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Julgamento sobre desastre de Mariana começa em Londres com mais de 620 mil vítimas buscando justiça

O processo envolve 620 mil vítimas, incluindo 23 mil pessoas de comunidades quilombolas e indígenas, e a previsão é de que o julgamento se estenda até março de 2025, com a decisão final esperada para meados do ano que vem.

O julgamento do rompimento da barragem de Fundão, ocorrido em 2015 em Mariana, Minas Gerais, começou nesta semana em Londres. A ação coletiva responsabiliza a mineradora BHP pelo maior desastre ambiental do Brasil, com indenizações estimadas em £ 36 bilhões (cerca de R$ 265 bilhões). O processo envolve 620 mil vítimas, incluindo 23 mil pessoas de comunidades quilombolas e indígenas, e a previsão é de que o julgamento se estenda até março de 2025, com a decisão final esperada para meados do ano que vem.

Os advogados das vítimas argumentam que a BHP tinha controle sobre as operações da barragem e estava ciente dos riscos de rompimento, caracterizando negligência. O rompimento causou 19 mortes e a liberação de 44 milhões de metros cúbicos de rejeitos, devastando 46 municípios e afetando o ecossistema do rio Doce, além de alcançar o oceano Atlântico. A Vale, que também era proprietária da Samarco, já fez um acordo no Brasil e não está incluída neste processo.

Durante o julgamento, o direito ambiental brasileiro será aplicado, mesmo com a corte inglesa conduzindo o caso. Isso ressalta a importância do Brasil na proteção ambiental global, especialmente em tempos de crise climática. Segundo a advogada Ana Carolina Salomão, o caso pode impor novas exigências às multinacionais, reforçando a responsabilidade ambiental em países do hemisfério sul.

Representantes das vítimas, como indígenas e quilombolas, estão presentes em Londres para acompanhar o julgamento. Pamela Fernandes, que perdeu sua filha Emanuelle no desastre, afirmou que, além de indenizações, as famílias querem justiça e punição para os responsáveis. Para ela e outros afetados, o julgamento é uma oportunidade de expor a verdade e garantir que o crime não fique impune.

Foto: Antonio Cruz

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