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Saúde Mental Materna: Chamado para o Cuidado e o Respeito no Maio Furta-Cor

A sociedade costuma idealizar a mãe como uma figura sempre amorosa, paciente e realizada. Quando demonstra cansaço, tristeza, dúvidas e ansiedade, a mulher é muitas vezes julgada como descontrolada, surtada, exagerada ou fraca, já que foge do ideal enraizado pelo machismo e pelas pressões culturais. Todo este estigma impede que milhares de mães recebam o cuidado necessário. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que cerca de 1 em cada 4 mulheres desenvolve sintomas de ansiedade ou depressão no período gestacional ou pós-parto. Muitas jamais são diagnosticadas. Outras até desconfiam, mas preferem se calar para não serem vistas como “loucas”. Foi o que aconteceu com A.P, ao dar à luz ao primeiro filho.    “Quando meu bebê tinha seis meses, percebi que havia algo errado. Eu estava prostrada e cansada. Dava de mamar, fazia arrotar e ninava no automático. Quando tomava banho, chorava muito. Tinha vergonha de me abrir com alguém e ser julgada. Tinha uma culpa enorme por sentir uma tristeza profunda. Hoje, lembrando esses momentos, percebo o quanto é cruel o silêncio que cerca a saúde mental das mães”, disse.     O relato de A.P. ecoa o de tantas outras que enfrentam batalhas invisíveis. A pressão para corresponder a um ideal de maternidade inalcançável, tem calado as dores e isolado mães em um sofrimento que poderia ser tratado. “Muitas mulheres acabam desenvolvendo quadros depressivos e acham que os sintomas são típicos do período do puerpério. Sem conseguir fazer o autocuidado, ela pode ter raiva do bebê ou não consegue oferecer os cuidados básicos dessa criança. Em casos mais graves, chega até mesmo a ter quadros de psicose. É preciso ficar atenta a qualquer sinal que possa ser de quadro depressivo”, destacou a médica psiquiatra Carolina Gomes da Silva. Campanha Maio Furta-Cor Diante de tantos silêncios e diagnósticos tardios, tornou-se urgente romper com a ideia de que o sofrimento faz parte da maternidade e, mais do que isso, garantir que essas mulheres sejam vistas, acolhidas e cuidadas. Foi com esse propósito que nasceu a Campanha Maio Furta-Cor, instituída oficialmente em Mato Grosso do Sul pela Lei 6.121 de 2023. A norma, de autoria do deputado Pedro Kemp (PT), prevê a realização de palestras, cursos, oficinas, seminários, distribuição de material informativo como forma de conscientização da população sobre a saúde mental materna. “A campanha visa dar visibilidade às diferentes nuances da maternidade que, assim como a cor que lhe dá nome, muda de acordo com a luz. Ser mãe é uma experiência intensa e merece ser tratada com empatia e responsabilidade”.

Pessoas que usam medicamento preventivo contra HIV terão vacina contra hepatite A no SUS

O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira (2) que usuários da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), medicamento usado na prevenção ao HIV, passarão a receber gratuitamente a vacina contra hepatite A pelo SUS. A medida tem como objetivo conter surtos da doença, especialmente entre adultos, público que registra maior gravidade nos casos. A decisão leva em conta o novo perfil epidemiológico da hepatite A no país. A vacinação infantil já reduziu em 95% os casos entre crianças, mas o número de infecções em adultos cresceu — especialmente entre pessoas com práticas sexuais de maior risco, como homens que fazem sexo com homens (HSH). “Vamos conseguir reduzir riscos de internação, casos graves e óbitos por hepatite A no SUS, protegendo a população”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Como será a vacinação? Atualmente, mais de 120 mil pessoas fazem uso da PrEP no Brasil. A meta do governo é vacinar 80% desse público. Hepatite A: o que é e como se transmiteTrata-se de uma inflamação no fígado causada por um vírus. A forma mais comum de transmissão é fecal-oral (água ou alimentos contaminados), mas a partir de 2016 a OMS passou a observar surtos relacionados a práticas sexuais, inclusive em países com baixos índices da doença. No Brasil, o primeiro caso de transmissão sexual foi registrado em São Paulo em 2017. Desde então, 786 casos foram diagnosticados, com duas mortes confirmadas. A maior parte dos surtos foi controlada com campanhas de vacinação.

Anvisa volta a proibir venda do creme dental Colgate

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) retomou a proibição da comercialização do creme dental Colgate Total Clean Mint em todo o território nacional. A medida volta a valer após a própria fabricante ter retirado o recurso judicial que havia apresentado contra a interdição. A suspensão do produto havia sido determinada no dia 27 de março como medida cautelar após relatos de consumidores sobre possíveis reações alérgicas. Os sintomas relatados incluíam ardência na boca, inchaço, irritação e vermelhidão após o uso do creme dental. No mesmo dia da decisão inicial, a Colgate obteve uma liminar que interrompeu temporariamente os efeitos da medida. No entanto, com a retirada voluntária do recurso pela empresa, a proibição volta a vigorar. Em nota oficial, a Colgate afirmou que a decisão de retirar o recurso foi motivada pelo “avanço das investigações técnicas junto à Anvisa” e destacou que a empresa segue colaborando com o órgão regulador. A marca reforçou ainda sua confiança na segurança e qualidade do produto.

Vacinação contra gripe continua nesta sexta em supermercados de Campo Grande

A campanha de imunização contra a gripe segue nesta sexta-feira (2), ponto facultativo após o feriado do Dia do Trabalhador, com plantões de vacinação em dois supermercados de Campo Grande. As doses estarão disponíveis no Comper da Avenida Tamandaré (nº 635) e no Fort Atacadista Parati (Rua da Divisão, nº 1.208), das 9h às 15h. Podem se vacinar todas as pessoas com mais de seis meses de idade, desde que não estejam com sintomas gripais no momento da aplicação. É necessário apresentar documento com foto ou cartão do SUS. Confira a programação do fim de semana: 📍 Sábado (3/5):🕘 9h às 16h – Pátio Central Shopping (Rua Marechal Rondon, 1380) 📍 Domingo (4/5):🕚 11h às 17h – Shopping Norte Sul Plaza (Av. Ernesto Geisel, 2.300)

Campo Grande enfrenta colapso na saúde com leitos 100% ocupados e mais de 200 pessoas na fila

A cidade de Campo Grande vive um cenário crítico na área da saúde. Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) nesta terça-feira (29) mostram que 229 pessoas estão à espera de internação — sendo 186 adultos e 43 crianças. A ocupação total dos leitos (100%) agrava a situação, com UTIs neonatais e pediátricas completamente lotadas. As 49 vagas disponíveis para recém-nascidos estão em uso, e os 24 leitos pediátricos também não têm mais disponibilidade. Entre os hospitais, a Santa Casa registra 18 pacientes na fila, com apenas 6 leitos. No Hospital Regional, a situação se repete: 18 aguardando e 6 vagas disponíveis. O Hospital do Pênfigo tem apenas 2 leitos, ambos ocupados. Diante do agravamento da crise, a prefeitura decretou estado de emergência no último sábado (26) e anunciou medidas emergenciais, como a ampliação do atendimento pediátrico 24h nas unidades: Além disso, clínicos gerais de outras unidades foram treinados para atender casos de doenças respiratórias. A secretária municipal de saúde, Rosana Leite, destacou que todos os profissionais passaram por capacitações específicas em abril, e que a estrutura de apoio conta com equipes móveis para reforço em locais com alta demanda. Outra medida adotada foi a contratação emergencial de 40 médicos, visando reforçar as escalas de plantão nas unidades de saúde. 💉 Vacinação contra a gripe ampliada Na tentativa de conter o avanço das doenças respiratórias, a vacinação contra a Influenza foi estendida para toda a população a partir de segunda-feira (28). O infectologista Júlio Croda, da Fiocruz, reforça que a vacinação em massa pode reduzir internações: “Com coberturas elevadas e aplicação rápida, é possível evitar hospitalizações. A proteção já começa a aparecer cerca de sete dias após a dose.” Croda também fez um alerta para pessoas acima de 60 anos e com comorbidades: “Evitem aglomerações e, se necessário, usem máscara como forma de proteção adicional.”

Alta de covid-19 faz cidade do Amazonas retomar uso de máscara

A prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, na região da cabeça do cachorro, no Amazonas, decretou o retorno do uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados, como repartições públicas, estabelecimentos comerciais, escolas, igrejas e transportes coletivos. A medida, anunciada na última sexta-feira (25), foi tomada em razão do aumento nos casos de covid-19 no município. A ação atende uma recomendação da Defensoria Pública do Amazonas. De acordo com o órgão, somente em abril, o município, distante a 852 km de Manaus, havia registrado quase 400 casos positivos de covid-19 de 897 suspeitos. Em março, de 197 casos suspeitos, foram registrados 87 casos positivos. Em dezembro do ano passado, o número de casos registrados foi 14. “A alta procura pelos testes revelam outra informação: mesmo os casos negativos para covid-19 indicam que outras viroses respiratórias estão circulando na cidade, colocando em risco a saúde da população”, diz ofício encaminhado pelo defensor público Marcelo Barbosa à Secretaria Municipal de Saúde, na quarta-feira (23), recomendando a medida. Além da obrigatoriedade do uso de máscaras, a prefeitura também restringiu o acesso às áreas indígenas para pessoas que não apresentem caderneta de vacinação contra a covid-19 atualizada ou teste negativo realizado nas últimas 48 horas. O decreto permanecerá vigente enquanto houver recomendações das autoridades sobre o uso de máscaras.  Segundo a prefeitura, a medida visa proteger a população local, especialmente as comunidades indígenas, que representam cerca de 90% dos habitantes do município. Em nota, a prefeitura anunciou o adiamento do evento de lançamento do Festival Cultural dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro (Festribal), que ocorreria no sábado. “Informamos que nova data será divulgada em tempo oportuno”, diz aviso da prefeitura. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está realizando testes rápidos de covid-19 nas unidades básicas de saúde (UBS), para pessoas que apresentarem sintomas gripais. A fiscalização para o cumprimento das determinações do decreto ficará a cargo de órgãos e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que poderão solicitar documentação comprobatória, no caso da entrada em áreas indígenas.  O descumprimento das medidas determinadas poderá resultar em sanções administrativas, além de outras medidas cabíveis conforme a legislação vigente.  Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Campo Grande decreta emergência para enfrentar surto de doenças respiratórias

A Prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência neste sábado (26), devido ao crescimento dos casos de doenças respiratórias e arboviroses. A decisão foi tomada após uma reunião extraordinária do Centro de Operações de Emergência (COE), em resposta à superlotação nas unidades de saúde e à falta de leitos hospitalares. Desde o início de 2025, a Capital registrou 971 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 486 casos confirmados e 66 mortes. Os vírus mais identificados são o Influenza A, Rinovírus e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), com destaque para o aumento dos atendimentos entre crianças. “A nossa prioridade é proteger a vida da nossa população, especialmente das crianças, que estão mais vulneráveis”, afirmou a prefeita Adriane Lopes, enfatizando a necessidade de ação imediata. 🛑 Medidas adotadas Publicado em edição extra do Diário Oficial (Diogrande), o Decreto nº 16.246 estabelece a emergência por 90 dias e traz diversas ações emergenciais: A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, alertou que atualmente não há mais leitos pediátricos disponíveis na rede pública para casos de SRAG e reforçou a importância da vacinação. “Vacinamos apenas um terço da população até agora”, destacou. 🏥 Ações complementares Para ajudar a reduzir a pressão sobre os hospitais de Campo Grande, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou a abertura de 10 novos leitos pediátricos em Três Lagoas. Outra estratégia é o programa “Aluno Imunizado”, que leva campanhas de vacinação e conscientização para escolas municipais e estaduais. A ação já começou na Escola Estadual Zélia Quevedo Chaves, com a participação do personagem Zé Gotinha. 🔔 Orientações para a população A Prefeitura reforça a importância de medidas preventivas:

Exercícios podem prevenir quedas em idosos e melhorar recuperação

Os brasileiros estão vivendo mais, e as pessoas com idade acima de 65 anos já passam de 10% da população, conforme dados do último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cuidados simples previnem uma das principais causas de diminuição da qualidade de vida entre os idosos, que podem inclusive resultar em incapacidade permanente e morte: as quedas. O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) estima que, anualmente, um terço das pessoas com mais de 65 anos sofrem quedas, proporção que sobe para 40% entre os idosos a partir de 80 anos. E o local onde ocorrem mais quedas é dentro da própria casa. A fisioterapeuta Raquel Gonçalves, que é doutora em ciências da reabilitação pela Universidade de São Paulo (USP), diz que a população já tem mais consciência sobre as adaptações necessárias no ambiente, como a retirada de tapetes, colocação de barras de apoio em locais de maior perigo, como o banheiro, e o uso de sapatos antiderrapantes. Ainda existem, porém, pessoas que negligenciam a atividade física, essencial para melhoria da resistência, flexibilidade e equilíbrio, o que reduz o risco de quedas. “A pessoa que se mantém ativa ao longo da vida ou começa a fazer exercícios vai ter um processo de envelhecimento muito diferente. A gente fala muito de sarcopenia, que é a perda de massa muscular e se você faz atividade física, você evita essa sarcopenia, que já começa aos 30 anos. Então, quando você chegar aos 65, 70 anos, se mesmo assim eventualmente acontecer algum tipo de queda ou fratura, a recuperação é muito mais fácil”, complementa Raquel. De acordo com a especialista, mesmo quem já é idoso e não acumulou essa reserva ao longo da vida, se beneficia dos exercícios iniciados nessa fase: “Eles podem ser administrados por um fisioterapeuta, claro, mas também podem ser reproduzidos por um familiar ou um cuidador. Mesmo exercício simples de equilíbrio, de força muscular, já contribuem muito.” Raquel também reforça que a reabilitação após a queda é essencial para que a pessoa recupere sua qualidade de vida: “Quando o idoso cai, se ele tiver uma fratura, geralmente ele perde autonomia, muitas vezes precisa ficar de repouso na cama… Isso tem uma consequência psicológica muito grande. Além disso, ele começa a ter uma perda de massa muscular cada vez mais acentuada, porque ele está imóvel”. Ela alerta que os exercícios não podem ser abandonados após a recuperação.  “Muita gente pensa: ‘melhorei um pouco, então eu posso parar’. Não! Tem que pensar: ‘eu me recuperei, agora eu vou permanecer fazendo os exercícios, para manter essa massa muscular, para manter a minha força e não ser tão afetado com o passar do tempo’”, afirma a fisioterapeuta. Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

OMS: surtos de doenças preveníveis ameaçam progresso na vacinação

Os esforços de imunização estão sob crescente ameaça à medida que a desinformação, o crescimento populacional, as crises humanitárias e os cortes de financiamento comprometem o progresso e deixam milhões de crianças, adolescentes e adultos em risco. O alerta foi feito nesta quinta-feira (24) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi), em razão da Semana Mundial de Imunização. Em nota, as entidades destacam que surtos de doenças preveníveis por meio da vacinação, como o sarampo, a meningite e a febre amarela, estão aumentando globalmente, enquanto doenças como a difteria, que há muito tempo vinham sendo mantidas sob controle ou praticamente desapareceram em diversos países, correm o risco de ressurgir. Em resposta, as agências pedem “atenção política urgente e sustentada”, além de investimento para fortalecer programas de imunização e proteger o progresso alcançado na redução da mortalidade infantil nos últimos 50 anos. Em seu perfil na rede social X, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ressaltou que as vacinas salvaram mais de 150 milhões de vidas ao longo das últimas cinco décadas. “São mais de 4 milhões de vidas salvas a cada ano. Com imunização para todos, tudo é possível”, escreveu. “Graças às vacinas, uma criança nascida nos dias atuais tem 40% mais chance de sobreviver ao seu primeiro ano de vida do que há cinquenta anos.” “Com novas vacinas contra a malária e o câncer cervical, estamos salvando ainda mais vidas. Mas, com os cortes recentes no financiamento para a saúde global, esses ganhos duramente conquistados estão em risco. Surtos de doenças preveníveis por meio de vacinas estão aumentando em todo o mundo, ameaçando milhões de vidas. As vacinas não protegem apenas a vida de cada indivíduo, protegem comunidades, sociedades e economias”, completou Tedros. Sarampo A OMS alerta que o sarampo está ressurgindo “de forma especialmente perigosa”. O número de casos, de acordo com a entidade, vem aumentando ano a ano desde 2021, acompanhando reduções na cobertura vacinal registradas desde a pandemia de covid-19 em diversas localidades. Os casos chegaram a atingir a marca de mais de 10 milhões em 2023 – um aumento de 20% em relação a 2022. As três agências avaliam que essa tendência ascendente de novas infecções provavelmente se manteve ao longo de 2024 e também continuará em 2025, “na medida em que os surtos se intensificaram em todo o mundo”. Nos últimos 12 meses, 138 países relataram casos de sarampo, sendo que 61 registraram surtos classificados como grandes ou disruptivos – o maior número observado em um período de 12 meses desde 2019. Meningite Casos de meningite na África também aumentaram acentuadamente em 2024, e a tendência ascendente, segundo a OMS, continua em 2025. Apenas nos três primeiros meses deste ano, mais de 5,5 mil casos suspeitos da doença e quase 300 mortes foram relatados em um total de 22 países, contra cerca de 26 mil casos e quase 1,4 mil mortes notificados em 24 países no ano passado. Febre amarela Dados da OMS mostram que os casos de febre amarela na região africana também estão aumentando – foram 124 casos confirmados em 12 países em 2024. “Isso ocorre após declínio significativo de casos da doença na última década, graças aos estoques globais de vacinas e ao uso da vacina contra a febre amarela em programas de imunização de rotina”. Na região das Américas, surtos de febre amarela vêm sendo confirmados desde o início deste ano, com um total de 131 casos em pelo menos quatro países, incluindo o Brasil. Cortes no financiamento “Esses surtos ocorrem em meio a cortes no financiamento global. Balanço recente da OMS com 108 escritórios da entidade – sobretudo em países de baixa e média renda – mostra que quase a metade deles enfrenta interrupções moderadas ou graves em suas campanhas de vacinação, na imunização de rotina e no acesso a suprimentos em razão da redução do financiamento de doadores”, destacou a OMS. A vigilância de doenças, inclusive doenças preveníveis por meio da vacinação, segundo a entidade, também vem sendo afetada em mais da metade dos países pesquisados. Crianças não vacinadas Os números mostram ainda que o contingente de crianças que não receberam vacinas de rotina vem aumentado ao longo dos últimos anos, ainda que os países se esforcem para alcançar menores que não foram imunizados durante a pandemia. A estimativa é que, em 2023, cerca de 14,5 milhões de crianças tenham ficado sem receber todas as doses da vacinação de rotina – número superior aos 13,9 milhões registrados em 2022 e aos 12,9 milhões de 2019. “Mais da metade dessas crianças vive em países que enfrentam conflitos, fragilidade ou instabilidade, onde o acesso aos serviços básicos de saúde é frequentemente interrompido”, destacou a OMS. “A crise global no financiamento está limitando severamente nossa capacidade de vacinar mais de 15 milhões de crianças vulneráveis contra o sarampo em países frágeis e afetados por conflitos”, disse a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell. “Os serviços de imunização, a vigilância de doenças e a resposta aos surtos em quase 50 países já estão sendo interrompidos – com retrocessos em um nível semelhante ao que vimos durante a pandemia de covid-19. Não podemos nos dar ao luxo de perder terreno na luta contra doenças evitáveis.” Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Ministério Público de Contas solicita auditoria na Santa Casa de Campo Grande

O Ministério Público de Contas de Mato Grosso do Sul (MPC-MS) protocolou uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) pedindo auditoria na gestão financeira da Santa Casa de Campo Grande. O pedido inclui medida cautelar para apurar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos repassados ao hospital, que enfrenta uma grave crise financeira. A solicitação foi feita pelo procurador substituto Matheus Henrique Pleutim de Miranda, que ressaltou a gravidade da situação. “Ou há subfinanciamento por parte do Poder Público ou má aplicação dos recursos por parte da administração hospitalar, o que, em ambos os casos, gera prejuízo direto à população”, afirmou. 📊 De acordo com o MPC, mais de R$ 1,2 bilhão foram repassados ao hospital entre 2021 e 2024 apenas pela Prefeitura de Campo Grande, através do Convênio 03-A. Apesar do alto volume de recursos, a Santa Casa encerrou 2024 com déficit operacional de R$ 129,5 milhões e dívidas superiores a R$ 122 milhões. A crise se agravou nos últimos meses, com a suspensão de cirurgias eletivas por falta de insumos. A direção da Santa Casa atribui parte da situação ao corte de um repasse de R$ 1 milhão realizado pela Prefeitura. 🔍 A auditoria pretende analisar: O processo segue sob relatoria do TCE-MS, com base na Constituição Estadual e na Lei Complementar nº 160/2012, que permitem a fiscalização de convênios com entidades privadas.