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Abstenções recorde no segundo turno refletem descrença dos eleitores: 28,6% não votaram em Campo Grande; entenda

Este número, equivalente a 29,26% dos eleitores aptos, é o segundo maior já registrado em eleições municipais desde o ano 2000, ficando atrás apenas da abstenção observada no auge da pandemia, em 2020.

O segundo turno das eleições no Brasil, realizado neste domingo (27), registrou uma alta taxa de abstenção, com aproximadamente 9,9 milhões de brasileiros não comparecendo às urnas. Este número, equivalente a 29,26% dos eleitores aptos, é o segundo maior já registrado em eleições municipais desde o ano 2000, ficando atrás apenas da abstenção observada no auge da pandemia, em 2020. Em Campo Grande, por exemplo, 28,6% dos eleitores decidiram não votar, o que representa 184.812 eleitores ausentes, um índice superior ao registrado no primeiro turno, que foi de 25,5%.

Além das abstenções, votos brancos e nulos chamaram atenção nas urnas. Na capital sul-mato-grossense, 11.704 eleitores votaram em branco e 16.871 anularam seus votos, números que somam cerca de 6,2% dos votos válidos. Esse índice reflete uma tendência nacional, em que muitos eleitores preferiram não escolher nenhum candidato, demonstrando falta de engajamento mesmo ao comparecer às seções eleitorais.

Para a analista política Clarissa Oliveira, da CNN Brasil, a elevada taxa de abstenção é vista como um “protesto” dos eleitores, refletindo uma falta de confiança persistente na política. Ela observa que, mesmo com uma maior estabilidade no cenário político em comparação aos anos anteriores, muitos cidadãos ainda não veem a política como algo que merece seu engajamento ativo. “Não tem como não olhar para isso como um protesto”, afirmou Oliveira, destacando que a descrença ainda pesa sobre o sistema eleitoral.

Segundo Oliveira, o voto obrigatório no Brasil, aliado a punições brandas para quem não vota, contribui para essa apatia. Com uma multa de pouco mais de R$ 3, o incentivo para participar ativamente do processo eleitoral diminui, aumentando o índice de abstenções e votos nulos, um “sinal vermelho” para a Justiça Eleitoral e para os políticos, que devem se preocupar com a confiança do eleitorado.

Esse cenário, alerta a analista, pode ter consequências graves, uma vez que a baixa participação nas urnas leva a uma representatividade limitada, com representantes eleitos por uma parcela menor da população. A especialista destaca a necessidade urgente de medidas para fortalecer a confiança no sistema e envolver o eleitorado nas próximas eleições, evitando que decisões políticas fiquem restritas a uma minoria.

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