Câmara aprova primeira lei federal de proteção ao Pantanal

O Pantanal, um dos biomas mais emblemáticos do Brasil, acaba de conquistar um marco histórico. A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (2) o Projeto de Lei 5482/2020, que estabelece diretrizes específicas para a conservação, recuperação e exploração sustentável do bioma. O texto, já aprovado pelo Senado, agora segue para sanção presidencial. Com abrangência nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de partes da Bolívia e do Paraguai, o Pantanal é a maior planície alagável do mundo e o menor bioma brasileiro em extensão, mas também o mais afetado por queimadas nas últimas décadas. 🔍 O que prevê a nova lei: A proposta traz sete diretrizes principais para a gestão do bioma: 🚨 Contexto ambiental crítico: Entre 1985 e 2024, 62% do Pantanal foi atingido por incêndios, segundo o MapBiomas. Isso representa 9,3 milhões de hectares, com 93% das áreas queimadas compostas por vegetação nativa. Especialistas alertam que, embora o fogo faça parte do ciclo natural do bioma, as mudanças climáticas e a ação humana têm intensificado a degradação.
Funsat oferece 1.704 vagas de emprego nesta sexta-feira em Campo Grande

A Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) divulgou nesta sexta-feira (5) a oferta de 1.704 vagas de emprego para diversas áreas, com e sem exigência de experiência. As oportunidades contemplam desde funções técnicas até atividades operacionais, atendendo a um público variado. Para quem já possui experiência, há vagas como: Já para quem busca o primeiro emprego ou quer migrar de área, estão disponíveis funções como: 📍 Atendimento presencial:A Funsat realiza atendimentos de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, na Rua 14 de Julho, nº 992, Vila Glória. 📞 Informações: (67) 4042-0585 – Ramal 5800
MS lança planos estratégicos de turismo para Campo Grande dos Ipês e Vale das Águas

As regiões turísticas Campo Grande dos Ipês e Vale das Águas, em Mato Grosso do Sul, lançaram nos dias 2 e 3 de setembro seus Planos Estratégicos de Turismo, com foco em sustentabilidade, inovação e fortalecimento da governança. A iniciativa é da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), em parceria com a Lab Turismo Consultoria, responsável pela criação e aplicação da metodologia Maptur – Mapa Estratégico do Turismo. O processo de construção dos planos contou com a participação de representantes do setor público, do trade turístico, da comunidade e de instituições parceiras, em um modelo colaborativo que garantiu o envolvimento direto das lideranças locais. As entregas foram realizadas por meio da metodologia Maptur, desenvolvida pela Lab Turismo Consultoria. O modelo alia participação social, inteligência estratégica e tecnologia digital, permitindo que os planos deixem de ser documentos estáticos e se transformem em ferramentas vivas, capazes de orientar decisões e gerar resultados de forma contínua. “Hoje demos um passo histórico para o futuro do turismo em nossa região. O lançamento dos planos de Campo Grande dos Ipês e do Vale das Águas fortalece nossa governança e consolida essas regiões como destinos turísticos competitivos, inovadores e preparados para crescer de forma sustentável”, destacou Bruno Wendling, presidente da Fundtur-MS. Metodologia A metodologia inclui consultoria especializada, utilização de um sistema online exclusivo (plataforma Maptur) e mentorias mensais de acompanhamento, garantindo que os planos sejam monitorados, atualizados e aplicados com efetividade. Com isso, as instâncias de governança regionais ganham suporte técnico permanente, alinhando suas estratégias às demandas do mercado e às potencialidades locais. Segundo Richard Alves, diretor executivo da Lab Turismo, o diferencial do Maptur está em transformar o planejamento em prática. “Criamos a metodologia justamente para superar a ideia de planos engavetados. O Maptur conecta tecnologia, acompanhamento contínuo e participação social, garantindo que cada região tenha não apenas um diagnóstico, mas um caminho claro, viável e monitorado para impulsionar o turismo”. Com os Planos Estratégicos de Turismo lançados, as regiões de Campo Grande dos Ipês e Vale das Águas iniciam uma nova etapa de desenvolvimento, consolidando o turismo como vetor estratégico para a economia, a cultura e a sustentabilidade de Mato Grosso do Sul. Comunicação Fundtur-MSFotos: Bruno Rezende/Secom/Arquivo
Assistência ao parto avança no Brasil, mas pré-natal ainda preocupa

Dados da maior pesquisa sobre parto e nascimento no Brasil mostram avanços expressivos na prática hospitalar. A realização de episiotomia, o corte do canal vaginal com bisturi, para supostamente aumentar a via de passagem do bebê, caiu de 47% para 7% nos partos vaginais ocorridos no Sistema Único de Saúde (SUS), em cerca de dez anos. Queda semelhante (de 36% para 9%) foi observada na realização da manobra de Kristeller, quando o profissional de saúde sobe sobre a gestante ou empurra a sua barriga com força, para acelerar o nascimento. No sistema privado, a redução foi ainda mais expressiva: apenas 2% das mulheres que tiveram parto vaginal relataram ter passado pela manobra, que é considerada uma forma de violência obstétrica e traz risco para a parturiente e o bebê. Os dados fazem parte da Pesquisa Nascer no Brasil 2, realizada pela Fiocruz, que coletou dados de mais de 22 mil mulheres entre 2021 e 2023. Nessa quinta-feira (4), os pesquisadores divulgaram as informações referentes ao estado do Rio de Janeiro e adiantaram algumas informações nacionais, para comparação. Eles mostram que aumentou a quantidade de mulheres que puderam se alimentar e se movimentar durante o parto e que quase todas que pariram no Rio de Janeiro, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto em unidades particulares, optaram por posições verticalizadas, que favorecem a saída do bebê. “É uma adesão enorme às boas práticas e uma eliminação de intervenções desnecessárias. No Rio, não tem mais aquela forma de parir, em litotomia, em que a mulher fica com as pernas pra cima, , sem poder fazer força. Acabou. Isso é lindo! É uma mudança de cultura que estamos vendo. Não está perfeito, mas é uma mudança enorme na atenção ao parto, fruto de políticas públicas”, afirmou a coordenadora-geral da pesquisa, Maria do Carmo Leal. Por outro lado, a proporção daquelas que tiveram acesso à analgesia, para reduzir as dores das contrações, caiu de 7% para 2% no SUS em todo o Brasil, e apenas 1% no Rio de Janeiro. Nos serviços privados, a queda nacional foi de 42% para 33%, chegando a 30% no estado. “Entre as mulheres que entraram em trabalho de parto no Rio de Janeiro, caminhou melhor para o parto vaginal quem fez uso de analgesia, mostrando que talvez tenhamos aqui um aliado. Foi quase seis vezes maior a chance de terminar em um parto vaginal”, acrescentou Maria do Carmo. A pesquisa também mostra que os índices de parto normal e cesarianas permanecem um grande desafio no país. A quantidade de mulheres que passaram pela cirurgia no SUS aumentou de 43% para 48%, comparando com a primeira edição do levantamento, divulgado em 2014. A coordenadora-geral da pesquisa ressalva que, ao menos, a maior parte desse aumento se refere a cesarianas intraparto, ou seja, realizadas após a mulher entrar em trabalho de parto, que totalizaram 13% no Brasil. Os partos vaginais no SUS somaram 52% no Brasil e 50% no estado. Já a proporção de cesáreas no sistema privado foi de 81% no país e 86% no Rio de Janeiro, e apenas 9% e 7%, respectivamente, foram feitas após o início do trabalho de parto. Ainda assim, houve ligeiro aumento na quantidade de partos vaginais no Brasil, de 12% para 19%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que as cirurgias sejam feitas apenas em casos de necessidade e o índice do país não passe de 15%. O cenário sobre o pré-natal mostrado pela pesquisa, no entanto, não é tão positivo. Apesar de 98,5% das mulheres do Rio de Janeiro terem recebido o acompanhamento, apenas um terço apresentava registro completo de aferição de pressão arterial e exames de glicemia. Esses exames são essenciais para detectar e controlar as duas complicações mais comuns e perigosas da gestação: a hipertensão e o diabetes. Menos de 34% tiveram prescrição registrada de ácido fólico, substância essencial para o desenvolvimento neurológico do feto, e apenas 31,6% foram vacinadas contra o tétano e a hepatite B, dois dos principais imunizantes que devem ser tomados na gestação. Maria do Carmo Leal destaca outras lacunas importantes no cuidado das gestantes de alto risco, ou seja, que já tinham alguma condição diagnosticada no momento do parto. “Setenta e cinco por cento delas nunca fizeram uma consulta com especialista, só na atenção básica. Tem alguma coisa errada aqui. Trinta e seis por cento dessas mulheres disseram que a pressão arterial delas não foi medida em todas as consultas e também não tinham exame de glicemia, como o recomendado. São mulheres que peregrinaram mais (até serem admitidas para o parto), porque não tinha vaga, mas principalmente porque eram de alto risco e deveriam procurar uma unidade adequada. Peregrinar na hora do parto é tudo que elas não tinham que fazer”.
Brasil e Chile fortalecem laços comerciais e impulsionam rota bioceânica em MS

Com o objetivo de intensificar a cooperação entre Brasil e Chile e consolidar a rota bioceânica, autoridades dos dois países participaram nesta quarta-feira (3) de uma rodada de negócios na sede da Fiems (Federação das Indústrias de MS), em Campo Grande. O encontro reuniu empresários, investidores e representantes dos governos federal, estadual e municipal. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou que a nova infraestrutura pode dobrar o comércio bilateral com o Chile nos próximos cinco anos, com destaque para a ponte de Porto Murtinho, prevista para ser entregue em 2026. “Agora não falta mais logística”, afirmou. 🚛 Rota estratégica para o comércio com a Ásia O governador Eduardo Riedel ressaltou que a rota vai integrar o Centro-Oeste aos mercados asiáticos, beneficiando não apenas o MS, mas também os estados do Sudeste e Sul. Ele citou investimentos como: “A China é o maior comprador do Mato Grosso do Sul e do Brasil. A rota encurta caminhos para países como Japão, Vietnã, Malásia e Singapura”, destacou Riedel. 🏙️ Campo Grande se posiciona como polo logístico A prefeita Adriane Lopes afirmou que Campo Grande está pronta para receber novos investimentos. Segundo ela, a cooperação entre os três níveis de governo oferece segurança para o empresariado. Já o presidente da Fiems, Sérgio Longen, alertou sobre a necessidade de reduzir a burocracia, apontando a Receita Federal como gargalo logístico que pode comprometer o avanço do projeto. 🤝 Conexões internacionais e oportunidades para negócios locais Empresários sul-mato-grossenses aproveitaram o evento para buscar parcerias internacionais. O empreendedor Daniel Pavão, da startup Nivo, afirmou que a rota bioceânica abre portas para pequenas e médias empresas de ecoturismo. “É hora de ampliar nossa atuação e atrair investidores para o setor”, disse. O evento também contou com a presença de: A programação incluiu painéis empresariais, rodada de negócios e coquetel de encerramento. Foto: Governo MS
Milho surpreende em Mato Grosso do Sul e produção pode chegar a 14,2 milhões de toneladas

A nova estimativa da produção de milho em Mato Grosso do Sul apresenta um salto expressivo, com crescimento de 68,2% em relação à safra anterior. Segundo o boletim da Aprosoja, por meio do Projeto SIGA-MS, publicado no dia 2 de setembro, a produção passou de uma projeção inicial de 10,1 milhões de toneladas para 14,2 milhões, refletindo uma revisão significativa baseada principalmente no ganho de produtividade. Mesmo com a área cultivada praticamente estável, totalizando 2,1 milhões de hectares, o avanço na produtividade média, agora estimada em 112,7 sacas por hectare, foi o grande motor desse crescimento. O aumento foi de 68,1% em comparação com a última safra, resultado de uma combinação entre condições climáticas favoráveis durante fases críticas, janela de plantio adequada, avanço tecnológico e boas práticas de manejo adotadas pelos produtores. A maior parte da semeadura ocorreu entre fevereiro e março, o que favoreceu o desenvolvimento das plantas durante abril, mês em que o volume de chuvas foi ideal para o crescimento. Segundo o boletim, 78,1% das lavouras foram classificadas como “boas”, 15,3% como “regulares” e apenas 6,6% como “ruins”. Embora as projeções sejam animadoras, especialistas alertam para a necessidade de cautela, já que a colheita ainda não foi concluída. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, destaca alguns pontos importantes sobre a análise até agora. “A análise amostral realizada em 10% da área estimada já aponta um aumento expressivo na produtividade. É importante ressaltar, no entanto, que ainda é cedo para uma definição precisa. Restam 20% da área a serem amostrados, o que pode alterar esse panorama. E mais do que a produtividade em si, o que vai realmente determinar o sucesso da safra e os níveis de retorno para o produtor é a relação de troca. Vale destacar que muitos municípios ainda estão abaixo da média estadual nesse quesito”, afirmou Balta. Apesar dos avanços em várias áreas, o boletim revela diferenças marcantes de produtividade entre os municípios de Mato Grosso do Sul. Maiores Produtividades (sacas por hectare):Chapadão do Sul – 173,3 sc/haAlcinópolis – 160,0 sc/haSonora – 152,5 sc/haSão Gabriel do Oeste – 147,1 sc/haBrasilândia – 145,8 sc/ha Menores Produtividades (sacas por hectare):Ivinhema – 57,8 sc/haRochedo – 50,7 sc/haAparecida do Taboado – 35,0 sc/haNova Andradina – 31,0 sc/haAquidauana – 19,1 sc/ha Efeitos econômicos O avanço da produção de milho em Mato Grosso do Sul eleva as expectativas do mercado, refletindo positivamente na economia regional e na competitividade do setor.“O aumento na expectativa da produção de milho em Mato Grosso do Sul, impulsionado pelo ganho de produtividade, projeta impactos positivos sobre a renda agrícola, a rentabilidade dos produtores e a competitividade do agronegócio. Além de fortalecer a capacidade exportadora e ampliar o superávit comercial, o avanço da oferta consolida o Estado como referência no abastecimento nacional e internacional. Esse cenário favorece a atração de investimentos em tecnologia, logística e infraestrutura, reforçando o papel estratégico do milho como vetor de crescimento econômico regional”, afirma Jean Américo, analista de economia da Famasul. Vale destacar que, atualmente, 933 propriedades rurais são atendidas pela ATeG Grãos -Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, que oferece capacitação técnica e assistência especializada aos produtores, garantindo melhores práticas agrícolas e impulsionando a produtividade. Com esse apoio, Mato Grosso do Sul reforça sua posição no cenário agrícola nacional, onde o milho se destaca como vetor estratégico de desenvolvimento econômico, atraindo investimentos e ampliando oportunidades para toda a cadeia produtiva.
MS enfrenta calor acima de 30°C nesta quinta; Campo Grande pode atingir 34°C

O tempo volta a esquentar em Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (4), com temperaturas acima dos 30°C em praticamente todo o estado. Em Campo Grande, os termômetros devem marcar entre 22°C e 34°C, com destaque para ventos de até 50 km/h e baixa umidade do ar, que pode variar entre 35% e 50% — abaixo dos 60% recomendados pela OMS. Segundo a meteorologia, o aumento de nuvens e a chance de chuvas isoladas e tempestades com raios indicam a aproximação de uma frente fria, que trará instabilidades ao longo do dia. A mudança é causada pela combinação de baixa pressão atmosférica e transporte de calor e umidade, preparando o cenário para queda de temperatura nos próximos dias. 🌍 Previsão por regiões de MS: 🌧️ Frio chegando:Entre os dias 5 e 7 de setembro, a frente fria deve derrubar os termômetros, especialmente no sul do estado. Algumas cidades da faixa de fronteira poderão registrar mínimas de até 10°C. Especialistas recomendam atenção à variação térmica, que pode impactar principalmente pessoas com doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Pesquisa mede impacto de mudanças do clima e desmatamento na Amazônia

O período de estiagem na Amazônia brasileira está mais severo e a temperatura da floresta aumentou 2 graus entre 1985 e 2020, segundo estudo liderado por cientistas da Universidade de São Paulo. A análise revisou 35 anos de dados de desmatamentos, temperatura e chuvas no bioma, o que permitiu medir o impacto do desmatamento e da emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo sobre a floresta. O desmatamento é responsável por 74,5% da redução de chuvas e 16,5% do aumento da temperatura do bioma nos meses de seca. A pesquisa separou o território do bioma em 29 blocos de análise. Esses blocos, com área delimitada de 300 quilômetros (km) por 300 km, foram pensados assim pois permitiam análises que consideravam o comportamento do clima em escala ampla, considerando grandes chuvas e sistemas climáticos com escala de quilômetros. Sua precisão, porém, era bem mais próxima: usando o mapeamento desenvolvido para monitoramento de supressão de vegetação, pela rede MapBiomas, a “visão” dos pesquisadores chegava a impressionantes 30 metros. Cruzando essas informações, foi possível acompanhar como, nos diferentes quadrantes da região, as mudanças em cobertura vegetal ao longo das décadas tiveram impacto na precipitação e na temperatura. Além de entender o processo, acenderam mais uma luz de alerta: a manutenção dos ritmos atuais de devastação aqui e de emissão de gases no planeta aumentará os extremos climáticos na região, chegando mais próximo do que seria um ponto de estresse, com impactos cada vez mais profundos no equilíbrio da vida na região, já para 2035. Hoje, a média é de 19% de perda da cobertura, porém há áreas com pico de 80% de superfície desmatada. “A Amazônia é um bioma bastante complexo, que recebe umidade do oceano e tem dinâmica bastante equilibrada a respeito do ciclo hidrológico. Ela já está impactada, precisamos começar a reverter este processo e não há margem para mais fatores de estresse do bioma, internos ou não”, explicou o professor Marco Franco , do Instituto de Astronomia da USP, principal autor do artigo, que recebeu destaque na revista Nature. Os pesquisadores preferem não falar em ponto de não retorno para a floresta, pois o termo não tem consenso na comunidade científica, mas não têm dúvidas em afirmar que não há margem segura para permitir a exploração na região. Grandes empreendimentos, como minas e usinas, podem desequilibrar ainda mais o entorno, com potencial para afetar áreas extensas. “Isso já tem sido sentido na produção da safrinha, que é uma condição rara do nosso agronegócio, em relação ao mundo. Em algumas áreas do bioma ela tem tido quedas relevantes. A seca está aumentando, em média, 12 dias a cada 10 anos”, disse Franco. Ela já é sentida a partir de um limiar relativamente pequeno de supressão, com 10% de perda da vegetação nas áreas analisadas. Segundo os dados obtidos, taxas de supressão entre 10% e 40% da vegetação nativa levam a uma queda mais brusca das chuvas e acentuam o aumento local de temperaturas. A partir daí, a taxa de impacto diminui, porém é cada vez mais difícil reflorestar. Conhecendo esse impacto, alertam os participantes, fica mais transparente a responsabilidade e a possibilidade de cooperação entre governos. “Já sabíamos que as alterações climáticas ocorriam, a partir de outros estudos. Agora conseguimos mensurar isso, o que nos permite sentar e conversar com os responsáveis. Saber o nosso papel, do Brasil, em relação ao desmatamento, e conversar com o resto do mundo sobre o impacto que as emissões de gases globais de efeito estufa têm sobre a floresta”, explicou o professor Luiz Machado, que acompanhou e coordenou o levantamento. Segundo os resultados obtidos, as chuvas apresentaram redução de cerca de 21 milímetros (mm) na estação seca por ano, com o desmatamento contribuindo para uma diminuição de 15,8 mm. A temperatura máxima aumentou cerca de 2 °C, sendo 16,5% atribuídos ao efeito da perda florestal e o restante às mudanças climáticas globais. Esse peso varia. Áreas da Amazônia oriental, onde a cobertura vegetal está mais próxima da original, com supressão abaixo de 10%, sofrem bem menos com a seca. Lá a contribuição para o aumento de temperatura é quase exclusiva da emissão industrial, externa e ligada aos países do norte global, como Estados Unidos e a China. Em áreas do sudeste do bioma, como a região de Santarém, no Pará, o impacto do desmatamento no aumento da temperatura é mais equilibrado, além do impacto das secas ser bem mais relevante, explicou Franco. No artigo, os pesquisadores alertam que se o desmatamento continuar sem controle, a extrapolação dos resultados sugere um declínio adicional na precipitação total durante a estação seca e maior elevação da temperatura. O próximo desafio do grupo está em mensurar o impacto possível, em diferentes cenários, para a floresta, até o ano de 2100. Uma das contribuições do grupo além da mensuração e da comprovação dessa relação entre desmatamento, precipitações e aumento das temperaturas, está na disponibilização de parâmetros para outros grupos de pesquisa, permitindo por exemplo, que biólogos usem esses dados para entender impactos em espécies e territórios mais restritos, dentro do bioma. A Amazônia brasileira perdeu 14% da vegetação nativa entre 1985 e 2023, de acordo com dados do MapBiomas, atingindo uma área de 553 mil km2, o equivalente ao território da França. A pastagem foi a principal causa no período. Mesmo com a queda nos últimos dois anos em relação à área desmatada, o fogo e o avanço de áreas agrícolas continuam ameaçando a região. Agência Brasil foto Reuters/Ueslei Marcelino
Filmes nacionais têm recorde de inscrição no 27º Festival do Rio

A lista dos selecionados da Première Brasil, mostra competitiva para filmes brasileiros no Festival do Rio, foi divulgada nessa terça-feira (2) e mostra aumento das produções nacionais que alcançarão o público. Este ano, o festival do Rio chega à sua 27° edição de 2 a 12 de outubro e recebeu, entre os inscritos nacionais e internacionais, 320 filmes brasileiros de longa duração. “Nós estamos muito, muito felizes de ter este ano uma Première Brasil que é a maior que a gente já teve, não só a maior no número de inscritos, mas principalmente a maior no número de selecionados’’, comemora Ilda Santiago, diretora do festival. ‘’Acho que o sistema brasileiro neste ano em que é tão importante, muito relevante por tudo o que aconteceu, pelos nossos prêmios, acho que é o momento de a gente poder contar mais histórias, poder dizer que o talento brasileiro existe, então são 124 filmes selecionados. Há filmes para todos os gostos, filmes em competição, documentários, curtas-metragens, séries brasileiras, esse é realmente para ser um momento de celebração e, principalmente, um momento que nos jogue para um futuro sólido, de uma indústria sólida e que a gente continue produzindo e podendo mandar essas histórias não só para fora do país, mas sobretudo contar para todo o Brasil.’’, acrescenta Santiago. Entre os filmes de longa-metragem que participam da mostra competitiva estão: A Vida de Cada Um, de Murilo Salles; Cyclone, de Flavia Castro; Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher; Coração das Trevas, de Rogério Nunes; Quase Deserto, de José Eduardo Belmonte; e Virtuosas, de Cíntia Domit Bittar. Também em competição, documentários terão sua estreia: Apolo, estreia com direção da atriz Tainá Müller, Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins, Honestino, de Aurélio Michiles, Meu Coração Neste Pedacinho Aqui – Dona Onete, de Mini Kerti e Massa Funkeira, de Ana Rieper. Além da mostra competitiva, filmes ainda inéditos nos cinemas e que estiveram no Festival de Cannes como O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho e Para Vigo me Voy, de Karen Harley e Lírio Ferreira, terão sessões especiais no festival Confira os filmes brasileiros selecionados: PREMIÈRE BRASIL FICÇÃO A Vida de Cada Um, de Murilo Salles Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher Coração das Trevas, de Rogério Nunes Cyclone, de Flavia Castro Dolores, de Maria Clara Escobar e Marcelo Gomes Love Kills, de Luiza Shelling Tubaldini Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães Ruas da Glória, de Felipe Sholl Quase Deserto, de José Eduardo Belmonte Virtuosas, de Cíntia Domit Bittar #SalveRosa, de Susanna Lira PREMIERE BRASIL DOCUMENTÁRIO Amuleto, de Igor Barradas e Heraldo HB Apolo, de Tainá Müller e Isis Broken Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins Honestino, de Aurélio Michiles Massa Funkeira, de Ana Rieper Meu Coração Neste Pedacinho Aqui – Dona Onete, de Mini Kerti PREMIERE BRASIL NOVOS RUMOS Cartas Para…, de Vânia Lima Criadas, de Carol Rodrigues Espelho Cigano, de João Borges Eu Não Te Ouço, de Caco Ciocler Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias Nada a Fazer, de Leandra Leal Timidez, de Susan Kalik e Thiago Gomes Rosa Uma em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert Uma Baleia Pode Ser Destroçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança (HORS CONCOURS) PREMIERE BRASIL HORS CONCOURS A Conspiração Condor, de André Sturm Anos 90: a Explosão do Pagode, de Emílio Domingos e Rafael Boucinha As Vitrines, de Flavia Castro (Des)controle, de Rosane Svartman e Carol Minêm O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho O Homem de Ouro, de Mauro Lima Para Vigo me Voy, de Karen Harley e Lírio Ferreira Perrengue Fashion, de Flávia Lacerda Perto do Sol é Mais Claro, de Régis Faria Por Nossa Causa, de Sergio Rezende Querido Mundo, de Miguel Falabella e Hsu Chien Sexa, de Gloria Pires 90 Decibéis, de Fellipe Barbosa PREMIERE BRASIL RETRATOS Ary, de André Weller As Dores do mundo: Hyldon, de Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues Fernanda Abreu – Da Lata, 30 anos, o documentário, de Paulo Severo Fôlego – Até Depois do Fim, de Candé Salles Gláucio Gill – Um Teatro em Construção, de Lea Van Steen e Rafael Cardoso Meu Tempo É Agora, de Sandra Werneck Milton Gonçalves, Além do Espetáculo, de Luís Antônio Pillar Não Sei Viver Sem Palavras, de André Brandão Ninguém Pode Provar Nada: a Inacreditável História de Ezequiel Neves, de Rodrigo Pinto O Brasil Que Não Houve – As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas, de Renato Terra e Arnaldo Branco Rei da Noite, de Cassu, Lucas Weglinski e Pedro Dumans Vou Tirar Você Desse Lugar, de Dandara Ferreira PREMIERE BRASIL O ESTADO DAS COISAS Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo Com Causa, de Belisário Franca Do Outro Lado do Pavilhão, de Emilia Silveira Invencíveis, de Vitor Leite e Clarice Saliby Itacoatiaras, de Sergio Andrade e Patrícia Gouvêa Minha Terra Estrangeira, de João Moreira Salles, Louise Botkay e Coletivo Lakapoy Na Onda da Maré, de Lucia Murat O Pai e o Pajé, de Felipe Tomazelli, Luis Villaça e Iwarete Kaiabi Pau d’Arco, de Ana Aranha Reconhecidos, de Fernanda Amim e Micael Hocherman Rua do Pescador nº.6, de Bárbara Paz PREMIERE BRASIL À MEIA-NOITE A Própria Carne, de Ian SBF Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro Futuro Futuro, de Davi Pretto Nosferatu, de Cristiano Burlan Quarto do Pânico, de Gabriela Amaral Almeida PREMIERE BRASIL CLÁSSICOS A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla Gêmeas, de Andrucha Waddington Hermeto Campeão, de Thomas Farkas Nossa Escola de Samba, de Manuel Horácio Gimenez PREMIERE BRASIL GERAÇÃO Aventuras de Makunáima – Histórias Encantadas da Amazônia, de Chico Faganello Criaturas – Uma Aventura entre Dois Mundos, de Juarez Precioso Papaya, de Priscilla Kellen Quatro Meninas, de Karen Suzane Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul, de Alê Camargo e Jordan Nugem Trago seu amor, de Claudia Castro PREMIERE BRASIL SÉRIES Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, de Andrucha Waddington Ayô, de Yasmin Thayná De Menor, de Caru Alves de Souza Tremembé, de Vera Egito COPRODUÇÕES BRASILEIRAS La Quinta, de Silvina Schnicer (Argentina, Brasil, Chile, Espanha) O Riso e a Faca, de Pedro Pinho
Bonito agora tem voos regulares das três maiores companhias aéreas do Brasil

A cidade de Bonito (MS), conhecida mundialmente por seu ecoturismo, passa a ser atendida pelas três maiores companhias aéreas do Brasil: Latam, Gol e Azul. A novidade é a chegada da Latam Airlines, que inicia operações na próxima semana, com voos diretos saindo de Guarulhos (SP) às quartas-feiras e sábados. Com a nova rota, Bonito amplia sua malha aérea, agora conectada diretamente aos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos, os principais hubs de São Paulo. A expectativa do governo estadual é que o movimento no aeroporto da cidade supere os 60 mil passageiros até o fim de 2024 — em apenas oito meses, já foram 38,1 mil embarques e desembarques. Segundo Bruno Wendling, diretor da Fundação de Turismo de MS, “a conexão com Guarulhos reforça o elo com o principal ponto de entrada internacional do país”, o que pode impulsionar ainda mais o turismo estrangeiro para a região. A estrutura do aeroporto também foi modernizada e passou por reclassificação, permitindo operações com aeronaves maiores e em condições climáticas adversas. A próxima etapa inclui a ampliação da área construída, prevista para 2025. O impacto da ampliação vai além de Bonito, beneficiando cidades do entorno como Jardim, Bodoquena e Miranda, que compartilham o fluxo turístico da região. A secretária de Cultura do Rio de Janeiro, Danielle Barros, celebrou a novidade, afirmando que a nova malha aérea “amplia o alcance do destino”. O músico Marcelo Dai, que participou do Festival de Inverno de Bonito, também comemorou: “Facilita o retorno e torna o acesso mais democrático”. ✈️ Frequência dos voos para Bonito: