Em São Bernardo do Campo, Luciana Nietto precisou improvisar para manter sua filha Heloísa, de 18 anos, viva durante um apagão que deixou milhares de residências sem energia elétrica. Diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME), Heloísa depende de ventilação mecânica para respirar. Sem resposta imediata da Enel, concessionária de energia, Luciana recorreu à bateria do carro para alimentar o respirador da filha.
Com o nobreak falhando e a energia elétrica demorando a ser restabelecida, Luciana conectou o aparelho à bateria do carro usando extensões elétricas, mas o sistema começou a oscilar. Um vizinho ajudou a família, levando o equipamento a uma casa com energia e puxando uma extensão para manter o respirador em funcionamento.
Além do respirador, Heloísa depende de outros aparelhos, como concentrador de oxigênio e aspirador de secreção, todos dependentes de energia elétrica. A mãe também relatou que os medicamentos da filha, que precisam ser refrigerados, foram perdidos durante o apagão, gerando mais apreensão.
A equipe da Enel só chegou à casa de Luciana após 40 horas, depois de um vídeo que viralizou nas redes sociais. A concessionária retomou o contato após a repercussão do caso. Cidades da Grande São Paulo ainda enfrentam problemas de fornecimento de energia, e o governo federal estipulou um prazo de três dias para a normalização.
Matéria: Bruna Querino