Famasul e Biosul renovam campanha que já evitou emissão de mais de 90 toneladas de CO₂

Reafirmando o compromisso com a sustentabilidade e com a cadeia de bioenergia, a Famasul e a Biosul renovaram a parceria na campanha “Movido Pelo Agro – Etanol”. A iniciativa estimula o uso de etanol, um combustível que gera menos impacto ambiental, além de ser produzido no estado. Por meio da iniciativa, colaboradores da Famasul que abastecem seus veículos com etanol podem cadastrar o cupom fiscal para participar de sorteios mensais de vouchers para abastecimento. A nova edição terá validade de 1º de junho de 2025 a 1º de abril de 2026, com regras atualizadas e uma nova comissão responsável. Na primeira edição, a campanha somou 91.971 litros de etanol abastecidos, evitando a emissão de mais de 90 toneladas de CO₂. A redução nas emissões de carbono corresponde ao plantio de mais de 600 árvores adultas. Sustentabilidade no agro A campanha reforça a relevância do etanol para a sustentabilidade, já que, por ser derivado de fontes renováveis como cana-de-açúcar e milho, apresenta um impacto ambiental significativamente menor em comparação aos combustíveis fósseis. Durante o cultivo, as plantas utilizadas na produção do etanol absorvem dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera. Quando o etanol é utilizado como combustível, esse mesmo CO₂ é liberado, formando um ciclo biogênico mais equilibrado já que o carbono emitido já havia sido capturado anteriormente pelas próprias plantas. Isso contrasta com os combustíveis fósseis, cujo carbono estava armazenado há milhões de anos. Esse conceito está alinhado ao Plano Estadual MS Carbono Neutro, também conhecido como Proclima. O Governo de Mato Grosso do Sul tem como objetivo a neutralidade de emissões líquidas, ou Carbono Neutro até 2030, tornando o estado referência em desenvolvimento sustentável. “Nós acreditamos que a sustentabilidade começa dentro de casa e, para a gente, essa casa é a Casa Rural. Desde 2020, colocamos em prática os princípios do ESG no nosso dia a dia. Um exemplo disso é que toda a frota da Famasul é abastecida com etanol, e incentivamos os nossos colaboradores a fazerem o mesmo. Renovar essa campanha é uma forma de mostrar, na prática, o nosso compromisso com um agro mais consciente, responsável e sustentável aqui em Mato Grosso do Sul”, afirma Marcelo Bertoni, presidente do Sistema Famasul. O crescimento expressivo da produção de bioenergia no estado, também reforça a relevância da campanha. De acordo com a Biosul, na safra 2024/2025, Mato Grosso do Sul produziu 4,2 bilhões de litros de etanol, sendo que 37% desse volume foi gerado a partir do milho. Para a próxima safra, a expectativa é alcançar 4,7 bilhões de litros, dos quais cerca de 2,07 bilhões serão de etanol de milho, consolidando o estado como o segundo maior produtor nacional desse biocombustível. “A parceria com a Famasul na campanha ‘Movido Pelo Agro – Etanol’ foi muito além do saldo ambiental positivo. Ela estabeleceu um diálogo direto com a sociedade sul-mato-grossense, mostrando que uma simples escolha no posto de combustível, como optar pelo etanol, valoriza um produto verde que é produzido no Estado, que reduz emissões de poluentes e fortalece a nossa economia com a geração de milhares de empregos, posicionando mais uma vez a agroindústria na vanguarda da transição energética do país”, destaca o presidente-executivo da Biosul, Amaury Pekelman. Assessoria de Comunicação da Famasul e da Biosul
Ibama aprova plano da Petrobras sobre fauna na Foz do Amazonas

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou o conceito do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF) apresentado pela Petrobras como parte do Plano de Emergência Individual (PEI), conforme informou a empresa petrolífera. O plano é uma das medidas para a obtenção da licença ambiental para perfuração de poço exploratório em águas profundas do litoral do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas. De acordo com o Ibama, “a aprovação do conceito do PPAF indica que o plano, em seus aspectos teóricos e metodológicos, atendeu aos requisitos técnicos exigidos e está apto para a próxima etapa: a realização de vistorias e simulações de resgate de animais da fauna oleada”. Na próxima e última etapa prevista no processo de licenciamento, a Petrobras e o Ibama realizarão uma simulação in loco das ações de resposta a emergência, a Avaliação Pré-Operacional (APO). Nesse exercício, será simulado um evento acidental de vazamento de óleo, com o objetivo de avaliar a eficácia do plano de emergência para a atividade de perfuração. O Ibama avaliará a eficiência dos equipamentos, a agilidade na resposta, o cumprimento dos tempos de atendimento à fauna previstos e a comunicação com autoridades e partes interessadas. O exercício envolverá mais de 400 pessoas e contará com recursos logísticos como embarcações de grande porte, helicópteros e uma sonda de perfuração, que será posicionada no local a ser perfurado. Nesta etapa, a Petrobras terá de demonstrar a capacidade de atuar com prontidão para poder receber a licença para perfuração do poço. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a “companhia vem cumprindo de forma diligente todos os requisitos e procedimentos estabelecidos pelos órgãos reguladores, licenciadores e fiscalizadores“. “Temos total respeito pelo rigor do licenciamento ambiental que esse processo exige. Estamos satisfeitos em avançar para essa última etapa e em poder comprovar que estamos aptos a atuar de forma segura na costa do Amapá. Vamos instalar na área a maior estrutura de resposta à emergência já vista em águas profundas e ultra-profundas”, explicou. De acordo com a companhia, “a confirmação da existência de petróleo na Margem Equatorial poderá abrir uma importante fronteira energética para o país, que se desenvolverá de forma integrada com outras fontes de energia e contribuirá para que o processo de transição energética ocorra de forma justa, segura e sustentável”. Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Crise climática pode provocar nova extinção em massa, diz pesquisador

Se a humanidade não conseguir reverter os efeitos das mudanças climáticas, a Terra pode sofrer uma extinção em massa, semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando cerca de 90% das espécies não conseguiram sobreviver às condições drásticas. O alerta é do pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, na Inglaterra, e um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas da publicação científica The Lancet. O estudioso abriu a programação do Forecasting Healthy Futures Global Summit, evento internacional sobre saúde e clima, que começou nesta terça-feira (8) no Rio de Janeiro. O Brasil foi escolhido para sediar a conferência porque vai receber a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro. Montgomery ressaltou que essa extinção já vem ocorrendo ─ “a maior e mais rápida que o planeta já viu, e somos nós que estamos causando isso”, frisou. Entretanto, a morte de espécies pode chegar a níveis catastróficos se o aumento da temperatura média global chegar a 3 graus Celsius (ºC) acima dos níveis pré-industriais. Em 2024, alcançamos um aumento recorde de 1,5º C, e cientistas estimam que se as ações atuais foram mantidas, especialmente no que se refere a emissão de gases do efeito estufa, esse aumento deve chegar a 2,7 °C até 2100. “Se continuarmos golpeando a base dessa coluna instável sobre a qual estamos apoiados, a própria espécie humana estará ameaçada. No ano passado, emitimos 54,6 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente na atmosfera — um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior. A concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”, explicou o especialista. E, de acordo com Montgomery, outras consequências drásticas poderão afetar a Terra bem antes disso. “Se alcançarmos, mesmo que temporariamente, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, teremos um colapso abrupto das camadas de gelo do Ártico. Sabemos que isso também vai causar uma desaceleração significativa da Circulação Meridional do Atlântico, da qual depende o nosso clima, nos próximos 20 ou 30 anos, provocando uma elevação do nível do mar em vários metros, com consequências catastróficas”. Ele chama atenção para outras causas do aquecimento global, como a emissão de metano, gás com potencial danoso 83 vezes maior do que o dióxido de carbono, liberado principalmente durante a exploração de gás natural. O cientista inglês também argumentou que ações imediatas de despoluição são essenciais para a própria economia mundial, que, prevê ele, deve reduzir em 20% ao ano, ou 38 trilhões de dólares, a partir de 2049, por causa dos efeitos das mudanças climáticas. Hugh Montegomery avalia que é importante pensar em medidas de adaptação a mudanças no clima, porque elas já estão afetando a saúde da população hoje, “mas isso não pode ser feito em detrimento de uma redução drástica e imediata nas emissões, porque não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.
Seminário Internacional propõe estratégias integradas para prevenir incêndios no Pantanal

Campo Grande sediou, nesta quarta-feira (2), o Seminário Internacional de Manejo Integrado do Fogo no Pantanal, reunindo especialistas, pesquisadores e autoridades do Brasil e de outros países para debater ações eficazes de prevenção e combate aos incêndios que ameaçam o bioma pantaneiro. O encontro teve como foco principal a troca de experiências e a articulação entre diferentes setores para fortalecer a política de Manejo Integrado do Fogo (MIF), especialmente diante do cenário preocupante de estiagem prolongada e elevação nos focos de calor. Para a pesquisadora Navashini Govender, com mais de 30 anos de experiência na área, a rapidez na identificação dos focos de incêndio é crucial. “Quanto mais cedo o fogo for detectado, maior a chance de controle com menor impacto ambiental”, explicou. A detecção precoce permite que os brigadistas atuem antes que o fogo se espalhe descontroladamente. O diretor de comunicação do Instituto S.O.S. Pantanal, Gustavo Figueiroa, reforçou que a união de esforços e o aprendizado com outros países são fundamentais para acelerar as soluções. “Estamos lidando com profissionais que já testaram estratégias bem-sucedidas em outras regiões do mundo. Precisamos aprender com os acertos e erros deles, porque o tempo para agir está se esgotando”, alertou. A preocupação é reforçada pelos números alarmantes: somente em 2024, mais de 2 milhões de hectares foram destruídos pelo fogo nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. De 1º de janeiro a 23 de julho, o bioma perdeu 802.875 hectares, um aumento de 2.362% em relação ao mesmo período de 2023. O total já supera inclusive os registros de 2020, ano considerado o mais destrutivo da história recente do Pantanal. Diante dessa realidade, o seminário enfatizou a importância da cooperação internacional, inovação tecnológica e capacitação contínua de brigadistas, visando minimizar os danos causados pelas queimadas e preservar um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta.
Imasul suspende licença de funcionamento da Praia da Figueira em Bonito

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) determinou, nesta quarta-feira (26), a suspensão por tempo indeterminado da licença de operação da Praia da Figueira, balneário turístico administrado pela empresa Empreendimentos Turísticos Alto do Formoso Ltda, localizado no município de Bonito. A decisão foi oficializada por meio da Portaria nº 1.537, assinada pelo diretor-presidente do Imasul, André Borges Barros de Araújo, e publicada no Diário Oficial do Estado. Com a medida, estão suspensas todas as atividades de flutuação e passeio ecológico terrestre no local, que devem ser imediatamente interrompidas pela empresa. O descumprimento da ordem pode resultar em sanções por infração ambiental. De acordo com o Imasul, a suspensão da Licença de Operação nº 27/2021, vinculada ao processo n° 71.404.632/2020, se deu pela necessidade de reavaliar o licenciamento ambiental do empreendimento. A medida foi tomada com base em legislações estaduais e federais que autorizam a revisão de empreendimentos com potencial poluidor em casos de irregularidades ou falhas administrativas. Além da suspensão, o balneário é alvo de investigação do Ministério Público Estadual, que apura a suspeita de captação ilegal de água do rio Formoso para abastecer uma lagoa artificial existente no local. Segundo as denúncias, bombas estariam sendo utilizadas para retirar água do rio e transferi-la para o reservatório artificial, sem autorização ambiental válida. A empresa responsável chegou a apresentar um documento declarando o uso de recurso hídrico, mas, conforme esclareceu o Imasul, tal documento não concedia permissão para a captação e utilização da água da maneira que vinha sendo realizada. A investigação do MP segue em andamento.
MS atinge recorde na produção de etanol e se consolida como referência em bioenergia e descarbonização

Mato Grosso do Sul alcançou um novo patamar no setor bioenergético ao registrar produção recorde de etanol na safra 2024/25. Com 4,2 bilhões de litros produzidos, o estado se firmou como o quarto maior produtor do país, demonstrando resiliência e inovação mesmo diante de desafios climáticos que impactaram a moagem da cana-de-açúcar. O crescimento expressivo se deve, em grande parte, à adoção do etanol de milho como fonte complementar. Atualmente, o etanol derivado do cereal representa 37% da produção total no estado. Essa diversificação tem sido estratégica, possibilitando a manutenção da produtividade mesmo com a redução de 5,1% na quantidade de cana processada. No total, 22 usinas estão em operação em MS, gerando aproximadamente 30 mil empregos diretos. O avanço está alinhado à meta estadual de neutralidade de carbono até 2030. Segundo dados da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), entre 2020 e 2024, as usinas do estado deixaram de emitir 13,7 milhões de toneladas de CO₂, o equivalente ao plantio de cerca de 89 milhões de árvores. Durante a Expocanas 2025, feira realizada em Nova Alvorada do Sul e considerada uma das maiores do segmento no estado, mais de 120 expositores se reuniram para debater soluções e tecnologias para o setor de bioenergia. O evento também foi palco para o fortalecimento de parcerias institucionais e reconhecimento de lideranças. Na cerimônia de abertura, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou o compromisso do governo com o setor. “O Mato Grosso do Sul vem investindo fortemente em bioenergia. Nossa competitividade em áreas como floresta plantada e proteína animal impulsiona esse setor que é estratégico para o crescimento sustentável do estado”, afirmou. Amaury Pekelman, presidente da Biosul, também ressaltou a importância do etanol de milho na estabilidade e crescimento da cadeia produtiva. “Essa complementaridade trouxe não apenas estabilidade diante das variações climáticas, mas também eficiência e avanços tecnológicos. O setor demonstrou sua capacidade de adaptação com resultados positivos”, disse. Para a próxima safra (2025/26), as projeções apontam para mais um ciclo de crescimento: a moagem de cana deve alcançar 50,5 milhões de toneladas — um aumento de 3,5% — e a produção de etanol pode atingir 4,7 bilhões de litros, o que representa alta de 11%. Como parte do reconhecimento ao trabalho em prol do setor, o secretário Jaime Verruck foi homenageado pela Embrapa Agropecuária Oeste e pela TCH Gestão Agrícola. A entrega da homenagem foi feita por Harley Nonato de Oliveira, chefe da Embrapa Dourados, e por José Trevelin Jr, da TCH Agrícola. O desempenho de MS no setor reforça sua posição de liderança na produção de energia limpa e na contribuição efetiva para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas, com geração de renda, empregos e inovação tecnológica. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc
Situação dos rios na Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica coletou dados em 112 rios durante o ano de 2024, em 14 estados com incidência de Mata Atlântica, e percebeu ligeira piora e estagnação em alguns pontos, e poucos registros de melhora, restritos a projetos pioneiros, além de um aumento pequeno mas sensível de pontos em que a qualidade das águas foi considerada ruim. O estudo recebeu apoio de uma rede de voluntários e cobriu 145 pontos de coleta em 67 municípios do Nordeste ao Sul do país, 18 pontos a mais do que o estudo anterior, com dados coletados em 2023. Em 7,6% dos pontos (11), as amostras apresentaram qualidade boa, enquanto 13,8% (20) foram classificados como ruins e 3,4% (5) atingiram a pior classificação, péssima. A predominância da qualidade regular, em 75,2% dos pontos (109), reforça o alerta sobre a vulnerabilidade dos recursos hídricos na Mata Atlântica, segundo o relatório. A melhor classificação, ótima, não foi encontrada em nenhum ponto de medição. São 16 parâmetros analisados, que remetem à Resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O levantamento produziu uma métrica batizada de Índice de Qualidade da Água (IQA), que atesta que os rios com qualidade ótima ou boa contam com condições adequadas para abastecimento, produção de alimentos e vida aquática equilibrada, enquanto aqueles classificados como regulares já apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer. Nos rios com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos, prejudicando tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos, e a saúde pública. É o caso do Rio Pinheiros, em São Paulo, há pelo menos 5 décadas com ocupação intensiva e despejo de esgoto direto. No começo dos anos 1960 ainda era possível navegar e pescar nele, assim como em centenas de rios menores, que foram canalizados na cidade, história que a TV Brasil contou em reportagem. Soluções “Por enquanto, o que a gente tem observado avançando a partir do marco legal do saneamento, de 2020, é o processo de privatização das empresas de saneamento, mas não necessariamente os investimentos estão aparecendo. O rio nos conta tudo, e ele está nos contando que ainda faltam esses investimentos”, explica Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios na SOS Mata Atlântica. “Também [o rio] nos conta que com as soluções tradicionais talvez a gente não chegue em 2033, que o marco preconiza como a data em que a gente tem que ter 99% das pessoas com acesso à água e 90% das pessoas com acesso à coleta e tratamento de esgoto”, alerta. Para Veronesi, as soluções convencionais não vão dar conta, em um cenário de emergências climáticas, sendo necessário aplicar soluções alternativas para atingir a universalização do saneamento, viáveis em áreas rurais ou em cenários isolados dentro de grandes cidades. “São comunidades isoladas, pequenas comunidades, em que o investimento para se levar a tubulações, quilômetros de tubulações para se coletar esse esgoto, não são viáveis”, diz o pesquisador. Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara, instalou um Tanque de Evapotranspiração – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil Uma dessas iniciativas para melhorar a qualidade de rios acontece no coração da maior cidade do país, São Paulo, no Butantã. O bairro na zona oeste é cortado por diversos riachos e córregos. Alguns deles correm próximos e afloram em uma fonte, com construções que nos remetem a antes da ocupação portuguesa. O Parque da Fonte Peabiru, em um terreno tombado, tornado de utilidade pública e municipalizado após décadas de luta da comunidade do Morro do Querosene, enfrentou por muitos anos poluição de esgoto doméstico, uma vez que a rede de saneamento da Sabesp não atendia a todas as casas do bairro. Em um projeto apoiado pela SOS Mata Atlântica e organizado por moradores, foi construído um sistema para descontaminação do Córrego da Fonte constituído por uma pequena rede coletora desse esgoto que o despeja em um Tanque de Evapotranspiração (Tevap), isolado do lençol freático. É um projeto de permacultura com conceitos de Soluções Baseadas na Natureza, que impede que os efluentes de cerca de 30 pessoas sejam lançados no parque, que ainda não foi oficialmente aberto à população. Parte dos moradores se junta todo domingo de manhã para limpeza e melhorias no espaço. Moradora da região há algumas décadas, Cecília Pellegrini considera que esse tipo de esforço, de soluções no micro, são necessárias. “Nós do bairro convivíamos com o mau-cheiro e a poluição, mas desde dezembro, quando terminamos o sistema Tevap, o problema acabou. A água está limpa. É o tipo de solução que representa o futuro, que trata aqui, no local, ao invés de jogar esse esgoto para ser tratado longe, com perda e contaminação no caminho”, comemora Cecília Pellegrini. Para Cecília, é uma solução que ainda beneficia o bairro com bananeiras, girassóis e uma dezena de plantas que fazem a filtragem e devolvem a umidade ao entorno, que conta com árvores centenárias e o carinho da comunidade. Cecília Pellegrini participou do projeto de descontaminação do Córrego da Fonte, no Parque Municipal da Fonte – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil O estudo reforça que a insuficiência das estruturas de saneamento básico ainda é o principal elemento a determinar a ausência de melhorias. Cerca de 35 milhões de brasileiros seguem sem acesso à água potável e metade da população do país não têm tratamento de esgoto. Foram identificados casos pontuais de melhoria, que “demonstram o potencial de recuperação quando há mobilização e políticas adequadas, mas exige um esforço coordenado entre sociedade, governos e empresas”, segundo a pesquisa. Um desses exemplos é o Córrego Trapicheiros, na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou uma melhora de qualidade regular para boa, assim como os rios Sergipe e do Sal, em Sergipe. Em São Paulo, o Córrego São José, na capital, saiu da classificação ruim para regular. O relatório apontou a piora no Rio Capibaribe, em Pernambuco, e no Rio Capivari, em Florianópolis, onde houve impacto significativo de despejo irregular de esgoto. “A ausência de fiscalização adequada e a expansão urbana desordenada contribuem para esse cenário de
MS ganha destaque internacional com Lei do Pantanal e Programa MS Carbono Neutro

Mato Grosso do Sul foi reconhecido internacionalmente por suas ações ambientais inovadoras. Durante o G20, realizado no Rio de Janeiro, representantes do estado apresentaram a Lei do Pantanal e o Programa MS Carbono Neutro, iniciativas pioneiras que reforçam o compromisso do estado com a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas. A Lei do Pantanal, em vigor desde fevereiro de 2024, estabelece regras para a conservação e o uso sustentável do bioma, protegendo a biodiversidade e promovendo práticas sustentáveis para atividades econômicas na região. Já o Programa MS Carbono Neutro tem como meta neutralizar as emissões de carbono do estado até 2030, por meio de incentivos à restauração florestal, uso de energias renováveis e implementação de práticas agropecuárias sustentáveis. O reconhecimento dessas iniciativas em um evento global como o G20 reforça a posição de Mato Grosso do Sul como um estado comprometido com o desenvolvimento sustentável. O governador Eduardo Riedel destacou a importância dessas ações para garantir equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental, fortalecendo a imagem do estado como referência em sustentabilidade.
Novo estudo alerta que mundo está próximo ao limite de 1,5°C de aquecimento

O estudo destaca que desde 1850, há uma relação linear entre CO2 e aumento de temperatura. Dados de gelo são considerados mais precisos que medições antigas. Os pesquisadores estimam que o aquecimento humano atingiu cerca de 1,49°C em 2023, próximo ao limite de 1,5°C.
Prêmio Águas Guariroba de Jornalismo Ambiental 2024 bate recorde de inscrições e premiará com mais de R$ 100 mil

Os trabalhos inscritos concorrem a um total de R$ 100 mil em premiações, com destaque para temas sobre recursos hídricos e saneamento básico em Campo Grande.