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Transtornos mentais causam mais de 8 Mil afastamentos em MS em 2024

Mato Grosso do Sul registrou 8.386 afastamentos temporários de trabalhadores devido a transtornos mentais e comportamentais ao longo de 2024, representando quase 13% do total de licenças concedidas no estado. O aumento significativo desses casos reflete uma preocupação crescente com a saúde mental no ambiente de trabalho. Principais causas de afastamento De acordo com o Ministério da Previdência Social (MPS), entre as principais causas de afastamento no estado, os transtornos de ansiedade lideram com 2.516 concessões de benefícios. Em seguida, aparecem os episódios depressivos (2.408 casos) e o transtorno depressivo recorrente (1.556 registros). No âmbito nacional, os afastamentos por transtornos mentais já ultrapassam 440 mil casos. Entre as condições mais frequentes citadas no Capítulo V da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) estão: Crescimento alarmante dos afastamentos O número de afastamentos por doenças mentais tem crescido rapidamente ao longo dos últimos anos. Em 2023, os registros de afastamentos em MS por transtornos ansiosos foram 1.682, enquanto 1.436 trabalhadores precisaram de licença por episódios depressivos, e 987 por transtorno depressivo recorrente. Isso indica um crescimento de 49% nos afastamentos por transtornos psicológicos em apenas um ano. Segundo um levantamento da Agência Brasil, o número de afastamentos por transtornos mentais dobrou na última década. Em 2014, cerca de 203 mil brasileiros se afastaram do trabalho por esse motivo. Já em 2024, esse número ultrapassou 440 mil. Mudanças no mercado de trabalho e impacto na saúde mental De acordo com a psicóloga Lóren Lohana Dutra Barbosa, mesmo antes da pandemia, já se observava uma transformação na relação entre empresas e trabalhadores. “O mercado de trabalho se viu diante de um dilema: ou adapta-se e cria ambientes mais acolhedores, ou permanece com um modelo desgastante que pode levar os colaboradores ao adoecimento”, explica. Ela ressalta que, após a pandemia, a visão sobre o trabalho passou por uma grande mudança. “Muitas vezes, a geração Z é criticada por ‘falta de ética’, mas, na verdade, é uma geração que questiona relações abusivas no ambiente corporativo e os impactos negativos que isso pode ter, como o aumento no número de afastamentos”, acrescenta Lóren. Para a especialista, fatores como excesso de trabalho, baixa remuneração, falta de lazer e qualidade de vida são os principais gatilhos para o crescimento dos afastamentos por transtornos psicológicos. A discussão sobre saúde mental no ambiente corporativo se tornou essencial, especialmente diante do cenário atual de números cada vez mais elevados de trabalhadores afastados.

Ação gratuita marca o Dia Mundial do Rim em Campo Grande

Na próxima quinta-feira (13), os moradores de Campo Grande terão a oportunidade de cuidar da saúde gratuitamente em uma ação especial em referência ao Dia Mundial do Rim. A iniciativa será promovida pela Associação Beneficente dos Renais Crônicos de Mato Grosso do Sul (Abrec/MS) e acontecerá na Praça Ary Coelho, das 8h às 16h. Serviços oferecidos Durante o evento, a população poderá ter acesso a diversos atendimentos gratuitos voltados à saúde renal e ao bem-estar geral. Entre os serviços disponíveis estão: ✅ Teste de glicemia para controle dos níveis de açúcar no sangue✅ Aferição da pressão arterial, essencial para monitorar riscos cardiovasculares✅ Avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC), que auxilia no acompanhamento do peso e da saúde metabólica✅ Teste de retinopatia, voltado para hipertensos e diabéticos, ajudando na prevenção de complicações oftalmológicas✅ Exame de creatinina, importante para avaliar o funcionamento dos rins e detectar precocemente problemas renais A ação busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças renais, incentivando hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.

Revalida 2025: candidatos já podem conferir local de prova

Os candidatos da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) de 2025 já podem acessar o cartão de confirmação da inscrição. Entre outras informações, o cartão confirma o endereço do local de prova, o número de inscrição, a data e os horários do exame. No documento consta ainda se o participante deverá contar com atendimento especializado ou tratamento por nome social. O documento pode ser acessado no Sistema Revalida. Apesar de não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda levá-lo no dia do exame. O Inep é responsável pela aplicação do exame. As provas (objetiva e discursiva) serão realizadas em 23 de março, nas seguintes capitais: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP). O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, adequado aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Revalida Desde 2011, o exame autoriza aos aprovados ter o diploma revalidado no Brasil. A revalidação é de responsabilidade das universidades públicas que aderiram ao exame. Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática) para avaliar habilidades, competências e conhecimentos necessários ao exercício profissional O Revalida aborda, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva). A prova teórica terá 100 questões de múltipla escolha, além das questões discursivas. E o candidato somente poderá avançar para a segunda etapa, a da prova prática, se for aprovado na prova teórica. Esta última fase, avalia as habilidades clínicas em cenários de prática profissional, como atendimento de atenção primária, ambulatorial, internação hospitalar, pronto-socorro para casos de urgência e emergência, além da medicina comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normas e na legislação profissional.  Para mais informações sobre o Revalida, o Inep tem o site.

Saúde confirma primeiro caso de nova cepa de mpox no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de infecção pela cepa 1b da mpox no Brasil. Segundo a pasta, a paciente, uma mulher de 29 anos que mora na região metropolitana de São Paulo, teve contato com um familiar que esteve na República Democrática do Congo, país que enfrenta surto da doença. Em nota, o ministério informou que o caso no Brasil foi confirmado laboratorialmente, por meio da realização de sequenciamento para caracterizar o agente infeccioso. O exame permitiu a obtenção do genoma completo que, segundo a pasta, é muito próximo aos de casos detectados em outros países. “Até o presente momento, não foram identificados casos secundários. A equipe de vigilância municipal mantém o rastreamento de possíveis contatos”, destacou o comunicado. Ainda de acordo com o ministério, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foi informado sobre o caso e a pasta, junto às secretarias estadual e municipal de Saúde, solicitou o reforço da rede de vigilância epidemiológica e o acompanhamento da busca ativa de pessoas que tiveram contato com a paciente. Centro de emergência Em resposta à declaração de emergência em saúde pública de importância internacional por mpox, decretada pela OMS em agosto de 2024, o ministério instituiu o Centro de Operações de Emergências (COE) para a doença que, segundo a pasta, permanece ativo no intuito de centralizar e coordenar as ações. Casos Em 2024, o Brasil registrou 2.052 casos de mpox. Até o início de fevereiro, 115 casos de cepas da doença haviam sido notificados, mas nenhum deles, até então, era da cepa 1b. Nenhum óbito por mpox foi identificado no Brasil ao longo dos últimos dois anos e a maioria dos pacientes, segundo o ministério, apresenta sintomas leves ou moderados. A doença Causada pelo vírus Monkeypox, a doença pode se espalhar entre pessoas e, ocasionalmente, do ambiente para pessoas, por meio de objetos e superfícies que foram tocados por um paciente infectado. Em regiões onde o vírus está presente entre animais selvagens, a doença também pode ser transmitida para humanos que tenham contato com os animais infectados. A mpox pode causar uma série de sinais e sintomas. Embora algumas pessoas apresentem sintomas menos graves, outras podem desenvolver quadros mais sérios e necessitar de atendimento em unidades de saúde. O sintoma mais comum é a erupção na pele, semelhante a bolhas ou feridas, que pode durar de duas a quatro semanas. O quadro pode começar com ou ser seguido de febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados. A erupção cutânea pode afetar o rosto, as palmas das mãos, as solas dos pés, a virilha, as regiões genitais e/ou anal. As lesões também podem ser encontradas na boca, na garganta, no ânus, no reto, na vagina ou nos olhos. O número de feridas pode variar de uma a milhares. Algumas pessoas desenvolvem ainda inflamação no reto, que pode causar dor intensa, além de inflamação dos órgãos genitais, provocando dificuldade para urinar. Entenda A mpox é considerada doença endêmica na África Central e na África Ocidental desde a década de 1970. Em dezembro de 2022, a República Democrática do Congo declarou surto nacional de mpox, em razão da circulação da cepa 1 do vírus. Desde julho de 2024, casos da cepa 1b vêm sendo registrados em países como Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos, Bélgica, Angola, Zimbábue, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e África do Sul. Agência Brasil

Anvisa aprova primeira insulina semanal para tratar diabetes 1 e 2

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira insulina semanal do mundo para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 1 e 2 no Brasil. Trata-se da medicação Awiqli, produzida pela farmacêutica Novo Nordisk. Apesar da aprovação, não há data prevista para lançamento no país. Em nota, o fabricante informou que a aprovação foi baseada em resultados do programa de ensaios clínicos Onwards, que demonstrou a eficácia do remédio no controle dos níveis de glicose em pacientes com diabetes tipo 1, alcançando controle glicêmico comparável ao da insulina basal de aplicação diária. “Pacientes que utilizaram icodeca mantiveram níveis adequados de glicemia ao longo da semana com uma única injeção.” Ainda de acordo com os estudos, a insulina icodeca também demonstrou segurança e controle glicêmico eficaz, comparável ao das insulinas basais diárias em pacientes com diabetes tipo 2. “A insulina icodeca permitiu um controle estável da glicemia ao longo da semana com uma única injeção semanal, sendo eficaz em pacientes com diferentes perfis, incluindo aqueles com disfunção renal. Em ambos os casos, a segurança foi um fator determinante e Awiqli não demonstrou aumento significativo de eventos adversos graves, incluindo hipoglicemia.” Entenda Segundo a Novo Nordisk, a insulina semanal icodeca já foi aprovada para adultos com diabetes tipo 1 e 2 pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) e em países como Austrália, Suíça, Alemanha, Japão e Canadá. Na China, a medicação foi aprovada para o tratamento de diabetes tipo 2 em adultos.  “Os pedidos também já foram submetidos ao FDA [Food and Drugs Adminstration, agência reguladora norte-americana] para avaliação”. “Todos os medicamentos da Novo Nordisk devem ser vendidos sob prescrição e o tratamento deve sempre ser indicado e acompanhado por um médico habilitado. Não há data prevista de lançamento do produto no Brasil”, concluiu a farmacêutica no comunicado. Agência Brasil Awiqli/Divulgação

Unimed CG abre inscrições para 1º Encontro com Gestantes de 2025

Evento gratuito da Unimed Campo Grande acontece de 12 a 15 de março e traz orientações essenciais para a jornada da maternidade A Unimed Campo Grande convida futuras mamães, papais e cuidadores para o 1º Encontro com Gestantes de 2025, que acontece nos dias 12, 13, 14 e 15 de março, sempre às 19h, no Auditório Maria da Guia Fernandes (sede da Unimed Campo Grande). O evento, gratuito e aberto ao público, contará com a participação de profissionais especializados para compartilhar orientações sobre os cuidados com a gestação, o parto e os primeiros momentos do bebê. Nesta edição, a inscrição será solidária: cada participante poderá contribuir trazendo um pacote de fraldas tamanho RN ou P (marca à escolha). As vagas são limitadas! Garanta a sua inscrição pelo link: http://unimed.me/051/encontro Programação: Dia 12/3 (quarta-feira) -19h – Definindo a via de parto – Dra. Vanessa Chaves – médica ginecologista e obstetra -20h – Analgesia e anestesia no parto – Dra. Helena Sodré – médica anestesiologista Dia13/3 (quinta-feira) -19h – Recepção do recém-nascido e os primeiros dias de vida – Dr. Alberto Jorge Félix – médico pediatra -20h – Primeiros socorros em bebês – equipe SOS Unimed Dia 14/3 (sexta-feira) 19h – Amamentação – Enfermeira Suzana Bahmad – consultora em amamentação 20h – Cuidados com o bebê – Enfermeira Suzana Bahmad – consultora em amamentação Serviço: O Encontro com Gestantes será realizado no Auditório Maria da Guia Fernandes, na sede da Unimed Campo Grande – com acesso pelo estacionamento da Rua da Paz nº 898 – Jardim dos Estados. Assessoria Unimed

Projeto exige exame nacional de proficiência para ser biomédico no país

Adotado em vários países e alinhado com o que já existe para os profissionais de medicina e odontologia, projeto protocolado este mês pelo senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) cria o Exame Nacional de Proficiência em Biomedicina (PL 513/2025). A proposta é que seja um exame nacional, a ser realizado duas vezes ao ano, com foco na avaliação não só de conhecimentos teóricos, mas também de habilidades práticas essenciais. Ele será requisito obrigatório para o registro nos Conselhos Regionais e para o exercício da profissão no Brasil. O senador informa, na justificação, que houve uma rápida expansão no número de cursos de graduação em biomedicina nas últimas décadas, impulsionada principalmente pelo setor privado. Ele cita o Censo da Educação Superior de 2023, que registrou 760 escolas de biomedicina no país, com um aumento de mais de trezentos novos cursos em relação a 2018, “o que evidencia um crescimento acelerado em apenas cinco anos”. Essa proliferação de escolas, inclusive muitas com modalidade de ensino a distância em parte do currículo, gerou disparidades na qualidade da formação profissional, de acordo com o autor do projeto. Pontes menciona os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2019. Os dados mostraram que cerca de 80% dos alunos de biomedicina de instituições públicas obtiveram conceitos 4 ou 5 — os mais altos em uma escala de 1 a 5, que indicaram formação de qualidade muito boa ou excelente. Em compensação, apenas 17% dos estudantes de instituições privadas alcançaram esses níveis, o que revelou haver diferenças na formação acadêmica dos futuros profissionais, segundo Pontes. Riscos para população “Essa heterogeneidade na formação profissional é especialmente preocupante na área da saúde, em que deficiências na qualificação podem trazer consequências diretas e graves para a população. Assim, a instituição de medidas que garantam o cumprimento de competências e de conhecimentos essenciais ao exercício da biomedicina são de evidente interesse público”, ressalta o senador na justificação do projeto. Para minimizar esses riscos, o projeto de lei define que a regulamentação do exame caberá ao Conselho Federal de Biomedicina, órgão com competência técnica e legitimidade para definir os padrões necessários ao exercício seguro, ético e eficiente da profissão. A aplicação do exame, por sua vez, será de responsabilidade dos Conselhos Regionais da categoria. O texto estabelece ainda que as informações sobre o desempenho dos participantes do exame constituirão referência adicional para os processos de regulação e supervisão da educação superior conduzidos pelo Ministério da Educação. So estarão dispensados do Exame Nacional de Proficiência os biomédicos com inscrição no Conselho Regional de Biomedicina homologada antes da entrada em vigor desta Lei, assim como os estudantes que ingressaram no curso de graduação antes de vigorar essa legislação. O projeto de lei ainda aguarda designação para as comissões. Fonte: Agência Senado Foto: Bernardo Portella/Fiocruz Imagens

Anvisa cancela venda de pomadas para fixar cabelos; veja a lista

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou a comercialização de 47 pomadas para fixar ou modelar cabelos por não atenderem aos critérios estabelecidos para essa categoria de cosméticos. Segundo a Agência, as empresas não se adequaram às exigências da resolução 814/2023. Confira a lista dos produtos cancelados.   A Agência destaca que apenas os produtos regularizados podem ser fabricados e vendidos e o descumprimento dessa norma é considerado uma infração sanitária, sujeita a penalidades que incluem multa, cancelamento de registro, interdição do estabelecimento.  Segundo a Anvisa, a maioria dos produtos cancelados descumpriu o artigo da resolução que determinava a adequação dos processos de produtos que haviam sido regularizados por notificação e a apresentação de informações como:  Logo após a publicação da RDC 814/2023, a Anvisa já havia cancelado os registros de 1.266 pomadas.  Dicas A Anvisa elaborou uma página com orientações sobre pomadas para fixar ou modelar cabelos.   O uso de produtos irregulares ou de forma inadequada pode provocar efeitos indesejados como cegueira temporária (perda temporária da visão), forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.   A lista das pomadas autorizadas está disponível no site da Agência. Só os produtos dessa lista podem ser comercializados. Veja aqui a lista completa.  Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Dengue: produção nacional e dose única são vantagens da nova vacina

O anúncio do Ministério da Saúde sobre a primeira vacina nacional contra a dengue traz consigo outros avanços importantes, como o aumento no volume de doses disponíveis, a produção do imunizante no país, o novo esquema vacinal de apenas uma dose e a perspectiva de inclusão de novos públicos-alvo, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Mônica Levi. A médica lembra que o total de 60 milhões de doses que serão entregues no ano que vem, apesar de ser seis vezes maior do que o previsto para 2025, é insuficiente para vacinar toda a população brasileira. Isso significa que o Programa Nacional de Imunizações ainda precisará definir um público-alvo para receber o imunizante que será produzido pelo Instituto Butantan e foi batizado de Butantan-DV. Por enquanto, a vacina que está sendo aplicada nos postos de saúde é a QDenga, da farmacêutica japonesa Takeda, e apenas em adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades com maior incidência da doença, com exceção das doses próximas do vencimento, que podem ser recebidas por pessoas de outras idades. Mônica Levi diz esperar que novos estudos da Butantan-DV mostrem a segurança e a eficácia da vacina também entre os idosos. “Os adolescentes internam-se mais e tem mais quadros graves, mas quem mais morre são os idosos. Só que, nas vacinas disponíveis, a faixa etária acima de 60 anos não foi contemplada nos estudos. Mas, no projeto anunciado, há um estudo em populações de outras faixas etárias. Como a vacina do Butantã é de 2 a 59 anos, eu entendo que as outras faixas etárias de interesse são de 60 anos para cima. E isso seria muito importante, porque os idosos tem maior mortalidade”, diz a especialista. Mesmo que a capacidade de produção seja insuficiente para toda a população brasileira, outra inovação da Butantan-DV deve ajudar a aumentar as coberturas vacinais: é o primeiro imunizante contra a dengue do mundo aplicado em apenas uma dose. “Em qualquer faixa etária, mas principalmente nos adolescentes, nas vacinas de múltiplas doses, a segunda ou a terceira sempre têm um uma evasão, sempre tem piores coberturas. Sem dúvida, é muito mais fácil fazer campanha pontual de uma dose só do que conseguir completar um esquema maior”, afirma Mônica Levi. A Butantan-DV foi desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Americano e a farmacêutica MSD e será produzida em conjunto com a empresa WuXi Biologics. Ainda assim, a vacina foi apresentada como 100% nacional porque todas as etapas de sua produção serão realizada em solo brasileiro. Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, é uma grande vantagem, inclusive para diminuir o risco de desabastecimento ou atraso na entrega das vacinas. “Não depender de acordos que os laboratórios tenham com outros países, se há surtos ou epidemias, isso permite autonomia. Você vai ter uma produção que atenda a sua população, e isso é fundamental para garantir a quantidade de vacinas para a população que se pretende vacinar.” Bom resultado de testes O imunizante é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro tipos da dengue. Na última etapa de testes, a vacina teve 79,6% de eficácia geral e 89,2% de eficácia entre as pessoas que já tiveram a doença, mas ainda está sendo avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é a responsável pela autorização do uso da vacina no país. Mônica Levi lembra ainda que todos esses benefícios da Butantan-DV só devem chegar à população a partir de 2026, logo, não se pode descuidar da prevenção ambiental, para controlar a disseminação do Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença. A dengue não é transmitida de uma pessoa para outra, o que significa que a vacina não é capaz de produzir a chamada “imunidade de rebanho”, quando um certo número de pessoas vacinadas é suficiente para bloquear ou até erradicar o agente causador. “Claro que você vai ter menos gente infectada para os mosquitos se contaminarem e picarem outras pessoas, mas não é uma proteção segura, por exemplo, para quem não foi vacinado porque tinha contraindicação, ou estava gestante, era imunocomprometido grave.” De acordo com o Painel de Monitoramento do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou este ano mais de 439 mil casos prováveis de dengue, com 177 mortes confirmadas. Em janeiro, a quantidade de casos foi menor do que no mesmo mês do ano passado, quando houve surto da doença, mas superior aos registros de 2023. Tâmara Freire – Repórter da Agência Brasil Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Ministério das Mulheres acompanha caso de feminicídio em Campo Grande

A ministra das Mulheres desembarcou em Campo Grande nesta terça-feira (18) para acompanhar o andamento das investigações sobre o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, morta na semana passada pelo ex-noivo. O caso teve grande repercussão e gerou debates sobre possíveis falhas na proteção da vítima, já que Vanessa havia solicitado medida protetiva horas antes de ser assassinada. A agenda da ministra inclui reuniões com autoridades locais e entidades de defesa dos direitos das mulheres para discutir novas ações de enfrentamento à violência de gênero. A expectativa é que sejam anunciadas medidas de reforço na rede de proteção às mulheres em Mato Grosso do Sul.