PEC da Blindagem se estenderá a deputados estaduais e distritais

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3, de 2021, que dificulta a abertura de processos criminais contra deputados federais e senadores se estende também aos parlamentares estaduais e distritais. Pela PEC aprovada na Câmara, a Justiça só pode processar penalmente os parlamentares com prévia autorização da Casa legislativa. Apesar de a proposta não citar expressamente os deputados estaduais, a extensão desse benefício aos parlamentares dos estados e do Distrito Federal ocorre porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em julgamento finalizado em janeiro de 2023, que as imunidades previstas na Constituição também valem para os deputados locais. O tema foi tratado nas Ações Direitas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5.824 e 5.825 apresentadas pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB). Nas ações, a entidade questionou as Constituições do Rio de Janeiro (RJ) e Mato Grosso (MT) que determinavam a extensão das imunidades previstas aos deputados federais e senadores. Por seis votos contra cinco, o Supremo entendeu que o legislador constituinte estendeu, expressamente, as imunidades formais do artigo 53 aos parlamentares estaduais, conforme expresso no parágrafo 1º do artigo 27 da Constituição. “Será de quatro anos o mandato dos deputados estaduais, aplicando-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas”, afirma o dispositivo constitucional citado. “Assim, os estados e o Distrito Federal devem seguir obrigatoriamente as garantias previstas em nível federal a deputados e senadores”, informou o STF. O professor de direito constitucional Henderson Fürst reforçou à Agência Brasil que o entendimento da Corte é que as regras de imunidades se estendem aos deputados estaduais. “Mas não se estendem aos vereadores. Numa eventual ADI, isso pode ter efeitos modulados cautelarmente”, ponderou. Ou seja, caso seja apresentada nova ação de inconstitucionalidade, o STF pode ser obrigado a revisar sua decisão e ajustar a decisão anterior. A organização não governamental Transparência Internacional ponderou que, enquanto vigoraram regras semelhantes às da PEC da Blindagem, entre 1988 e 2001, foram inviabilizadas 253 investigações contra parlamentares, contra apenas uma autorizada. “A proposta aprovada pela Câmara ainda agrava os crescentes riscos de infiltração do crime organizado na política local, já que dificulta as investigações contra deputados estaduais”, informou, em nota, a organização. Os parlamentares favoráveis à PEC justificaram que a medida visa garantir o exercício do mandato parlamentar diante de suposta “perseguição política” movida pelo Poder Judiciário.
Novo foco de incêndio ameaça Parque Nacional da Serra da Bodoquena

Após o controle parcial das chamas que atingiram o Assentamento Canaã desde a última sexta-feira (12), um novo incêndio foi registrado nesta quarta-feira (17) na Morraria do Sul, em Bodoquena, e ameaça novamente o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. De acordo com Sandro Pereira, chefe da unidade do ICMBio, embora o fogo no Canaã esteja controlado, há risco de retorno caso as temperaturas aumentem. Agora, equipes do Corpo de Bombeiros, brigadistas e moradores se dividem entre o combate no assentamento e na nova frente de fogo. Incêndio no Canaã O fogo começou após uma moradora queimar folhas secas no quintal. As chamas se espalharam rapidamente por propriedades e áreas ambientalmente protegidas. A dimensão da área destruída ainda está em levantamento. Penalidades Segundo o comandante da Polícia Militar Ambiental de Miranda, Gesner Batista Ramos, provocar incêndios em florestas pode resultar em pena de até 4 anos de prisão e multa de R$ 3 mil por hectare. Em casos culposos, a punição é de até 1 ano de detenção, além da multa.
Senar/MS lança programa inédito com bolsas de até R$ 2.500 para recém-formados do agro

O Senar/MS abriu inscrições para o Programa Residência Agropecuária, uma oportunidade inédita para jovens profissionais das ciências agrárias que desejam colocar em prática o que aprenderam na formação. A iniciativa vai beneficiar 20 bolsistas em Mato Grosso do Sul, com bolsas mensais de R$ 2.500 para nível superior e R$ 1.500 para nível técnico, durante um período de seis meses de vivência no campo. Voltado para técnicos agrícolas, agropecuários e profissionais formados em Agronomia, Medicina Veterinária ou Zootecnia há até dois anos, o programa oferece uma formação completa, unindo prática supervisionada e capacitação técnica. Os selecionados vão atuar junto à equipe da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/MS, acompanhando de perto o dia a dia das propriedades rurais no estado. O edital está disponível neste link. Para se inscrever, basta acessar o site da área de seleção do Instituto CNA e preencher o formulário até 26 de setembro. O processo seletivo será realizado em duas etapas sucessivas, ambas aplicadas de forma remota. A primeira, eliminatória e classificatória, consiste em uma prova objetiva de avaliação de conhecimentos, prevista para 5 de outubro de 2025, com duração de até três horas. A segunda etapa é a análise curricular dos candidatos aprovados na prova. Durante a residência, o bolsista terá jornada de 40 horas semanais, atuando nas linhas de produção vegetal, pecuária ou agroindústria, conforme o planejamento da equipe técnica do Senar/MS. Também será obrigatória a participação em uma capacitação metodológica oferecida no formato EAD, iniciada a partir do terceiro mês do programa. O Programa Residência Agropecuária é uma iniciativa do Senar Central, de abrangência nacional, que envolve as administrações regionais em todo o país. Cada regional é responsável pela execução local do projeto, no caso de Mato Grosso do Sul, pelo Senar/MS, garantindo que os bolsistas atuem diretamente nas propriedades rurais do estado e recebam acompanhamento técnico de perto. O objetivo é preparar uma nova geração de profissionais qualificados para atuar no meio rural sul-mato-grossense, com experiência real, visão técnica e foco em resultados. Residência Agropecuária Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul – Michael Franco
Cenário fiscal dos municípios melhora diante de conjuntura econômica

O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), aponta que em um contexto de conjuntura econômica favorável e maior repasse de recursos, o cenário fiscal das cidades melhorou, mas 36% delas, com 46 milhões de brasileiros, ainda têm situação fiscal difícil ou crítica. O estudo analisou as contas de 5.129 municípios com base em dados declarados pelas prefeituras. Segundo a Firjan, com pontuação que varia de zero a um, o IFGF é composto pelos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal, Investimentos e Liquidez. Após a análise de cada um deles, a situação dos municípios é considerada crítica, se os resultados são inferiores a 0,4 ponto; em dificuldade, com resultados entre 0,4 e 0,6 ponto; boa, resultados entre 0,6 e 0,8 ponto; ou de excelência, com resultados superiores a 0,8 ponto. Na média, os municípios brasileiros atingiram 0,6531 ponto, referente à boa situação fiscal. Vitória é a única capital a alcançar nota máxima no estudo. Já Cuiabá tem nota zero em liquidez e nível crítico de investimentos. De acordo com o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, é fundamental considerar que o cenário está melhor por conta dos resultados econômicos de 2024 e de maior repasse de recursos, mas que isso pode não se repetir em outros momentos. “Também é importante frisar que, mesmo com maior folga fiscal, continuamos com uma parcela significativa de cidades em situação desfavorável, evidenciando desigualdades históricas e mantendo o Brasil longe de patamar elevado de desenvolvimento”, disse Caetano. Somente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi registrado o total de R$ 177 bilhões de repasses em 2024. De acordo com o presidente da Firjan, as cidades precisam desenvolver ações para estimular a economia e gerar recursos localmente. “Assim, além de não ficarem tão vulneráveis aos ciclos econômicos, darão oportunidades para a população, com melhoria da renda e da qualidade de vida”, acrescenta Caetano. Naiara Freire, especialista de estudos econômicos da Firjan, explica que o crescimento de distribuição de receitas nos últimos anos, principalmente pós-pandemia, tornou as cidades mais ricas, mas esse crescimento foi bem desigual. Segundo Naiara, “as cidades que recebem mais FPM, que são as cidades pequenas, ficaram com mais receitas disponíveis do que as médias e grandes cidades”. A pesquisadora acrescenta que os municípios nunca tiveram uma situação fiscal tão favorável, mas esse ajuste foi feito por meio de receitas. “A maior descentralização dos recursos públicos permitiu que a maior parte das prefeituras tivessem uma situação fiscal melhor. Mas os municípios estão longe da excelência. Existem muitos gargalos a serem superados”, avalia Naiara. Segundo o estudo, no indicador de Autonomia, que mostra se as receitas oriundas da atividade econômica local suprem as despesas essenciais para o funcionamento da máquina pública municipal, a média das cidades brasileiras é de 0,4403 ponto, de gestão em dificuldade. “A pontuação evidencia a alta dependência de municípios por transferência de recursos da União para suprir necessidades mínimas locais. O estudo ressalta que mais de 50% das prefeituras vivem situação crítica de autonomia e que, desse grupo, 1.282 cidades não produzem receita suficiente para manter prefeito e Câmara de Vereadores”, alerta a federação. Gastos com pessoal Em Gastos com Pessoal, indicador que aponta quanto os municípios gastam com o pagamento de pessoal em relação ao total da Receita Corrente Líquida, a média brasileira é de 0,7991 ponto,considerado boa gestão. A Firjan informa que essa foi a maior nota entre os indicadores do IFGF é resultado do forte crescimento do orçamento total, e não de ajuste na folha de pagamentos, medida que atualmente não é possível por conta da legislação. “As cidades destinam, em média, 46% da receita para essa despesa [gastos com pessoal]. Em período de baixa arrecadação, esse percentual alcançou 56,1%. Porém, mesmo com cenário mais favorável, 540 prefeituras comprometem mais de 54% do orçamento com gastos com pessoal. Entre elas, 131 destinam mais de 60% para essa finalidade e ultrapassam o limite máximo estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”, aponta a federação. Investimentos O indicador de Investimentos mede a parcela da receita total dos municípios para essa finalidade. O país alcançou 0,7043 ponto (boa gestão), o que reflete a destinação de, em média, 10,2% da receita para os investimentos públicos. Esse é o maior percentual registrado na série histórica do IFGF. Além disso, 1.601 cidades conquistaram a nota máxima no indicador (1 ponto) ao destinar mais de 12% do orçamento para essa despesa. No entanto, a Firjan ressalta que, como não há plano nacional de desenvolvimento com mecanismos para medir a qualidade dos gastos, os investimentos podem não ser os mais eficientes para diminuir as desigualdades no país. Além disso, 938 cidades (18,3% do total) apresentam nível crítico no IFGF Investimentos por destinarem, em média, apenas 3,2% da receita para essa finalidade. Liquidez No indicador que verifica se as prefeituras estão adiando pagamentos de despesas para o exercício seguinte sem a devida cobertura de caixa, a média das cidades brasileiras é de 0,6689 ponto (boa gestão). De acordo com a Firjan, o aumento das receitas também contribuiu para que os municípios terminassem 2024 com boa liquidez. Apesar do cenário majoritariamente positivo, 2.025 municípios apresentaram nível de liquidez difícil ou crítico em 2024. Nesse grupo, destacam-se negativamente as 413 prefeituras que terminaram o ano sem recursos em caixa suficientes para cobrir as despesas postergadas para o ano seguinte e, por isso, ficaram com nota zero no indicador. Na prática, esses municípios estão no “cheque especial”, explica a federação. O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, ressalta que no contexto doméstico há um claro cenário de desigualdade na economia regional. “Quando a gente olha os municípios que têm alto desenvolvimento, 98% estão no Centro-Oeste, Sul e Sudeste. E quando a gente olha os municípios que estão com desenvolvimento crítico, 95% estão no Norte e no Nordeste”, disse. O gerente destaca que, diante do quadro geral apresentado pelo IFGF, reformas são essenciais para tornar a gestão municipal mais eficiente para o desenvolvimento do país. “Entre os principais pontos que precisam ser
Auxílio Atleta impulsiona jovens talentos do esporte em Campo Grande

Cerca de 18 atletas e paratletas da capital, foram contemplados com o Auxílio-Atleta da Prefeitura Municipal de Campo Grande. O evento simbólico aconteceu nesta terça-feira (16/9), no Teatro do Paço Municipal, junto com a entrega de novas camisetas. O benefício garante apoio para a participação em competições oficiais. Os esportistas e paradesportistas contemplados competem em modalidades como tiro com arco paralímpico, wrestling, hipismo, karatê e ginástica artística. As disputas acontecem nos meses de outubro e novembro, em diferentes cidades do Brasil. Até setembro deste ano, mais de 130 atletas já foram contemplados em 2025, superando a meta estabelecida para o ano. O diretor-presidente da Funesp, Sandro Benites, destacou a seriedade do trabalho da comissão que avalia as solicitações. “O trabalho da Funesp é extremamente técnico, onde uma comissão analisa e procura atender diversas modalidades. Todos seguem a lei e existe uma porcentagem para atender o paradesporto. É uma alegria muito grande a gente poder ver os atletas mostrando seus desempenhos. É emocionante, a família se reúne em prol dos atletas. Já ultrapassamos o número de contemplados do ano passado e queremos poder ajudar ainda mais”, contou. A amazona Tattiany Freitas Máximo de Castro, da modalidade de hipismo, estará na 7ª Etapa de Ranking de Salto, em Ponta Porã/MS, e ressaltou a importância do benefício. “Minha expectativa para esta competição é de excelência. Tenho me dedicado intensamente aos treinos e estou muito motivada a alcançar os melhores resultados, representando Campo Grande da melhor forma possível. O auxílio-atleta foi essencial para minha preparação. Com ele, posso cobrir os custos da competição, o que me permite focar integralmente no meu desempenho e aprimorar minhas habilidades sem outras preocupações. Representar Campo Grande é uma grande honra e motivo de orgulho. Significa levar o nome da minha cidade para o cenário esportivo, inspirando a comunidade. É com muita responsabilidade e dedicação que abraço essa oportunidade”, declarou. A coordenadora pedagógica do CEFAT de Ginástica Artística da Funesp, Elaine Nagano, destacou o impacto do benefício para a modalidade. “É de grande importância para o incentivo e crescimento do esporte em Campo Grande, oportunizando aos atletas a participação no Torneio Nacional de Ginástica Artística em João Pessoa, em novembro. Alguns atletas estarão viajando pela primeira vez. Ao todo, 12 atletas serão contemplados, e o auxílio contribuirá principalmente para as passagens aéreas”, destacou. Na ginástica artística, a treinadora Érika Alves Morel acompanha uma equipe de meninas com idades entre 9 e 15 anos, que já se destacaram em competições municipais e estaduais. “O treinamento acontece todos os dias da semana, com quatro horas diárias. Já participamos de várias competições internas e agora estamos nos preparando para o principal desafio do ano, que é uma competição nacional. O Auxílio-Atleta é fundamental para cobrir custos com transporte, uniformes e demais despesas. Esse apoio dá um fôlego importante para os pais”, explicou. Entre as atletas estão Maria Luiza, Desireé Effgen, Bella Machado, Rafaela Mota e Isabella Ferreira, todas já classificadas para torneios nacionais. O paratleta Rafael Magno Rosa, do tiro com arco paralímpico, reforçou o apoio da Prefeitura. “Agradecemos pelo apoio fundamental, pois tínhamos dificuldades com isso. A gente vê que a Prefeitura tem esse cuidado e carinho com a gente. O auxílio demonstra que podemos focar e nos dedicarmos 100% ao esporte. Faremos o melhor para tentar colocar Campo Grande sempre nos lugares mais altos do pódio. Isso que podem esperar de todos nós”, afirmou ele que ao lado do também competidor, Carlos Alexandre Souza Santos, de 29 anos. A prefeita Adriane Lopes reafirmou o compromisso da gestão com o esporte. “A Prefeitura Municipal de Campo Grande tem um trabalho diferenciado. Nós acreditamos no esporte, nós investimos nele, e é na prática. É muito importante levar a nossa bandeira no peito, falar da nossa cidade e mostrar que aqui temos atletas importantes para o avanço do esporte na Capital. Já são 130 atletas contemplados. É uma forma de incentivo para que vocês tenham a prática do esporte e da modalidade que escolherem como um caminho para profissionalizar”, disse. Sobre o Auxílio-Atleta Criado pela Lei nº 6.754, de 20 de dezembro de 2021, o programa tem como objetivo oferecer suporte financeiro para custear despesas com transporte, estadia, alimentação e taxas de inscrição. O benefício é voltado a atletas e equipes que representam Campo Grande em competições esportivas e paradesportivas oficiais, no Brasil e no exterior. Em 2024, 125 esportistas foram beneficiados. Em 2025, o programa ampliou o número de contemplados e passou a oferecer valores que podem chegar a até R$ 5 mil por atleta, conforme deliberação do Conselho Municipal de Esporte e Lazer. Os interessados em solicitar o benefício devem preencher o formulário disponível no site da Funesp (https://www.campogrande.ms.gov.br/funesp/) e anexar a documentação exigida. O requerimento precisa ser feito com no mínimo 60 dias de antecedência da competição.
Maracaju confirma liderança na produção de soja em MS na safra 2024/25

O município de Maracaju se consolidou como o maior produtor de soja de Mato Grosso do Sul na safra 2024/2025, segundo dados do SIGA-MS, sistema executado pela Aprosoja/MS. Com produtividade média de 72,06 sacas por hectare em uma área cultivada de 353,1 mil hectares, a cidade alcançou a marca de 1,52 milhão de toneladas produzidas. Na sequência aparece Ponta Porã, com 49,70 sacas por hectare de produtividade média em 348,1 mil hectares, somando 1,03 milhão de toneladas. De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, o bom resultado é reflexo da combinação entre clima favorável e avanços tecnológicos no campo. “Maracaju vem se consolidando como referência em produtividade, e isso se deve ao trabalho dos agricultores, que investem em manejo de solo, genética e tecnologia. O SIGA-MS permite medir com precisão esses resultados e trazer transparência para o setor”, destacou. 🌱 Monitoramento inovador O levantamento da entidade utiliza metodologia distinta do IBGE. Enquanto o instituto adota pesquisas de campo mensais com apoio de colegiados técnicos, o SIGA-MS trabalha com imagens de satélite, sensoriamento remoto e validação em campo, oferecendo estimativas mais próximas da realidade produtiva. Para Balta, esse diferencial coloca Mato Grosso do Sul em posição de destaque nacional: “O SIGA-MS é único no país. Ele combina monitoramento por satélite com a validação em campo, oferecendo dados que refletem de forma muito próxima a realidade da produção.” Além da soja, o sistema também acompanha a produção de milho em todo o estado, fornecendo informações estratégicas para o mapeamento do uso do solo e para apoiar decisões dos produtores.
Prazo para regularizar imóveis em faixa de fronteira é estendido até 2030

Produtores rurais de 45 municípios de Mato Grosso do Sul terão mais tempo para concluir processos de regularização fundiária em áreas de fronteira. O prazo, que venceria em outubro deste ano, foi prorrogado para 2030 conforme publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira (15). A medida atende a uma antiga reivindicação do setor agropecuário, que temia perder registros de propriedades e enfrentar expropriações sem indenização. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Famasul, que articularam a mudança junto ao Congresso Nacional, a alteração garante previsibilidade e segurança jurídica no campo. “Essa conquista é fruto do diálogo permanente e do esforço conjunto para defender os direitos de quem investiu e ajudou a desenvolver o país nessas regiões”, afirmou Marcelo Bertoni, presidente da Famasul. Por que a prorrogação era necessária Grande parte dos registros de imóveis em regiões de fronteira remonta a documentos antigos, alguns do período imperial ou intermediados por paróquias. Muitos desses arquivos foram perdidos ao longo do tempo, dificultando a comprovação do chamado “título originário”, exigido para ratificação fundiária. Com a nova lei, produtores terão mais cinco anos para concluir os trâmites cartoriais e validar juridicamente a posse da terra. Quem é beneficiado A legislação atinge imóveis rurais com área superior a 15 módulos fiscais localizados até 150 km da fronteira com Paraguai e Bolívia. Além de Mato Grosso do Sul, produtores de outros 11 estados também serão contemplados, garantindo a continuidade das atividades produtivas sem risco de perda da propriedade.
Campo Grande lança Projeto Miniflorestas Urbanas e transforma espaços em ilhas de biodiversidade

Iniciando as ações da Semana da Árvore, nesta segunda-feira (15/09), a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades), esteve no bairro Moreninha IV para o lançamento do Projeto de Miniflorestas Urbanas. A iniciativa inovadora vai transformar áreas estratégicas da cidade em pequenos bosques de biodiversidade. A primeira minifloresta foi estabelecida no bairro Moreninha IV, com mudas produzidas pelo Viveiro Municipal Flora do Cerrado. Participaram do plantio alunos da EMEI José Carlos de Lima e da Escola Municipal José Mauro Messias da Silva – Poeta das Moreninhas. A turma do Grupo 5, da EMEI, auxiliou no plantio, e a aluna Maitê, de cinco anos, contou. “Achei muito legal hoje, diferente. Estudo do lado da praça e vou ajudar a cuidar das mudinhas. É bom pra todo mundo.” Heloá, 8 anos, do terceiro ano da Escola José Mauro Messias da Silva, explicou. “É a primeira vez que planto e estou achando muito legal. A escola nos ensina a importância de preservar o meio ambiente e essa é uma praça que vamos utilizar muito. Também vou ajudar a cuidar das mudas.” Sua colega de turma, Deila, de 9 anos, acrescentou. “Estou plantando uma árvore de amora aqui na nossa praça. Vamos ajudar a cuidar para colher os frutos e aproveitar a sombra dessas árvores.” O diretor escolar, Daniel Ávalos Aguero, fez questão de acompanhar o plantio e salientou. “É tão importante esse envolvimento da comunidade, da conscientização dos nossos alunos que desde pequenos já ensinamos a como cuidar das árvores e a importância disso para o clima, a temperatura e a qualidade do ar. Sendo fundamental esse envolvimento de todos, e quero agradecer a nossa prefeita Adriana Lopes, nosso secretário Ademar pela iniciativa em iniciar o projeto aqui no nosso bairro. Assim, avançamos cada vez mais na preservação e Campo Grande sendo exemplo para todos.” Quem também acompanhou o plantio foi o presidente da Associação de Moradores da Moreninha IV, Eduardo Menezes, que avaliou. “Há alguns meses atrás encaminhamos um ofício pedindo essa ação do plantio de árvores. Porque sabemos da necessidade das árvores para ajudar na questão do meio ambiente, para mostrar para a comunidade que devemos combater o aquecimento global desde a nossa casa. E fomos atendidos, é uma satisfação essa ação iniciar no nosso bairro.” A presidente do Clube de Mães e vice-presidente da Associação de Moradores, Fátima Corrêa de Araújo, destacou. “As crianças saíam da escola, mas nessa praça não temos árvores para poder dar a sombra. Agora isso irá mudar, além de sombra teremos árvores frutíferas também. Nossa comunidade está esperando esse plantio para poder aproveitar melhor o espaço e os vizinhos prometeram ajudar no cuidado, na rega. É união da comunidade com a EMEI e a Escola para que todos aproveitem muito desse espaço.” O secretário municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável, Ademar Silva Junior, reforçou o compromisso da Prefeitura e destacou a importância da parceria com a comunidade. “O Projeto de Miniflorestas Urbanas nasce com a missão de transformar nossa cidade em um espaço mais verde, saudável e sustentável. Mas para que essa iniciativa tenha sucesso, é fundamental o envolvimento da população. A Prefeitura está fazendo sua parte, e contamos com cada morador para cuidar, proteger e valorizar essas áreas. Juntos, construiremos uma Campo Grande mais arborizada.” Foram plantadas árvores das espécies pau-brasil, ipê-roxo, ipê-branco, ipê-rosa, magnólia, amora, romã, araçá, nêspera e goiaba. Projeto de Miniflorestas Urbanas A proposta se inspira no conceito de “miniflorestas”, que vêm se multiplicando em grandes cidades do mundo e têm se mostrado altamente eficazes para combater ilhas de calor, melhorar a qualidade do ar e atrair fauna nativa, mesmo em pequenos espaços. As miniflorestas funcionam como ilhas de biodiversidade e pequenos corredores ecológicos. Elas ajudam a atrair aves, inclusive espécies migratórias, e podem impulsionar o turismo de observação de pássaros, um setor em crescimento no município, além de estar alinhadas à regra 3-30-300 — diretriz internacional que recomenda que cada cidadão tenha pelo menos três árvores visíveis de casa, que os bairros tenham 30% de cobertura de copas e que todos estejam a 300 metros de uma área verde. E a programação da Semana da Árvore continua 16/09 (terça-feira) – 08h30 Plantio com alunos da E.M. Agrícola Gov. Arnaldo Estevão de Figueiredo Estrada das Três Barras, s/n, Km 10 da Rodovia MS 451, Zona Rural 17/09 (quarta-feira) – 08h30 Cerimônia Oficial em Comemoração à Semana da Árvore Teatro do Paço Municipal 18/09 (quinta-feira) – 09h00 Início do plantio das novas figueiras no canteiro central da Avenida Mato Grosso Av. Mato Grosso (entre Rua 13 de Maio e Rua 14 de Julho) 19/09 (sexta-feira) – 09h00 Plantio de ipês do Viveiro Municipal Flora do Cerrado na Praça Ary Coelho Praça Ary Coelho 20/09 (sábado) – 08h00 Distribuição de 15 mil mudas de árvores frutíferas Rua Barão do Rio Branco com a Rua Arthur Jorge – Paço Municipal
Campo Grande no centro da Rota Bioceânica: redução de custos, novos mercados e integração global

Caminhando rumo ao protagonismo na integração latino-americano, Campo Grande se prepara para ser o ponto de partida da rota Bioceânica, projeto que conectará os oceanos Atlântico e Pacífico por mais de 2,4 mil quilômetros de rodovias, ligando Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. A expectativa é de que a rota reduza em até 30% os custos logísticos e encurte de 15 a 17 dias o tempo de transporte em relação ao trajeto tradicional pelo Porto de Santos. Na última semana, a Câmara Municipal sediou audiência pública para discutir a criação da Lei Municipal do Corredor Bioceânico, medida que busca preparar a cidade para aproveitar ao máximo os impactos do projeto. Autoridades e especialistas ressaltaram que o protagonismo da Capital dependerá de planejamento e investimentos em infraestrutura, logística e parcerias internacionais. Entre as propostas debatidas estiveram a definição de áreas para centros logísticos e pátios de triagem, investimentos nas vias de acesso ao anel rodoviário, implantação de sinalização bilíngue, criação de centro de atendimento ao turista e ao transportador, além da valorização da cultura sul-mato-grossense no roteiro internacional. O secretário municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável, Ademar Silva Junior, destacou que a Rota terá impacto direto na economia e na vida da população: “Estamos falando de um corredor que vai encurtar distâncias, reduzir custos e abrir novos mercados para nossas empresas. Além da dimensão econômica, a Rota terá impacto social, com geração de empregos e fortalecimento de Campo Grande como centro estratégico da integração latino-americana.” Mais do que encurtar distâncias físicas, a Rota Bioceânica abre caminho para reposicionar Campo Grande no cenário global, ampliando sua competitividade, atraindo investimentos e impulsionando o desenvolvimento econômico e social da região. #ParaTodosVerem As imagens mostra a Audiência Pública.
Desemprego recua para 5,6%, a menor taxa desde 2012, mostra IBGE

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho ficou em 5,6%, a menor da série histórica iniciada em 2012. No trimestre móvel anterior, a taxa era de 5,8%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tinha no fim de julho 6,118 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,1 milhões). O número de ocupados atingiu o recorde de 102,4 milhões. O trimestre foi marcado também pelo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada, 39,1 milhões. Com esses dados, o nível de ocupação ─ percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar ─ manteve o percentual recorde de 58,8%. De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, o resultado do trimestre sustenta o bom momento do mercado de trabalho. “O mercado se mostra aquecido, resiliente, com características de um mercado em expansão. O estoque de pessoas fora da força de trabalho vem diminuindo”, diz. A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Só é considerada desocupada a pessoa que efetivamente procura uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal. O IBGE faz também um mapeamento das pessoas que estão fora da força de trabalho, que ficou em 65,6 milhões, estável ante o trimestre móvel anterior. A população desalentada, os que não procuraram emprego por achar que não conseguiriam vaga, recuou 11% no trimestre e alcançou 2,7 milhões de pessoas. Para Kratochwill, os indicadores mostram que as pessoas que deixaram a população desocupada “não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho”. O levantamento mostra que a ocupação no período de maio a julho foi puxada por três dos dez grupamentos pesquisados: A análise dos dados aponta que a taxa de informalidade chegou a 37,8%. No trimestre anterior, era 38%. A taxa de julho 2025 é a segunda menor já registrada, perdendo apenas para julho de 2020 (37,2%), quando, em plena pandemia, trabalhadores informais foram os que mais sofreram com o desemprego, sendo expulsos do mercado de trabalho, por isso a taxa ficou menor à época. Apesar da redução da informalidade, o número de trabalhadores sem vínculo formal, ou seja, sem todas as garantias trabalhistas, ficou em 38,8 milhões, superando a do trimestre anterior (38,5 milhões). “Como teve aumento na população com emprego formal, a taxa de informalidade caiu”, explica. O analista do IBGE faz a ressalta de que esse crescimento da parcela informal não teve significância estatística. Rendimento O rendimento do trabalhador no trimestre encerrado em julho ficou em R$ 3.484, o maior para o trimestre. No entanto, levemente abaixo do período de três meses terminado em junho (R$ 3.486). A massa de rendimentos, que é o total de renda do conjunto dos trabalhadores, alcançou R$ 352,3 bilhões, ficando 2,5% acima do segundo trimestre. Adiamento A data original de publicação da Pnad do trimestre encerrado em julho era 29 de agosto, mas o IBGE precisou atrasar a divulgação em 18 dias por problemas técnicos. Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil