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Justiça garante continuidade de tratamento a criança autista em Três Lagoas

A Justiça determinou que um plano de saúde mantenha o custeio do tratamento de uma criança de 5 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Três Lagoas. A decisão atendeu a pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, após os pais da menina serem informados de que a clínica onde ela realiza terapia deixaria de ser credenciada a partir de fevereiro deste ano. Segundo os pais, a filha realiza sessões desde 2023 em uma clínica especializada, onde vem apresentando avanços importantes no desenvolvimento da fala, interação social e autonomia nas tarefas do dia a dia. O tratamento é baseado na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), com acompanhamento contínuo da mesma equipe multidisciplinar. Relatórios médicos e terapêuticos apontam que o vínculo criado com os profissionais é parte essencial do progresso da criança, e que uma interrupção abrupta poderia causar regressão. “A quebra desse vínculo pode gerar prejuízos significativos, já que a previsibilidade e a rotina são fundamentais no acompanhamento de pessoas com TEA”, destacou o defensor público Flávio Antonio de Oliveira, responsável pela ação. O Judiciário reconheceu o risco à saúde da criança e determinou a manutenção do atendimento na clínica atual, reforçando que mudanças sem justificativa técnica violam princípios fundamentais, como o direito à saúde e à dignidade da pessoa humana. Com a decisão, os pais poderão garantir que a filha siga o tratamento com segurança e estabilidade, elementos considerados indispensáveis para sua evolução clínica. Fonte: Correio do Estado

MEC abre inscrições para apoio e financiamento de cursinhos populares

A partir de terça-feira (22), o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), abre as inscrições para a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). A iniciativa selecionará 130 propostas de cursinhos populares gratuitos voltados a preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares que dão acesso às instituições de ensino superior.  O edital foi publicado no site da Fiocruz.  As inscrições poderão ser feitas no portal Prosas até o dia 6 de maio. Terão prioridade os cursinhos populares que não recebem apoio financeiro direto ou indireto. A relação com todos os inscritos deverá ser divulgada em 7 de maio, no portal do MEC. O objetivo da CPOP é garantir suporte técnico e financeiro para a preparação dos estudantes da rede pública socialmente desfavorecidos, em especial negros, indígenas e pessoas com deficiência, que buscam ingressar no ensino superior.  As propostas dos cursinhos deverão estar alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e ao conteúdo programático do Enem, com carga horária mínima de 20 horas semanais. Também é necessário contemplar atividades complementares de promoção da saúde e de formação antirracista, anticapacitista e de promoção da cidadania.  Segundo o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, os cursinhos populares são trincheiras de resistência e de luta pela democratização do acesso ao ensino superior.  “Em um país marcado pela desigualdade, são nesses espaços, em conjunto com a política de cotas, que se constroem estratégias e ferramentas para avançar na educação superior para juventude periférica”, afirma. “Por isso, é urgente que esses cursinhos sigam existindo e se inscrevam no edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, para obter apoio didático, financeiro e de capacitação para professores”, acrescenta Hugo. Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2024-2025, a rede apoiará 130 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando até 5.200 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 99 milhões, com cerca de 324 cursinhos populares apoiados.   CPOP Os principais objetivos da Rede Nacional de Cursinhos Populares são:  Agência Brasil Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

UEMS lidera inclusão ao garantir cotas indígenas em todos os cursos do Brasil

A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) tornou-se a primeira instituição de ensino superior no Brasil a assegurar, por lei, a reserva de 10% das vagas para indígenas em todos os seus cursos de graduação — uma iniciativa pioneira que se transformou em modelo nacional de inclusão e respeito à diversidade. Essa política pública reflete o compromisso da universidade com a promoção da equidade no acesso à educação e com o fortalecimento das culturas originárias. Em 2024, mais de 600 estudantes indígenas estão matriculados na UEMS, a maioria em cursos presenciais. 📚 Histórias que inspiram: Tonico Benites Filho da comunidade indígena Jaguapiré, Tonico Benites começou sua trajetória como professor em uma escola de sapé. Após completar o magistério, ingressou no curso Normal Superior da UEMS e, mesmo com dificuldades financeiras, prosseguiu até o pós-doutorado na França e na Alemanha. Hoje, ele é professor da própria universidade que o formou e um dos principais nomes da educação intercultural no país. Tonico ajudou a transformar sua aldeia, que passou de 300 habitantes e uma escola improvisada, para uma comunidade com escola polo, Ensino Médio completo e mais de mil moradores. Sua filha hoje cursa Letras na UEMS. 🎓 Leosmar Terena: da aldeia à ONU e ao Ministério Outro exemplo é o de Leosmar Antonio, indígena Terena, que viu sua vida mudar após ver um comercial sobre o vestibular da UEMS. Ele se formou em Ciências Biológicas, fez mestrado e doutorado, foi bolsista da Embrapa e atuou como professor em sua aldeia e na UFMS. Com o acúmulo de experiência, foi convidado a trabalhar no Ministério dos Povos Indígenas, em Brasília, onde assumiu o cargo de coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena. Entre suas atribuições está a reestruturação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). 🌿 Educação como ponte para a transformação Desde 2002, a UEMS implementou por lei a política de cotas específicas para indígenas e foi além: criou cursos voltados especialmente para os povos originários, como o Curso Normal Superior Indígena, a Pedagogia Intercultural e a Agroecologia Intercultural, com turmas presenciais e para indígenas em situação de privação de liberdade. Essas ações posicionam Mato Grosso do Sul como único estado com legislação própria que garante esse acesso e consolidam a UEMS como uma referência nacional em inclusão educacional.

Matrículas no ensino profissionalizante crescem em 2024

O ensino profissionalizante no Brasil registrou em 2024 um total de 2,57 milhões de matrículas, o que representa um crescimento de 2,4 vezes em relação ao registrado em 2023. Desse total, 1,57 milhão de matrículas estão na rede pública.  Os dados da educação profissional e tecnológica (EPT) no ensino médio são do Censo Escolar 2024. Se considerado o ensino médio regular combinado com curso técnico ou de magistério, a proporção de matrículas no ensino médio regular nestes programas vocacionais cresceu de 12,5% do total de matrículas em 2021 para 17,2%, no ano passado. Ao divulgar o Censo nesta quarta-feira (9), o ministro da Educação, Camilo Santana, comentou que o governo trabalha para ampliar as matrículas do ensino técnico no ensino médio brasileiro.  “Nosso desejo é colocar o Brasil nos patamares dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]. É ousadia minha?”, perguntou Camilo. Entre os estados, o destaque do ensino profissional e tecnológico é o Piauí, com a proporção de 52,4% da matrícula no ensino médio regular nos chamados programas vocacionais. Sobre a distribuição da matrícula de educação profissional na rede pública, 74,3% são em cursos oferecidos na rede pública estadual; 21,4%, na federal; e 4,3% na rede municipal. Metas e investimentos O atual Plano Nacional de Educação (PNE) – de 2014 a 2025 – prevê alcançar 4,8 milhões de matrículas da educação profissional técnica de nível médio. Na educação de jovens e adultos, a meta do PNE prevê a oferta de, no mínimo, 25% das matrículas nos ensinos fundamental e médio da EJA, na forma integrada à educação profissional. Para isso, o governo federal está implantando 102 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) em todo o Brasil, com investimento de R$ 2,5 bilhões. O objetivo é oferecer 140 mil novas vagas, prioritariamente de cursos técnicos integrados ao ensino médio em todo o país. Além disso, o MEC divulgou que tem repassado mais R$ 1,4 bilhão para a melhor os institutos federais existentes. Para fortalecer e ampliar essa modalidade de ensino, o governo federal instituiu também o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que cria condições para que os governos estaduais revertam parte dos juros de suas dívidas com a União em matrículas de educação profissional técnica de nível médio, a partir de 2026.  “Com o Propag, priorizamos que os recursos que serão investidos pelos estados pactuados com o Ministério da Fazenda sejam para ampliar as matrículas do ensino técnico no ensino médio brasileiro”, frisou o ministro da Educação, Camilo Santana. Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil

Policiais de MS passam por capacitação para reforçar cumprimento de medidas protetivas em casos de violência doméstica

Em uma iniciativa para fortalecer a proteção de mulheres vítimas de violência, 62 profissionais – entre policiais militares, civis e servidores do Judiciário – iniciaram nesta terça-feira (2) um curso de formação na Escola Judicial de Mato Grosso do Sul (EJUD-MS), em Campo Grande. A capacitação prepara os participantes para atuar como oficiais de justiça no cumprimento de medidas protetivas de urgência, como a retirada do agressor do lar e o impedimento de aproximação. A turma é composta por 42 policiais militares, 12 policiais civis e 8 servidores do Judiciário. Todos se voluntariaram para compor a rede de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade, e devem começar as atividades até o início de maio. O curso oferece conteúdo teórico e prático, incluindo noções jurídicas, Lei Maria da Penha, elaboração de certidões judiciais, e orientações sobre como abordar e acolher vítimas. Segundo a juíza Kelly Gaspar Duarte, coordenadora pedagógica da EJUD-MS, o objetivo é garantir o cumprimento qualificado e humanizado das medidas protetivas. Os dados reforçam a necessidade da ação: só em 2024, já foram registrados cerca de 5.500 boletins de ocorrência por violência doméstica em Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Em 2023, o Tribunal de Justiça de MS (TJMS) expediu aproximadamente 5 mil medidas protetivas.

IFMS abre inscrições para concurso de professores substitutos com salários de até R$ 9 mil

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) está com inscrições abertas para o processo seletivo de professores substitutos no campus de Campo Grande. As vagas são limitadas — apenas 6 oportunidades — com salários que podem chegar a R$ 9.058,29, além de R$ 1.000 de auxílio-alimentação. As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de abril, com taxa de R$ 50, que deve ser paga até o dia 14, exclusivamente em agências do Banco do Brasil. A seleção será composta por prova didática e avaliação de títulos, ambas de caráter eliminatório e classificatório, marcadas para o dia 26 de abril, às 8h. A remuneração varia conforme a titulação do candidato: Para participar, o interessado não pode ocupar cargo com dedicação exclusiva, nem ter atuado como professor substituto nos últimos dois anos. Também não pode integrar sociedade privada como administrador ou sócio-gerente. O edital completo com os requisitos e áreas de atuação está disponível no site oficial do IFMS.  Clique aqui para se inscrever.

Filme e projeto educacional alertam para racismo no atendimento médico

Diagnóstico tardio, erros médicos, dificuldade de acesso a exames. Com o objetivo de chamar atenção para experiências deste tipo vividas por pessoas negras na assistência médica, o curta-metragem Corpo Negro foi lançado na terça-feira (1º) com uma exibição seguida de uma mesa redonda no Cinema Estação do Shopping da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro. Disponível para acesso online, ele leva para a tela a jornada de um homem enfrentando a indiferença de profissionais que lhe atendem. O filme, que propõe uma reflexão sobre o racismo, foi dirigido por Nany Oliveira e produzido como parte do projeto Mediversidade, de iniciativa dos braços sociais de dois grupos empresariais do setor educacional. Lançado pelo Instituto de Educação Média (Idomed) e pelo Instituto Yduqs, ele reúne compromissos para um ensino mais diverso. Há a promessa de adoção de uma série de medidas em estabelecimentos vinculados aos dois grupos como Estácio, Ibmec, Damásio, Faculdade de Medicina de Açailância (Fameac) e Faculdade Pan Amazônica (Fapan). Diferentes estudos já conduziram a resultados que sugerem uma desigualdade preocupante no atendimento médico. Em 2018, uma pesquisa desenvolvida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) calculou que mulheres pretas e pardas tinham duas vezes mais chances de receber um diagnóstico tardio de câncer de mama em comparação com mulheres brancas. Os resultados foram publicados na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. >>> Câncer de mama: 2 em cada 10 mulheres negras se sentem discriminadas Um outro estudo publicado em 2023 indicou que pacientes negros têm mais chances de serem hospitalizadas em decorrência de erro médico em praticamente todas as regiões do país. A única exceção foi o Sul. Os resultados foram apresentados em um boletim produzido pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e pelo Instituto Çarê. A análise das causas de 66.496 internações ocorridas entre 2010 e 2021 indicou, por exemplo, que a probabilidade de um evento deste tipo envolvendo pessoas negras é 65,2% maior no Sudeste e 585,3% maior no Nordeste. Também em 2023, uma pesquisa elaborada pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. A conclusão foi obtida após análise dos óbitos registrados no ano anterior e foram considerados todos os casos que ocorreram em até 42 dias após o fim da gestação e que estavam relacionados a causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério. >>> Racismo afeta saúde desde o nascimento até a morte, diz especialista Nos Estados Unidos, há estudos apontando na mesma direção. Há dois anos, o Centro Médico de Boston estimou que, em média, pacientes negros receberam o diagnóstico associado ao Alzheimer aos 72,5 anos. A média para os brancos foi de 67,8 anos. Além disso, as taxas de realização de ressonância magnética para confirmar a doença era muito inferior entre pessoas negras. Os pesquisadores concluíram que os dados sugerem um atraso na detecção do declínio cognitivo em pacientes negros, bem como a falta de encaminhamento adequado para exames diagnósticos. O filme Corpo Negro traz, em letreiros, outros dados que indicam, por exemplo, que as consultas realizadas com pessoas brancas são mais demoradas. O curta-metragem destaca ainda que, apesar da invisibilidade dos pacientes negros, os seus corpos são os mais doados para estudos nos cursos de Medicina. Outro dado que o filme chama atenção é para a baixa quantidade de profissionais pretos. De acordo com dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 75,5% dos graduados em Medicina se declararam brancos e 19% pardos. Apenas 2,8% eram pretos. >>> Identificação e acolhimento motivam procura por médicos negros A proposta do Mediversidade, segundo o Idomed e o Instituto Yduqs, é oferecer respostas para esse cenário. Entre as medidas elencadas, está a realização de cursos gratuito de letramento étnico-racial para docentes, discentes e profissionais já formados; ampliação para 35% no número de vagas afirmativas no processo de contratação de professores; a revisão da matriz curricular da graduação para tornar o curso mais inclusivo; a priorização de projetos de pesquisa científica com foco em diversidade; a concessão de bolsas integrais para estudantes pretos e pardos; e a adoção de manequins negros nas aulas e simulados.

TCE reprova contas do Fundeb de Anastácio

O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) julgou irregulares as contas de gestão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) do município de Anastácio, referentes ao ano de 2021. A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial do TCE nesta terça-feira (1º). Segundo o acórdão, o então responsável pelo fundo, Lincoln Sanches Pellicioni, não apresentou diversos documentos exigidos pela legislação estadual, como demonstrativos de aplicação de recursos, número de alunos atendidos, entre outras informações previstas na Lei Complementar Estadual nº 160/2012. O relator do processo, conselheiro substituto Leandro Lobo Ribeiro Pimentel, destacou que a ausência dos documentos comprometeu a análise técnica das contas e determinou a aplicação de multa de 50 Uferms, equivalente a aproximadamente R$ 2.500. O ex-gestor tem 45 dias para quitar a multa, sob pena de cobrança judicial. O Tribunal também recomendou que a atual administração do Fundeb em Anastácio adote medidas corretivas para garantir a regularidade da prestação de contas nos próximos exercícios.

Jogo educativo em Realidade Virtual propõe combate à dengue com inovação tecnológica em MS

Unir inovação tecnológica, educação e responsabilidade social: esse é o propósito do projeto “Todos Enfrentam a Dengue”, uma iniciativa desenvolvida pela Federação de Esportes Eletrônicos e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (FESPMS), em parceria com o Senac Hub Academy, e apoio do Governo do Estado por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da E-INOVCG. O projeto utiliza a tecnologia da Realidade Virtual (VR) para transformar a conscientização sobre o combate à dengue em uma experiência imersiva e educativa. A proposta é levar os usuários a ambientes interativos, onde possam identificar e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti, de forma prática e gamificada. “Os participantes exploram ambientes interativos, identificam e eliminam criadouros do mosquito Aedes aegypti, transformando o aprendizado em uma experiência envolvente e prática”, explica Mario Marcio Alves Marietti, Consultor de Educação Profissional do Núcleo de Inovação em TI do Senac Hub Academy. O projeto está em fase inicial e entrará em pré-incubação já na segunda semana de abril, utilizando a infraestrutura do Senac Hub Academy, com apoio da equipe técnica da FESPMS e mentoria de docentes especializados. A iniciativa contará com a participação de 10 alunos da Rede Estadual, oriundos dos cursos Técnico em Programação de Jogos Digitais e Assistente de Produção 3D, da SED (Secretaria de Estado de Educação), que atuarão diretamente no desenvolvimento do game como bolsistas. “Esta iniciativa representa um avanço significativo no uso da tecnologia para o bem social, utilizando a realidade virtual para conscientizar e educar a população sobre o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti”, afirma Weverton Ramires, presidente da FESPMS.“Acreditamos que, quando o jogo estiver finalizado, ele poderá ser levado aos quatro cantos do estado, ampliando seu impacto e promovendo a prevenção de forma inovadora e acessível”, completa. O lançamento oficial do projeto de pré-incubação acontece na quarta-feira, dia 9 de abril, às 9h, no Senac Hub Academy, localizado na Rua Francisco Cândido Xavier, 75 – Centro, Campo Grande. Durante o evento, os participantes poderão conhecer de perto a metodologia, os diferenciais tecnológicos e os jovens talentos da rede pública de ensino envolvidos nessa missão de impacto social e educativo. Mais informações estão disponíveis pelas redes sociais @FespMS e @SenacHubAcademy no Instagram ou pelo telefone (67) 9 9217-6146 (Weverton).

Detecção precoce do autismo ajuda na alfabetização e inclusão escolar

Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a neurocientista e biomédica Emanoele Freitas começou a perceber que o filho, Eros Micael, tinha dificuldades para se comunicar quando ele tinha 2 anos. “Foi, então, que veio o diagnóstico errado de surdez profunda. Só com 5 anos, com novos exames, descobriu-se que, na realidade, ele ouvia bem, só que ele tinha outra patologia. Fui encaminhada para a psiquiatra, e ela me deu o diagnóstico de autismo. Naquela época, não se falava do assunto”, diz a mãe do jovem, que hoje tem 21 anos. Ser de um grau menos autonomo do espectro autista, também chamado de nível 3 de suporte, trouxe muitas dificuldades na vida escolar, que Eros frequentou até o ensino fundamental, com quase 15 anos. “O Eros iniciou na escola particular e, depois, eu o levei para a escola pública, que foi onde eu realmente consegui ter uma entrada melhor, ter uma aceitação melhor e ter profissionais que estavam interessados em desenvolver o trabalho”, acrescenta Emanoele. “Ele não conseguia ficar em sala de aula e desenvolver a parte acadêmica. Ele tem um comprometimento cognitivo bem acentuado. Naquele momento, vimos que o primordial era ele aprender a ser autônomo. Ele teve mediador, o professor que faz sua capacitação em mediação escolar. Meu filho não tinha condições de estar em uma sala de aula regular, e ele ficava em uma sala multidisciplinar”. A inclusão escolar e a alfabetização de crianças e adolescentes do espectro autista estão entre os desafios para a efetivação de direitos dessa população, que tem sua existência celebrada nesta quarta-feira (2), Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para difundir informações sobre essa condição do neurodesenvolvimento humano e combater o preconceito.  Diretora-executiva do Instituto NeuroSaber, a psicopedagoga e psicomotricista Luciana Brites explica que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por déficits de interação social, problemas de comunicação verbal e não verbal e comportamentos repetitivos, com interesses restritos. Características comuns no autismo são pouco contato visual, pouca reciprocidade, atraso de aquisição de fala e linguagem, desinteresse ou inabilidade de socializar, manias e rituais, entre outros. “Por volta dos 2 anos, a criança pode apresentar sinais que indicam autismo. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento. Como o transtorno é um espectro, algumas crianças com autismo falam, mas não se comunicam, ou são pouco fluentes e até mesmo não falam nada. Uma criança com autismo não verbal se alfabetiza, mas a dificuldade muitas vezes é maior”, diz Luciana. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês) estabelece atualmente que as nomenclaturas mais adequadas para identificar as diferentes apresentações do TEA são nível 1 de suporte, nível 2 de suporte e nível 3 de suporte, sendo maior o suporte necessário quanto maior for o nível.  Aprendizado A psicopedagoga ressalta que os desafios que surgem no processo de alfabetização no autismo não impedem que ele ocorra na maioria das vezes. “É possível a inserção do autista no ensino regular. A questão da inclusão é um grande desafio para qualquer escola, porque estamos falando de uma qualificação maior para os nossos professores”. Segundo Luciana, o mais importante é considerar a individualidade de cada aluno no planejamento pedagógico, fazendo as adaptações necessárias. “Atividades que podem estimular a consciência fonológica de crianças com autismo são, por exemplo, com sílabas, em que você escolhe uma palavra e estimula a repetição das sílabas que compõem a palavra. Outra dica são os fonemas, direcionando a atenção da criança aos sons que compõem cada palavra, sinalizando padrões e diferenças entre eles. Já nas rimas, leia uma história conhecida e repita as palavras que rimem”. A psicopedagoga acrescenta que as crianças autistas podem ter facilidade na identificação direta das palavras, ou seja, conseguem decorar facilmente, mas têm dificuldade nas habilidades fonológicas mais complexas, como perceber o seu contexto. “A inclusão é possível, mas a realidade, hoje, do professor, é que muitas vezes ele não dá conta do aluno típico, quem dirá dos atípicos. Trabalhar a detecção precoce é muito importante para se conseguir fazer a inserção de uma forma mais efetiva. É muito importante o sistema de saúde, junto com o sistema de educação, olhar para essa primeira infância para fazer essa detecção do atraso na cognição social. Por isso, é muito importante o trabalho da escola com o posto de saúde”, afirma Luciana. A especialista destaca que a inclusão é um tripé e depende de famílias, escolas e profissionais de saúde. “Professor, sozinho, não faz inclusão. Tudo começa na capacitação do professor e do profissional de saúde. É na escola que, muitas vezes, são descobertos os alunos com algum transtorno e encaminhados para equipes multidisciplinares do município”. Mãe em tempo integral A dona de casa Isabele Ferreira da Silva Andrade, mãe de dois filhos autistas, Pérola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Isabele Ferreira/Arquivo Pessoal Moradora da Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, a dona de casa Isabele Ferreira da Silva Andrade é mãe de duas crianças do espectro autista, Pérola, de 7 anos, e Ângelo, de 3 anos. Ela explica que o menino tem “autismo moderado”, ou nível 2 de suporte com atrasos cognitivos e hiperatividade. Já a filha, mais velha, tem “autismo leve”, nível 1 de suporte, e epilepsia. “Eu a levei no pediatra porque ela já tinha 2 anos e estava com o desenvolvimento atrasado, não falava muito. Ela falava uma língua que ninguém entendia. Vivia num mundo só dela, não brincava, não ria. Comecei a desconfiar. O pediatra me explicou o que era autismo e disse que ela precisava de acompanhamento. Eu a levei para o neurologista, para psicólogo, fonoaudióloga. Fiz alguns exames que deram alteração”, lembra Isabele. “Já meu filho foi muito bem até 1 ano de idade. Depois de1 ano, começou a regredir. Parou de comer, parou de brincar, não queria mais andar. Chorava muito. Comecei a achar estranho. Ele foi encaminhado ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da prefeitura. Fizeram a avaliação dele lá, por uma equipe multidisciplinar. Tentei continuar trabalhando, mas com as demandas da Pérola e do Ângelo, tive que parar de trabalhar