O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira (25), a “estrutura arcaica e excludente” da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante um evento do G20 no prédio das Nações Unidas, em Nova York, ele pediu maior inclusão de países da América Latina e da África para ajudar na resolução de conflitos globais.
Lula afirmou que criticar sem agir não traz resultados, destacando que reconhecer falhas é o primeiro passo para construir um sistema melhor. “Cada dia que passa com uma estrutura arcaica e excludente é um dia perdido para solucionar as graves crises que assolam a humanidade”, enfatizou o presidente.
O presidente apontou que a ONU enfrenta uma “crise de confiança” e defendeu a inclusão de mais países da América Latina e África como membros permanentes nos comitês da organização. Ele mencionou a possibilidade de o Brasil apresentar uma proposta de revisão da carta da ONU, com base no artigo 109. Lula destacou que, apesar das visões diferentes sobre a reforma da governança global, a necessidade de mudança é urgente.
Lula também criticou a distribuição desigual de assentos em fóruns internacionais. Segundo ele, países ricos ocupam cadeiras exclusivas, enquanto países florestais e megadiversos precisam dividir assentos em fundos verdes. Ele pediu que a comunidade internacional tenha coragem para romper esse ciclo de exclusão e enfatizou que o multilateralismo está sendo substituído por arranjos unilaterais.
“A falta de representatividade nas organizações internacionais prejudica nossa capacidade de resposta”, afirmou Lula. Ele ressaltou que, se os países ricos buscam apoio do mundo em desenvolvimento, o sul global precisa estar representado nos principais fóruns de decisão. O Brasil continuará presidindo o G20 até 30 de novembro de 2024.