O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, entrou para a história do cinema brasileiro ao ser premiado como melhor filme internacional no Oscar. Na cerimônia, o prêmio foi entregue pela atriz Penélope Cruz, marcando um momento inédito para o Brasil nessa prestigiosa categoria.
Na competição, “Ainda Estou Aqui” enfrentou produções de diversos países, como o iraniano “A Semente do Fruto Sagrado”, o francês “Emilia Pérez”, a animação letã “Flow” e o dinamarquês “A Garota da Agulha”. O filme, que narra a emocionante trajetória de Eunice Paiva, mãe de cinco filhos, conta como ela lidou com o desaparecimento e assassinato de seu marido, o engenheiro Rubens Paiva, durante a ditadura militar. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o longa mergulha nas dificuldades e na força de uma família marcada pela tragédia.
Em seu discurso de agradecimento, Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva e ressaltou a importância das mulheres em sua vida. “É uma honra imensa. Este prêmio é para ela, para Eunice Paiva, e para todas as mulheres extraordinárias que contribuíram para dar vida a essa história, como Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”, declarou o diretor.
Essa conquista representa a primeira vitória brasileira na categoria de melhor filme internacional, após várias indicações históricas, como em “O Pagador de Promessas” (1963) e “Central do Brasil” (1999). Apesar de o filme “Orfeu Negro” ter vencido o Oscar em 1960, ele representou a França, enquanto “Ainda Estou Aqui” se torna o primeiro filme brasileiro a ser premiado nessa categoria.
Além da vitória em melhor filme internacional, “Ainda Estou Aqui” ainda disputa outras duas categorias nesta noite, incluindo a de melhor atriz para Fernanda Torres e o principal prêmio da cerimônia de melhor filme. A premiação reafirma o potencial do cinema brasileiro e abre novas perspectivas para a produção nacional no cenário internacional.