Deputados de MS votam a favor da isenção do IR até R$ 5 mil e comemoram aprovação na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (2) o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil. A medida, uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contou com apoio integral da bancada de Mato Grosso do Sul: todos os oito deputados federais do Estado votaram favoravelmente ao texto. Com 493 votos a favor, a proposta passou sem resistência significativa e agora segue para análise do Senado. Se for aprovada sem alterações, a nova regra entra em vigor em janeiro. Para viabilizar a medida, o governo incluiu no texto a taxação de contribuintes de alta renda e de dividendos acima de R$ 50 mil mensais, que passarão a ter cobrança de 10% de Imposto de Renda na fonte. Segundo a Receita Federal, pouco mais de 141 mil pessoas serão alcançadas pela mudança, representando menos de 1% dos declarantes — grupo que hoje paga, em média, uma alíquota efetiva inferior à da classe média. Em contrapartida, milhões de trabalhadores deixarão de pagar o imposto, aliviando a carga sobre categorias como policiais, professores e servidores públicos. Deputados comemoram decisão Parlamentares sul-mato-grossenses usaram as redes sociais para destacar o impacto positivo da aprovação. A proposta teve orientação favorável até mesmo de partidos da oposição, um raro consenso no Congresso.
De “fora do padrão” ao prato: como produtores e comerciantes evitam desperdício de alimentos em MS

Frutas e verduras que não atendem ao padrão estético dos mercados frequentemente acabam descartadas, mesmo estando próprias para o consumo. Em Mato Grosso do Sul, produtores e comerciantes têm buscado alternativas para reduzir esse desperdício, transformando alimentos “fora do padrão” em doações, insumos para restaurantes e produtos reaproveitados. O tema ganha relevância diante dos números preocupantes: segundo a ONG Pacto Contra a Fome, cerca de 300 mil pessoas enfrentam a fome no estado. Em nível nacional, quase 30% da produção de alimentos é desperdiçada — o que equivale a 48 milhões de toneladas por ano. Para suprir a demanda de toda a população brasileira em situação de fome, seria necessário menos de 15% desse volume. Entre os que ajudam a mudar essa realidade está o produtor Cézar Macedo, de Campo Grande. Com uma horta no bairro Vilas Boas, ele doa parte da produção que não é vendida. “Quando sobra, encaminhamos para instituições de acolhimento. É um jeito de garantir que nada se perca”, afirma. A prática se repete entre trabalhadores rurais e entidades sociais. Carlos Henrique dos Santos, agricultor, relata que a rotina inclui acionar ONGs para colher os alimentos diretamente da plantação. Já nas instituições beneficiadas, como abrigos infantis, o aproveitamento dos alimentos vira também aprendizado. “Além de sustentar, ensina às crianças o valor de não desperdiçar”, conta Luiz Carlos Gonçalves, responsável por uma das entidades. No comércio, a estratégia passa pela criatividade. Na Ceasa/MS, a comerciante Andréa Jaqueline Ribeiro separa tomates para restaurantes, congela frutas para sucos e prepara kits de legumes para sopas. “O maracujá é o exemplo perfeito: a casca feia esconde a melhor polpa. Hoje é o que mais vendemos congelado”, explica. De acordo com especialistas do Pacto Contra a Fome, o problema não está na falta de produção, mas na desigualdade e na ausência de políticas públicas eficazes. Nesse contexto, a conscientização do consumidor também é decisiva: muitas vezes, alimentos com pequenas imperfeições são deixados de lado, reforçando o ciclo de desperdício. Em Campo Grande, quem deseja contribuir pode procurar o Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), que orienta sobre doações de alimentos. O telefone é (67) 2020-1361 e o atendimento é feito na Avenida Fábio Zahran, nº 600, em horário comercial. A luta contra a fome passa, também, por reavaliar o conceito de “perfeição” nos alimentos e valorizar cada produto que chega à mesa.
Campo Grande oferece 180 mamografias gratuitas por dia durante Outubro Rosa

Mulheres de Campo Grande contam, até o fim de outubro, com a oferta de 180 mamografias gratuitas por dia em duas unidades de saúde. A ação integra a campanha Outubro Rosa, que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama — o tipo de tumor mais comum entre mulheres no Brasil. Os exames estão sendo realizados no Hospital de Câncer Alfredo Abrão e no Hospital de Amor. No primeiro, são distribuídas 80 senhas diariamente, a partir das 6h, na Rua Marechal Rondon, nº 1053, região central. Já o Hospital de Amor, localizado na Avenida Vereador Thyrson de Almeida, nº 3103, bairro Aero Rancho, disponibiliza 100 exames por dia. O público-alvo são mulheres entre 40 e 74 anos ou aquelas a partir dos 30 anos com histórico familiar da doença em idade precoce. Para realizar o exame, é necessário apresentar documento oficial com foto e o cartão do SUS. Além da mamografia, o Hospital de Amor oferece ainda serviços de cuidado e autoestima, como manicure, cabeleireiro e design de sobrancelhas. “Nosso trabalho vai além da assistência, buscamos acolher, orientar e reforçar a importância da prevenção”, afirma a enfermeira Vívia Tanaka. Especialistas alertam que o exame é capaz de identificar alterações antes mesmo de sintomas surgirem. “O diagnóstico precoce salva vidas. Muitas mulheres ainda chegam em estágios avançados, quando o tratamento é mais limitado”, explica Sueli Telles, presidente do Hospital Alfredo Abrão. Histórias de pacientes reforçam a importância da prevenção. A dona de casa Fátima Aparecida de Souza descobriu a doença em exame de rotina, mesmo sem apresentar sintomas. Já a psicóloga Helaine Mariano enfrentou um diagnóstico avançado após dois anos sem se examinar. “Se eu tivesse feito a mamografia anualmente, teria descoberto no início”, relatou. Casos como esses mostram a relevância de campanhas como o Outubro Rosa, que incentivam o cuidado contínuo com a saúde e ampliam as chances de detectar o câncer de mama em estágio inicial, aumentando as possibilidades de cura.
Campo Grande realiza 1º Encontro Municipal Intersetorial de Alimentação e Nutrição Escolar

A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), deu início nesta terça-feira (1º) ao 1º Encontro Municipal Intersetorial de Alimentação e Nutrição Escolar, realizado no Complexo Multiuso Dercir Pedro de Oliveira, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O evento segue até amanhã (2), reunindo representantes de órgãos de controle, gestores públicos, nutricionistas, professores, acadêmicos e profissionais de diferentes áreas ligadas à educação, saúde e meio ambiente. O objetivo do encontro é promover um espaço de diálogo e integração entre setores estratégicos, fortalecendo as políticas públicas de alimentação escolar e garantindo mais qualidade na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em Campo Grande. O Secretário Municipal de Educação, Lucas Bitencourt, destacou a importância da iniciativa. “Este é um momento histórico para a Rede Municipal de Ensino, porque estamos reunindo diferentes setores para pensar juntos soluções e estratégias que assegurem uma alimentação de qualidade aos nossos estudantes. Investir em nutrição escolar é investir em aprendizado, saúde e futuro”, afirmou. Já o Superintendente de Alimentação Escolar da Semed, Luiz Raghiant, reforçou o protagonismo das nutricionistas e a relevância da intersetorialidade. “A alimentação escolar vai além da merenda servida. É uma política de Estado que envolve saúde, agricultura familiar, fiscalização e educação. Nosso trabalho é garantir que cada criança receba, todos os dias, refeições seguras, nutritivas e que respeitem a legislação e as necessidades pedagógicas”, ressaltou. O encontro conta ainda com a presença de autoridades locais e nacionais. Entre os destaques está o Coordenador Nacional do Programa de Alimentação Escolar (PNAE), Valmo Xavier, que participa das discussões trazendo experiências e diretrizes do governo federal. “Campo Grande demonstra compromisso e protagonismo ao realizar este encontro. A intersetorialidade é essencial para garantir que o PNAE continue sendo referência mundial em alimentação escolar, unindo qualidade nutricional, inclusão da agricultura familiar e respeito à diversidade cultural”, afirmou Xavier. A programação do primeiro dia contou com palestras da Superintendência de Alimentação Escolar, do Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), além de debates sobre o papel da saúde, da agricultura familiar e da sustentabilidade no fortalecimento da alimentação escolar. O evento segue até amanhã (2), com mesas temáticas, rodas de conversa e apresentações de boas práticas desenvolvidas na Rede Municipal de Ensino.
Vander Loubet avalia aliança com Simone Tebet em possível disputa ao Senado por MS em 2026

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) confirmou que não descarta a possibilidade de disputar o Senado em 2026 e sinalizou abertura para uma composição com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O petista afirmou que sua prioridade é a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas reconheceu que uma eventual aproximação com a ministra poderia fortalecer o campo democrático no Estado. “O meu nome já está confirmado, e a prioridade é a reeleição do presidente Lula. Estamos otimistas e construindo esse processo. Cogitamos trazer a Simone para fazermos um movimento democrático, de apoio ao presidente, independente de partido”, afirmou Vander. Segundo o parlamentar, ainda é cedo para definições. Ele explicou que a própria Simone avalia se mantém domicílio eleitoral em Mato Grosso do Sul ou se transfere o título para São Paulo. “Nos interessa dialogar com ela. Mais adiante, vamos decidir se é melhor termos dois candidatos ao Senado ou apenas um. Como presidente do PT, estou aberto à melhor construção”, acrescentou. No MDB, a possibilidade de Simone disputar novamente uma cadeira no Senado por Mato Grosso do Sul divide opiniões. O partido no Estado tende a apoiar a reeleição do governador Eduardo Riedel (PP), alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parte dos emedebistas, no entanto, vê espaço para a ministra dentro da sigla, por sua ligação com o governo Lula. O vereador Jamal Salem avaliou que a direção nacional do MDB não interviria em uma decisão estadual sobre o nome da ministra. Já a vereadora Luiza Ribeiro (PT) declarou que, caso Simone ingresse no PT, o partido poderia ter dois nomes na corrida: Vander e a ministra. “Ela é nossa companheira também. Se vier para o partido, será uma grande alegria”, afirmou. Além do cenário em Mato Grosso do Sul, Simone também é cotada para disputar o Senado por São Paulo, possibilidade levantada após pedido do presidente Lula para que avaliasse a mudança.
MP pede até 260 anos de prisão para prefeito de Terenos em esquema de corrupção

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) apresentou denúncia contra o prefeito de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), acusado de comandar um esquema de corrupção que teria desviado recursos públicos por meio de licitações fraudulentas. O gestor, preso desde a deflagração da Operação Spotless pelo Gaeco, pode enfrentar uma pena de até 260 anos de prisão. Segundo a denúncia, Budke responde por corrupção passiva, organização criminosa, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Os crimes foram denunciados em concurso material, ou seja, as penas podem ser somadas. Ao menos dez episódios de corrupção, dez de corrupção passiva e quatro de lavagem de dinheiro foram atribuídos ao prefeito. O esquema, descrito em mais de 600 páginas assinadas pelo procurador-geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Júnior, detalha como a administração municipal teria se transformado em um “balcão de negócios”. Contratos que ultrapassaram R$ 16,5 milhões entre 2021 e 2025 foram direcionados a empresas ligadas ao grupo, que simulavam concorrência em licitações e repassavam parte dos valores ao prefeito. Em apenas um caso, referente à reforma da Escola Rosa Idalina Braga Barboza, o prefeito teria recebido R$ 60 mil em propina. O Gaeco identificou repasses diretos de mais de R$ 500 mil a Budke, além de aumento patrimonial suspeito: sua fortuna declarada cresceu 318% entre 2020 e 2024, alcançando R$ 2,4 milhões. Entre os 25 denunciados estão empresários, servidores municipais e até um policial militar do Batalhão de Choque, acusado de usar empresa em nome da esposa para fraudar uma licitação. A denúncia também pede a condenação de todos os envolvidos, perda dos ganhos ilícitos e indenização coletiva de R$ 10 milhões. O MPMS destaca que 94% das tomadas de preço realizadas no período foram vencidas por empresas ligadas à organização. Em muitos casos, apenas as companhias do grupo disputavam, com valores previamente combinados. Além das penas de prisão, o Ministério Público pede a inabilitação de Budke e de outros denunciados para o exercício de cargos públicos.
Hugo Motta confirma para hoje votação de isenção do Imposto de Renda

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou para esta quarta-feira (1º) a votação do Projeto de Lei nº 1.087/25, que concede isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Hoje é um dia muito importante [porque] inclui o projeto de isenção de imposto de renda na pauta de votação. A matéria sempre foi uma prioridade da minha gestão”, escreveu, em seu perfil na rede social X – antigo Twitter. Reconhecimento de um direito No post, o político avaliou, ainda, que “a medida não é um favor do Estado, mas um reconhecimento de um direito e um avanço na justiça social do país”. A proposta é o único item da pauta do plenário desta quarta-feira. Enviado em março deste ano à Câmara pelo Poder Executivo, o projeto estabelece que a isenção – que deve custar R$ 25,8 bilhões por ano – será compensada taxando mais quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Convívio social é tão importante quanto exercícios para envelhecer com qualidade

O segredo para envelhecer com saúde vai além de exames em dia e alimentação equilibrada. Manter laços sociais ativos pode ser tão decisivo para a longevidade quanto praticar exercícios físicos. Essa é a avaliação de especialistas em saúde mental e envelhecimento saudável, que alertam: relações de amizade, convivência familiar e contato com diferentes gerações ajudam a afastar a solidão e melhoram a qualidade de vida após os 60 anos. O professor Carlos Gaudioso, doutor em ciências médicas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que a família fornece apoio e segurança emocional, enquanto os amigos trazem alegria e pertencimento. Já clubes e centros de convivência oferecem espaços de acolhimento fundamentais. “A convivência intergeracional amplia experiências culturais, fortalece a autoestima e contribui para um envelhecimento mais tranquilo”, afirma. Gaudioso resume o envelhecimento saudável em quatro pilares: estilo de vida equilibrado, saúde preventiva, saúde mental e emocional, além de um ambiente seguro. Isso inclui desde alimentação balanceada e hidratação, consultas regulares e acompanhamento de doenças crônicas, até atividades que estimulem a mente e adaptação dos espaços para prevenir acidentes domésticos. O psicólogo Rômulo Said Monteiro, de 71 anos, reforça a importância de se manter ativo. Ele continua atendendo pacientes, pratica esportes e mantém hobbies como o ferromodelismo. “Quando o idoso perde a sensação de utilidade, o risco de depressão aumenta. O bom humor, o voluntariado e o convívio social são aliados poderosos”, resume. Manter autonomia, planejar financeiramente o futuro e cultivar hobbies como jardinagem, música e artesanato também são estratégias apontadas por especialistas. Dormir bem, investir na espiritualidade e manter uma rotina de lazer contribuem para a saúde física e emocional. Serviços como os oferecidos pela Clínica-Escola da UCDB e pelo Serviço Escola de Psicologia da UFMS, em Campo Grande e Corumbá, oferecem apoio psicológico acessível a idosos, fortalecendo esse cuidado integral. Para os especialistas, a soma dessas medidas é capaz de transformar a experiência do envelhecimento em um período de vitalidade e independência.
Alimentação noturna: o que comer para não atrapalhar o sono

O que se consome à noite pode determinar a qualidade do sono. Refeições pesadas, ricas em gordura e carboidratos simples, dificultam a digestão e podem causar insônia ou desconforto. Por outro lado, escolhas leves e nutritivas favorecem o descanso reparador. Nutricionistas recomendam opções como frutas, iogurte natural, sopas leves e chás calmantes (camomila, erva-cidreira e melissa). Também sugerem alimentos ricos em triptofano, como banana, aveia e leite, que estimulam a produção de serotonina e melatonina, hormônios ligados ao sono. A regra é clara: jantar cedo, priorizar a leveza e respeitar o relógio biológico. Isso não apenas melhora o sono, mas também favorece o metabolismo e a saúde como um todo.
Vírus da chikungunya afeta crianças e adolescentes e deixa sequelas

Para saber como o vírus da chikungunya afeta crianças e adolescentes, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou durante quatro anos, no município de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, uma pesquisa com 348 pessoas nessa faixa de idade. Os pesquisadores concluíram que a maioria das infecções por chikungunya é sintomática e que a doença pode deixar sequelas mesmo nesses indivíduos. O trabalho ocorreu no andamento de um ensaio clínico de fase III da vacina Butantan-Dengue. Os pesquisadores analisaram a taxa de pacientes sem sintomas clínicos (infecção assintomática), a resposta imunológica (soroconversão) e os casos de dores nas articulações após a infecção pelo vírus (sintomas crônicos). A chikungunya é uma doença viral transmitida pelo Aedes aegypti que costuma causar febre alta e dores intensas nas articulações durante e após a fase aguda da infecção. Embora os efeitos em adultos sejam mais conhecidos, pouco se sabe como a doença se manifesta em crianças e adolescentes. Eles monitoraram os participantes com idades entre 2 e 17 anos, realizando coletas periódicas de sangue e acompanhando sintomas em consultas médicas regulares, em casos de febre ou outros sinais clínicos. “As amostras foram testadas para a chikungunya, dengue e zika por meio de RT-PCR (que detecta o material genético dos vírus), sorologia (Elisa) e ensaio de neutralização viral, que avaliam a presença e a eficácia dos anticorpos protetores no organismo”, informou a Fiocruz. A pesquisadora Viviane Boaventura, da Fiocruz Bahia, foi quem coordenou a pesquisa. De acordo com ela, nos casos com suspeita de infecção, sintomas e sinais foram registrados por meio de um questionário. “Os casos de chikungunya foram então analisados para fornecer informações sobre o impacto da doença nesse grupo, incluindo a intensidade dos sintomas e o tempo de duração da resposta imunológica após a infecção”, disse. Segundo os pesquisadores, “no início do estudo, 23 indivíduos já apresentavam anticorpos IgG protetores contra o vírus da chikungunya. Entre os 311 que completaram o acompanhamento, 17% testaram para o vírus, sendo 25 casos confirmados por RT-PCR e 28 casos por sorologia. Desses, 9,4% não apresentaram sintomas e 3 (12%) desenvolveram artralgia crônica, ou seja, dores nas articulações que persistiram por meses, impedindo a realização de atividades diárias. A taxa de soroconversão entre os casos positivos foi de 84%”. Esses resultados indicaram que a maioria desenvolveu anticorpos após a infecção, embora uma parcela significativa não tenha apresentado resposta imunológica detectável, informou a Fiocruz. A pesquisa constatou ainda que, “apesar de surtos locais durante o estudo, apenas um quinto (20%) dos participantes foi exposto ao vírus, o que levanta questões sobre a vulnerabilidade da população pediátrica e a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes”.