e idosos. “Quem apresentar sintomas gripais deve usar máscara ao sair de casa, em ambientes fechados e nos serviços de saúde”, orienta. No cenário nacional, o boletim mostra crescimento contínuo dos casos de SRAG nas últimas seis semanas, com destaque para as crianças de até dois anos. A maioria dos casos identificados é causada por VSR (50,4%), seguido de rinovírus (31,4%), influenza A (10,3%) e Sars-CoV-2 (9,2%). Entre os óbitos, a Covid-19 continua sendo a principal causa, com 57,9% dos casos positivos, seguida de influenza A (11%) e rinovírus (19,5%). Em Mato Grosso do Sul, além do impacto entre crianças, o aumento também começa a afetar jovens e idosos, indicando que o vírus da influenza A pode estar se espalhando com mais intensidade. A Fiocruz já considera que o estado está em nível de incidência classificado como “alto risco” para SRAG. Até o momento, o ano epidemiológico de 2025 contabiliza 31.796 notificações de SRAG em todo o Brasil. Desse total, 12.527 tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório, 14.113 deram negativo e outros 3.060 ainda aguardam análise laboratorial.

Drive-thru da vacinação contra gripe imuniza quase 4 mil pessoas em Campo Grande

Em apenas cinco dias de funcionamento, o drive-thru de vacinação contra a Influenza em Campo Grande aplicou 3.730 doses, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). A ação foi implementada para ampliar a cobertura vacinal diante do surto de gripe que tem causado superlotação nas unidades de saúde da Capital. A estratégia tem se mostrado eficiente ao facilitar o acesso da população à vacina, com atendimento direto nos veículos. “No sábado, chegamos a aplicar cerca de cinco doses por minuto, quase triplicando a expectativa inicial de 500 aplicações por dia”, destacou a enfermeira Maristela Chamorro. A colega Heloísa Lunardi informou que, no fim de semana, foram aplicadas 2.630 vacinas, sendo 1.470 no sábado (5) e 1.260 no domingo (6). Desde a abertura, na última quarta-feira (2), a procura tem sido constante, o que levou a equipe a intensificar os atendimentos. A vacinação gratuita segue disponível apenas para grupos prioritários, como idosos, crianças entre seis meses e seis anos, gestantes, puérperas, profissionais da saúde, professores e pessoas com comorbidades. O drive-thru funciona até o dia 17 de abril, no Quartel do Corpo de Bombeiros, localizado na Rua 14 de Julho. O atendimento ocorre de segunda a sexta, das 18h às 22h, e aos fins de semana das 7h às 11h e das 13h às 17h. A SES também informou que as 524 mil doses da vacina contra a gripe já foram distribuídas para os 79 municípios do Estado, após envio pelo Ministério da Saúde. A expectativa é ampliar gradualmente o público-alvo da campanha, conforme o avanço da imunização nos grupos prioritários.

Mude1Hábito: evento gratuito incentiva vida com mais saúde e qualidade em todas as idades

Promovido pela Unimed Campo Grande, programação acontece no dia 13 de abril, no Parque dos Poderes A hora de mudar chegou! No dia 13 de abril, a Unimed Campo Grande promove o Dia Nacional Mude1Hábito, um evento gratuito que já faz parte do calendário anual de ações da cooperativa e vai muito além da prática de atividades físicas, mas incentiva uma vida com mais saúde e qualidade para todas as idades. Com o objetivo de inspirar mudanças positivas no cotidiano das pessoas, o evento contará com aulas de alongamento, funcional e bike. Para as crianças, um playground animado e diversas brincadeiras, incluindo pintura facial, garantirão a diversão. E para completar o cronograma de atividades, a Feira da Sorte Unimed ofertará prêmios especiais para os participantes, e um DJ animará ainda mais a manhã de domingo. “O Dia Nacional Mude1Hábito reforça o compromisso da Unimed Campo Grande com a saúde e o bem-estar não só dos nossos beneficiários, mas de toda a população campo-grandense. E falar de hábitos saudáveis não se limita à prática regular de atividade física e uma alimentação balanceada, mas também de pequenas atitudes que contribuem para uma vida mais equilibrada, como ler mais, tomar mais água, abandonar vícios, praticar o autocuidado, cuidar da saúde mental, contemplar a natureza, cultivar amizades. Enfim, há uma infinidade de hábitos que ajudam a tornar a vida com mais qualidade e feliz, e esse é o propósito do nosso evento”, destaca Allison Victor Moreira, supervisor de Comunicação e Marketing da cooperativa. Mude1Hábito – é um movimento o Movimento Nacional da Unimed que promove o cuidado com a saúde, incentivando práticas saudáveis para que as pessoas possam viver mais e melhor.  A ideia é começar devagar, aos poucos, sem cobranças inatingíveis, e essas mudanças podem ser na alimentação mais equilibrada, na prática regular de atividade física, no cuidado com a saúde emocional, enfim, com tudo aquilo que traga mais qualidade de vida às pessoas. Serviço: O Dia Nacional Mude1Hábito acontece no dia 13 de abril, das 8h às 12h, na Avenida do Poeta nº 322 – Jardim Veraneio / Parque dos Poderes.

Justiça Federal realiza mutirão de atendimento e saúde em aldeia indígena de Caarapó

Nos dias 7 e 8 de abril, a aldeia Te’yi´kue, da etnia guarani kaiowá, localizada em Caarapó (MS), receberá o projeto “Caminho do Acordo”, uma iniciativa da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul que busca garantir acesso à Justiça e a serviços essenciais a populações em situação de vulnerabilidade social. O mutirão acontecerá das 9h às 16h, na Escola Estadual Indígena Yvy Poty, com atendimentos voltados a benefícios previdenciários como aposentadoria rural por idade, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão. Além dos serviços jurídicos, esta edição terá ações de saúde, promovidas em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Serão oferecidos atendimentos médicos, odontológicos, vacinação e realização de exames básicos. Os participantes devem apresentar documentos pessoais no local, para que os pedidos possam ser analisados diretamente por juízes federais, defensores públicos, procuradores e técnicos do INSS e da Funai. Havendo reconhecimento do direito, o acordo pode ser homologado na hora, sem necessidade de deslocamento posterior. O projeto é coordenado pelas Centrais de Conciliação da Justiça Federal, em articulação com a Defensoria Pública da União Foto: Divulgação/SED

Campanha de vacinação contra a gripe começa hoje

A campanha nacional de vacinação contra a influenza começa na próxima segunda-feira (7). A meta é imunizar 90% dos chamados grupos prioritários, que incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes. Também podem receber a dose: Doses De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante distribuído na rede pública protege contra três vírus do tipo influenza e garante uma redução do risco de casos graves e óbitos provocados pela doença. Para a vacinação deste ano, a pasta adquiriu um total de 73,6 milhões de doses. No primeiro semestre, 67,6 milhões de doses devem ser distribuídas para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. No segundo semestre, 5,9 milhões serão enviadas para o Norte. Inverno amazônico A campanha, este ano, será realizada em dois momentos: “Enquanto no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste o pico de casos ocorre no outono e inverno (abril a junho), na Região Norte, devido ao clima tropical e ao regime de chuvas, a maior circulação do vírus acontece no segundo semestre, geralmente entre setembro e novembro, o chamado inverno amazônico”, destacou o ministério. Eficácia e segurança Ainda de acordo com a pasta, a vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença. Em 2025, a dose contém as seguintes cepas: H1N1, H3N2 e B. A administração, de acordo com o ministério, pode ser feita junto a outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante é contraindicado para crianças menores de 6 meses e pessoas com histórico de anafilaxia grave após doses anteriores. “A influenza e a covid-19 continuam sendo ameaças para a saúde pública, especialmente para as pessoas não vacinadas”, ressaltou a pasta. Em 2024, a cobertura vacinal contra a gripe entre os públicos prioritários foi de 48,89% na Região Norte e 55,19% nas demais regiões. “O Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação e conta com a participação de toda a população. Vacinar-se é um ato de cuidado próprio e coletivo. As vacinas são seguras, eficazes e gratuitas.”

Saúde amplia acesso a medicamento para pacientes com doença falciforme

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (3) que vai incorporar o medicamento deferiprona para o tratamento da sobrecarga de ferro em pacientes com doença falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS). Em nota, a pasta destacou que, com a incorporação, qualquer pessoa que precise de tratamento para acúmulo excessivo de ferro no organismo, independentemente da causa, terá acesso a todas as alternativas terapêuticas disponíveis na rede pública. Segundo o ministério, o excesso de ferro é uma condição comum em pessoas que convivem com a doença falciforme em razão da necessidade de transfusões sanguíneas frequentes, realizadas para controlar crises de dor e outras complicações. “O acúmulo de ferro no organismo, se não tratado, pode causar danos graves a órgãos vitais como coração, fígado e glândulas endócrinas”, alertou o comunicado. Entenda De acordo com a pasta, a deferiprona é um quelante de ferro – substância que se liga ao ferro em excesso no corpo e facilita sua eliminação pela urina. “Além de reduzir os riscos por conta do acúmulo de ferro, o medicamento tem melhor posologia em relação a outras opções, facilitando na adesão ao tratamento.” Até então, o uso da deferiprona no SUS era restrito a pacientes com talassemia maior que não podiam utilizar a desferroxamina devido a contraindicações, intolerância ou dificuldades de administração. A doença falciforme é uma doença genética e hereditária que faz com que os glóbulos vermelhos tenham formato de foice. Essa alteração prejudica a circulação sanguínea, causando dor intensa, anemias, infecções e complicações em diversos órgãos. O Ministério da Saúde estima que, no Brasil, cerca de 60 mil pessoas vivam com a doença, que tem maior prevalência em pessoas negras. O tratamento inclui o controle dos sintomas, a prevenção de complicações e, em muitos casos, transfusões sanguíneas regulares.

Filme e projeto educacional alertam para racismo no atendimento médico

Diagnóstico tardio, erros médicos, dificuldade de acesso a exames. Com o objetivo de chamar atenção para experiências deste tipo vividas por pessoas negras na assistência médica, o curta-metragem Corpo Negro foi lançado na terça-feira (1º) com uma exibição seguida de uma mesa redonda no Cinema Estação do Shopping da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro. Disponível para acesso online, ele leva para a tela a jornada de um homem enfrentando a indiferença de profissionais que lhe atendem. O filme, que propõe uma reflexão sobre o racismo, foi dirigido por Nany Oliveira e produzido como parte do projeto Mediversidade, de iniciativa dos braços sociais de dois grupos empresariais do setor educacional. Lançado pelo Instituto de Educação Média (Idomed) e pelo Instituto Yduqs, ele reúne compromissos para um ensino mais diverso. Há a promessa de adoção de uma série de medidas em estabelecimentos vinculados aos dois grupos como Estácio, Ibmec, Damásio, Faculdade de Medicina de Açailância (Fameac) e Faculdade Pan Amazônica (Fapan). Diferentes estudos já conduziram a resultados que sugerem uma desigualdade preocupante no atendimento médico. Em 2018, uma pesquisa desenvolvida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) calculou que mulheres pretas e pardas tinham duas vezes mais chances de receber um diagnóstico tardio de câncer de mama em comparação com mulheres brancas. Os resultados foram publicados na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. >>> Câncer de mama: 2 em cada 10 mulheres negras se sentem discriminadas Um outro estudo publicado em 2023 indicou que pacientes negros têm mais chances de serem hospitalizadas em decorrência de erro médico em praticamente todas as regiões do país. A única exceção foi o Sul. Os resultados foram apresentados em um boletim produzido pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e pelo Instituto Çarê. A análise das causas de 66.496 internações ocorridas entre 2010 e 2021 indicou, por exemplo, que a probabilidade de um evento deste tipo envolvendo pessoas negras é 65,2% maior no Sudeste e 585,3% maior no Nordeste. Também em 2023, uma pesquisa elaborada pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. A conclusão foi obtida após análise dos óbitos registrados no ano anterior e foram considerados todos os casos que ocorreram em até 42 dias após o fim da gestação e que estavam relacionados a causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério. >>> Racismo afeta saúde desde o nascimento até a morte, diz especialista Nos Estados Unidos, há estudos apontando na mesma direção. Há dois anos, o Centro Médico de Boston estimou que, em média, pacientes negros receberam o diagnóstico associado ao Alzheimer aos 72,5 anos. A média para os brancos foi de 67,8 anos. Além disso, as taxas de realização de ressonância magnética para confirmar a doença era muito inferior entre pessoas negras. Os pesquisadores concluíram que os dados sugerem um atraso na detecção do declínio cognitivo em pacientes negros, bem como a falta de encaminhamento adequado para exames diagnósticos. O filme Corpo Negro traz, em letreiros, outros dados que indicam, por exemplo, que as consultas realizadas com pessoas brancas são mais demoradas. O curta-metragem destaca ainda que, apesar da invisibilidade dos pacientes negros, os seus corpos são os mais doados para estudos nos cursos de Medicina. Outro dado que o filme chama atenção é para a baixa quantidade de profissionais pretos. De acordo com dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 75,5% dos graduados em Medicina se declararam brancos e 19% pardos. Apenas 2,8% eram pretos. >>> Identificação e acolhimento motivam procura por médicos negros A proposta do Mediversidade, segundo o Idomed e o Instituto Yduqs, é oferecer respostas para esse cenário. Entre as medidas elencadas, está a realização de cursos gratuito de letramento étnico-racial para docentes, discentes e profissionais já formados; ampliação para 35% no número de vagas afirmativas no processo de contratação de professores; a revisão da matriz curricular da graduação para tornar o curso mais inclusivo; a priorização de projetos de pesquisa científica com foco em diversidade; a concessão de bolsas integrais para estudantes pretos e pardos; e a adoção de manequins negros nas aulas e simulados.