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Governo vai comprar 150 mil antídotos contra intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde comprará, em caráter emergencial, antídotos contra intoxicações por metanol, a serem utilizados por estados e municípios para o tratamento de vítimas que tenham tomado bebidas alcoólicas adulteradas. O governo pretende adquirir 150 mil ampolas de etanol farmacêutico, além da possibilidade de adquirir Fomepizol junto a produtores e agências internacionais. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, via redes sociais. “Determinamos a compra emergencial de 150 mil ampolas de etanol farmacêutico para reforçar estados e municípios no tratamento de vítimas. A Anvisa também acionou produtores e agências internacionais para adquirir Fomepizol, outro antídoto usado em casos de intoxicação”, postou o ministro. Na quinta-feira (2), Padilha detalhou ações estratégicas de enfrentamento a esse tipo de intoxicação, durante reunião da sala de situação, criada pelo governo federal visando o monitoramento e a coordenação das iniciativas, em meio aos casos de suspeita e contaminação que vêm sendo identificados. “O Ministério da Saúde estruturou, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), um estoque estratégico em hospitais universitários federais e serviços do SUS com 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico. Além disso, está em andamento a compra emergencial de mais 5 mil tratamentos (150 mil ampolas), garantindo a reposição e distribuição do produto conforme a necessidade de estados e municípios”, informou o ministério. Chamada Pública De acordo com a pasta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma chamada pública para identificar “fornecedores internacionais do fomepizol, medicamento específico para intoxicação por metanol, atualmente não disponível no Brasil”. Esta ação vai mobilizar as 10 maiores agências reguladoras do mundo para que indiquem, em seus países, quais são os produtores do fomepizol. O governo oficializou também um pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol. Precaução O ministério manifestou a intenção de adquirir outras 1 mil unidades do medicamento por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da Opas, o que poderá ampliar ainda mais o estoque nacional. Ao anunciar as medidas, Padilha disse que esses pedidos e compras de antídotos estão sendo feitos por precaução. “Nos últimos anos, não ultrapassamos 20 casos por ano, mas temos observado um registro maior no estado de São Paulo. Essas são medidas preventivas do Ministério da Saúde”, disse o ministro. Casos suspeitos Até a tarde de quinta-feira (2), o Brasil havia registrado 48 casos suspeitos de intoxicação por metanol. Outros 11 casos já haviam sido confirmados por meio de detecção laboratorial pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs), segundo a Sala de Situação instalada pelo governo federal Apenas uma morte decorrente desse tipo de intoxicação foi confirmada pelo Ministério da Saúde no estado de São Paulo. Mais sete óbitos seguem em investigação, sendo dois em Pernambuco e os outros cinco também em São Paulo. Agência Brasil Foto: José Cruz/Agência Brasil

Campo Grande oferece 180 mamografias gratuitas por dia durante Outubro Rosa

Mulheres de Campo Grande contam, até o fim de outubro, com a oferta de 180 mamografias gratuitas por dia em duas unidades de saúde. A ação integra a campanha Outubro Rosa, que reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama — o tipo de tumor mais comum entre mulheres no Brasil. Os exames estão sendo realizados no Hospital de Câncer Alfredo Abrão e no Hospital de Amor. No primeiro, são distribuídas 80 senhas diariamente, a partir das 6h, na Rua Marechal Rondon, nº 1053, região central. Já o Hospital de Amor, localizado na Avenida Vereador Thyrson de Almeida, nº 3103, bairro Aero Rancho, disponibiliza 100 exames por dia. O público-alvo são mulheres entre 40 e 74 anos ou aquelas a partir dos 30 anos com histórico familiar da doença em idade precoce. Para realizar o exame, é necessário apresentar documento oficial com foto e o cartão do SUS. Além da mamografia, o Hospital de Amor oferece ainda serviços de cuidado e autoestima, como manicure, cabeleireiro e design de sobrancelhas. “Nosso trabalho vai além da assistência, buscamos acolher, orientar e reforçar a importância da prevenção”, afirma a enfermeira Vívia Tanaka. Especialistas alertam que o exame é capaz de identificar alterações antes mesmo de sintomas surgirem. “O diagnóstico precoce salva vidas. Muitas mulheres ainda chegam em estágios avançados, quando o tratamento é mais limitado”, explica Sueli Telles, presidente do Hospital Alfredo Abrão. Histórias de pacientes reforçam a importância da prevenção. A dona de casa Fátima Aparecida de Souza descobriu a doença em exame de rotina, mesmo sem apresentar sintomas. Já a psicóloga Helaine Mariano enfrentou um diagnóstico avançado após dois anos sem se examinar. “Se eu tivesse feito a mamografia anualmente, teria descoberto no início”, relatou. Casos como esses mostram a relevância de campanhas como o Outubro Rosa, que incentivam o cuidado contínuo com a saúde e ampliam as chances de detectar o câncer de mama em estágio inicial, aumentando as possibilidades de cura.

Chikungunya traz preocupações após uma década de presença no Brasil

Passados pouco mais de dez anos dos primeiros casos identificados no país, o vírus causador do chikungunya ainda traz uma série de preocupações para o Brasil. O alerta é da reumatologista Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia (Sobare). Durante conferência realizada dentro do Congresso Nacional de Reumatologia, que acontece até este sábado (20) no Centro de Convenções de Salvador (BA), ela destacou que um dos grandes desafios relacionados à doença é o controle do vetor, ou seja, o combate aos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, transmissores do vírus. “Ainda existem muitos desafios para a gente tratar e controlar essa doença no Brasil. O primeiro destaque que temos é o controle desse vetor. A gente mora numa zona tropical e em que há dificuldade de controle por causa [da falta de] saneamento básico. E a gente precisa também de uma adequação do sistema de saúde para acompanhamento desses pacientes, principalmente na rede pública. Dependendo da região, não existem ambulatórios suficientes no Brasil para acompanhar esse paciente”, disse ela. Há duas semanas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) comunicou estar preocupada com surtos localizados da doença em países das Américas. Segundo alerta epidemiológico da Opas, os maiores surtos de chikungunya em 2025 se concentraram na América do Sul, particularmente na Bolívia, no Brasil, Paraguai e em partes do Caribe. Até o dia 9 de agosto de 2025, 14 países da região relataram um total de 212.029 casos suspeitos de chikungunya e 110 mortes, com mais de 97% desses casos ocorrendo na América do Sul. “A presença simultânea desses e de outros arbovírus aumenta o risco de surtos, complicações graves e mortes, especialmente entre populações vulneráveis”, alertou a Opas. Só neste ano de 2025, o Brasil já registrou 121.803 casos de chikungunya, com 113 mortes confirmadas até o dia 17 de setembro, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde. “O Nordeste foi grande epicentro dessa doença, então foi aqui que os primeiros casos ocorreram, a gente começou a tratar mais essa doença e ela ainda continua [a existir] com grande carga. Hoje o vírus está espalhado por todo o Brasil e há descrição de que já houve cerca de sete grandes ondas epidêmicas detectadas no país nos últimos dez anos. No último ano, a gente teve, principalmente, os estados de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul, com um grande número de casos da doença”, explicou a especialista. Vacina Recentemente, o Instituto Butantan anunciou uma vacina contra a doença, desenvolvida em parceria com a empresa farmacêutica Valneva. O imunizante contém uma versão viva e atenuada do vírus da chikungunya, o que pode causar sintomas semelhantes aos da doença. Em abril deste ano, a vacina recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou sua aplicação em pessoas acima dos 18 anos. No entanto, em agosto deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, que também havia aprovado a vacina, decidiu suspender sua licença após o relato de efeitos adversos graves, que culminaram em hospitalizações e mortes. Essa suspensão, disse Viviane Machicado Cavalcante, pode fazer com que a Anvisa também reavalie sua decisão em relação ao mesmo imunizante. “Essa notícia é recente, do final de agosto. Há cerca de um mês, os Estados Unidos, que têm essa vacina aprovada e que já estava em comercialização, suspendeu a licença do imunizante, porque foram evidenciados alguns casos de efeitos adversos relacionados à vacina, inclusive de encefalite idiopática. O FDA suspendeu a licença, só que a gente não sabe ainda qual vai ser o posicionamento da Anvisa em relação a isso”, afirmou a médica. Chikungunya A chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue e do zika. Ela pode provocar dor crônica nas articulações. Os sintomas mais comuns são febre alta, dores nas articulações, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. Em casos graves, os pacientes podem desenvolver dor crônica nas articulações que podem durar anos. A principal forma de prevenção é o combate ao mosquito, eliminando criadouros e água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e piscinas sem uso. É na água parada que o mosquito deposita seus ovos. Elaine Patrícia Cruz – Agência Brasil Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Justiça nega prorrogar patente de substância de caneta emagrecedora

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) publicou nesta sexta-feira (19) decisão que autoriza terceiros a produzir medicamentos à base de liraglutida. Entre eles, estão as “canetas” que combatem a obesidade e o diabetes tipo 2. Segundo a Justiça, não há direito de extensão do prazo da patente da substância (PI0410972-4), como desejava a empresa Novo Nordisk, responsável pela caneta emagrecedora Saxenda. A medida atende ao pedido do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para suspender decisão de primeira instância que havia estendido a duração da patente. De acordo com o INPI, a decisão ganha relevância em meio à preocupação com desabastecimento de medicamentos. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu edital para registros de produtos à base de semaglutida, reforçando a necessidade de ampliar a oferta no mercado. Segundo o INPI, o entendimento do TRF1 segue a linha do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2021, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 5.529, declarou inconstitucional a prorrogação automática de patentes e fixou em 20 anos o prazo máximo de vigência, contado a partir do depósito. Para o INPI, a decisão reafirma a segurança jurídica e a previsibilidade no sistema de propriedade industrial, garantindo a função social da patente, a livre concorrência e o acesso da população a medicamentos mais acessíveis. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a empresa Novo Nordisk. A empresa enviou a seguinte nota: “Causou estranheza à Novo Nordisk que o INPI tenha pleiteado à justiça, em suas razões de apelação, o reconhecimento de suposto direito de livre comercialização de produtos em favor de terceiros, bem como tenha opinado através de comunicado em seu site oficial sobre suposto risco de desabastecimento de medicamentos GLP-1 no mercado brasileiro, matéria de competência da ANVISA. O INPI deveria manter-se focado em prestar seus serviços de forma eficiente, promovendo o respeito à propriedade industrial e um ambiente pró-inovação no país. O INPI é um órgão de natureza técnica, cuja atuação no exame de patentes deve ser adstrita ao cumprimento dos requisitos legais, não deve ser pautada por políticas públicas de nenhum setor industrial específico”.

Câncer ocular infantil raro: como identificar sinais precoces e proteger a visão das crianças

Um dos tumores mais raros da infância, o retinoblastoma, exige atenção redobrada de pais e responsáveis. Apesar de pouco conhecido, ele pode comprometer a visão e até colocar a vida da criança em risco se não for diagnosticado a tempo. A oftalmologista Lídia Guedes, especialista em oncologia ocular do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, explica que os primeiros indícios podem passar despercebidos. “O reflexo branco na pupila, chamado leucocoria, costuma ser o sinal mais comum e pode ser notado em fotografias com flash. Também devemos ficar atentos a estrabismo e inflamações oculares frequentes”, orienta. A doença afeta principalmente crianças de zero a cinco anos. Por isso, o acompanhamento nos primeiros anos de vida é decisivo. O teste do olhinho, realizado ainda na maternidade, é uma triagem fundamental, mas não suficiente para descartar a doença. Conforme a médica, exames de imagem como mapeamento de retina, ultrassonografia ocular e ressonância magnética são ferramentas essenciais para confirmar o diagnóstico e verificar a extensão do tumor. Por ter origem genética, não há formas de prevenção primária. O que faz diferença, segundo Lídia, é o diagnóstico precoce. “Quando detectado nos estágios iniciais, o índice de cura é elevado e as chances de preservar o globo ocular e a visão aumentam consideravelmente.” O tratamento varia conforme a gravidade. Em fases iniciais, pode incluir quimioterapia associada a laser, crioterapia ou medicações intravítreas. Nos casos mais avançados, pode ser necessária a enucleação, procedimento cirúrgico de remoção do olho, medida extrema mas que garante a cura em muitos pacientes. A especialista reforça um alerta aos pais: “As crianças raramente relatam sintomas. Por isso, consultas oftalmológicas semestrais nos primeiros anos de vida são indispensáveis. Detectar cedo salva não apenas a visão, mas também vidas.”

Doação de órgãos: em MS, resistência das famílias ainda supera 60% apesar de avanços

Falar sobre a morte nunca é simples, mas pode ser decisivo para salvar vidas. Em Mato Grosso do Sul, a negativa das famílias para a doação de órgãos e tecidos continua sendo um dos principais obstáculos: mais de 60% dos entrevistados não autorizam o procedimento, mesmo quando existe viabilidade clínica. Segundo a Central Estadual de Transplantes da SES (Secretaria de Estado de Saúde), esse cenário convive com conquistas importantes. Entre janeiro e setembro de 2025, foram feitos 218 transplantes de córnea, 39 de fígado, 16 de rim e quatro de ossos, proporcionando uma nova oportunidade de vida a dezenas de pacientes. A coordenadora da CET, Claire Carmen Miozzo, lembra que a decisão depende da família, o que torna fundamental a conversa em vida. “A entrevista familiar é uma etapa decisiva e exige acolhimento e sensibilidade. Quando o desejo de ser doador é manifestado em vida, o processo de autorização se torna mais claro e respeita a vontade do paciente”, destacou. Mobilização pelo Setembro Verde Para ampliar o debate, o Setembro Verde traz ações de sensibilização. No domingo (21), acontece a 2ª Caminhada “Passos pela Vida”, no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Já na segunda-feira (22), a Assembleia Legislativa promove sessão solene para a entrega do Diploma “Amigo do Transplante”, que homenageia pessoas e instituições que fortalecem a cultura da doação no estado. A legislação determina que apenas familiares até segundo grau, cônjuges ou companheiros podem autorizar a doação, com a presença de testemunhas. Por isso, além do preparo técnico das equipes, a orientação do cidadão em vida é essencial para que esse desejo não se perca em meio ao luto. MS em destaque nacional Apesar das dificuldades, Mato Grosso do Sul já se coloca entre os estados que mais avançam na área. Em menos de um ano após iniciar transplantes de fígado, o estado conquistou o 4º lugar no ranking nacional por milhão de habitantes, com taxa de 17,9 transplantes, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes. Fica atrás apenas do Distrito Federal, Paraná e Ceará. Para o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, esse é um reflexo do esforço das equipes locais. “A habilitação de profissionais e hospitais fez com que, em pouco tempo, alcançássemos um resultado expressivo e que coloca Mato Grosso do Sul em evidência no cenário nacional”, afirmou.

Pressão de 12×8 passa a ser considerada pré-hipertensão em nova diretriz

A reclassificação acompanha a Sociedade Europeia de Cardiologia, que já define como pressão elevada valores entre 12×7 e 13×8. Pela referência, a hipertensão só é confirmada a partir de 14×9, mas quem apresenta pressão em torno de 12×8 já está em zona de risco. Com a mudança, a pressão considerada ideal passa a ser abaixo de 12×7. Isso porque pesquisas apontam que valores acima desse limite aumentam as chances de doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC. Para quem se enquadra na faixa de pré-hipertensão, os especialistas recomendam mudanças no estilo de vida: Segundo os cardiologistas, essas medidas podem prevenir a progressão da pressão arterial para níveis de hipertensão e proteger o coração a longo prazo.

Saúde orienta teste para detectar sinais de autismo em todas as crianças

O Ministério da Saúde lançou uma nova linha de cuidado para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com foco na triagem precoce. A principal orientação é que profissionais da atenção primária apliquem o teste M-Chat em todas as crianças de 16 a 30 meses, durante a rotina de acompanhamento do desenvolvimento infantil. Segundo a pasta, a estratégia busca estimular intervenções antes mesmo da confirmação do diagnóstico. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o objetivo é “garantir o diagnóstico e os estímulos o mais cedo possível, apoiando também as famílias”. Além da triagem, o documento traz recomendações sobre encaminhamentos dentro da rede do SUS, até os Centros Especializados em Reabilitação (CERs), considerados essenciais no acompanhamento multiprofissional de pessoas com TEA e outras deficiências. A nova linha de cuidado também prevê planos terapêuticos individualizados, capacitação de profissionais e ações de orientação parental para fortalecer o vínculo entre saúde, família e escola. O Brasil estima que 1% da população viva com TEA, segundo o IBGE. Para ampliar o atendimento, o governo anunciou:

Governo institui dias de prevenção ao suicídio e à automutilação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta semana, a Lei 15.199/2025 que define a realização da campanha Setembro Amarelo, anualmente, no mês de setembro, em todo o país, para a promoção da saúde mental e da conscientização sobre a prevenção da automutilação e do suicídio. Na prática, a mobilização nacional, idealizada no fim de 2014 por diversas entidades, passa a ter o status de política pública nacional com a nova legislação. No Brasil, em 2023, mais de 16,8 mil óbitos por suicídio foram notificados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde (MS). Publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (9), o texto define que a campanha Setembro Amarelo deve ser voltada a informar sobre riscos, oferecer orientação sobre recursos disponíveis de apoio e tratamento e fortalecer o acolhimento às pessoas que enfrentam desafios relacionados à automutilação e a pensamentos ou à intenção de tirar a própria vida, chamada tecnicamente de “ideação suicida”. Pela publicação, também ficam instituídos o dia 10 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção do Suicídio e o dia 17 de setembro como o Dia Nacional de Prevenção da Automutilação. A critério dos gestores estaduais, poderão ser veiculadas campanhas na mídia, prédios públicos poderão ser iluminados com luzes de cor amarela, entre outras ações. Setembro amarelo A campanha do Setembro Amarelo teve sua primeira edição em 2015, organizada pela sociedade civil e entidades representativas de classe. Atualmente, estão à frente do Setembro Amarelo o Centro de Valorização da Vida (CVV), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). Em 2025, a campanha do Setembro Amarelo tem o tema “Conversar pode mudar vidas”. O foco é reforçar que o diálogo é uma ferramenta poderosa para acolher quem sofre em silêncio e, por isso, o objetivo é promover a conversa sobre a prevenção do suicídio. Prevenção Como medida de prevenção ao suicídio do Setembro Amarelo, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou, nesta quarta-feira (10), a Cartilha Amarela – Prevenção e combate ao assédio, a outras formas de violências e ao suicídio relacionado ao trabalho. O documento trata o suicídio como um grave problema de saúde pública e alerta para os impactos de práticas abusivas e ambientes de trabalho hostis à saúde física e mental de trabalhadores. A cartilha relaciona os principais alvos do assédio moral: mulheres, pessoas com deficiência (PCD), com idade avançada, população LGBTQIAPN+, pessoas de outra região do país, de outras nacionalidade ou culturas, além de doentes ou acidentados. O material ainda ajuda identificar formas de assédio e violência relacionados ao trabalho que podem gerar sofrimento e adoecimento da pessoa assediada. Acesse aqui a Cartilha Amarela. Apoio e tratamento Entre os recursos públicos disponíveis para apoio e tratamento à saúde mental estão os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), em todas unidades da federal. A rede oferece serviços com profissionais especializados para atender as necessidades da comunidade. Nos Caps, as equipes multiprofissionais contam com médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. Outra modalidade assistência gratuita é o Centro de Valorização da Vida (CVV) que oferece canais de atendimento disponíveis 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive aos fins de semana e feriados para prestar apoio emocional e prevenção do suicídio a todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob anonimato. O CVV atende no telefone Ligue 188, no chat e por e-mail. Em qualquer caso de urgência ou emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) pode ser acionado imediatamente pelo telefone 192 e a Polícia Militar do estado, no telefone 190. Mitos x realidade A questão do suicídio ainda é vista como tabu por diversos setores da sociedade brasileira. Por isso, a cartilha lançada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ainda lista os mitos mais comuns sobre o tema e como devem ser abordados para reduzir estigmas. O material esclarece, entre outros, que: ·  falar sobre o suicídio não aumenta o risco de uma pessoa se matar. Ao contrário, protege, porque pode aliviar a angústia e tensão e pode quebrar tabus; ·  a maioria dos suicidas fala ou dá sinais de seu desejo de se matar. Por isso, o indivíduo que fala sobre a intenção de tirar a própria vida ou sobre um plano suicida deve ser levado a sério; ·  pessoas nesta situação, muitas vezes, já relataram ou deram pistas destes pensamentos a uma ou mais pessoa e experimentam sentimentos ambivalentes sobre o suicídio, ou seja, ficam em dúvida se devem fazê-lo, considerando motivos para morrer e para viver; ·  a imprensa não é proibida de abordar o suicídio. É o oposto: a mídia deve informar a população sobre o assunto de saúde pública e divulgar onde e como os interessados devem buscar ajuda. Saúde pública Em média, mais de 720 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2021, o suicídio foi a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, o número de suicídios da população em geral e de pessoas indígenas somados aumentou 66,47% em uma década (2013-2023). O Atlas da Violência 2025, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que, em 2023, foram mais de 16,8 mil casos: em média, 46 pessoas cometem suicídio por dia no país. Um dos compromissos assumidos pelo Brasil, em acordo com a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), é a redução desse número em um terço até 2030. Esta meta aborda a redução da mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promoção da saúde mental e do bem-estar.

Hospital Regional abre inscrições para Residências Multiprofissional e Uniprofissional em Saúde

A Funsau (Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul), por meio da Coremu (Comissão de Residência Multiprofissional), está com inscrições abertas para o Processo Seletivo 2026-2028 dos Programas de Residência Multiprofissional e Uniprofissional em Saúde do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). As vagas são destinadas a profissionais das áreas de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social. O programa, com duração de dois anos e carga horária de 60 horas semanais, garante bolsa mensal de R$ 4.106,09. O processo seletivo será realizado em duas etapas: prova objetiva (22/11/2025) e análise curricular. As inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo site www.fundatec.org.br até 17 de outubro de 2025, mediante pagamento da taxa de R$ 379. O resultado final está previsto para 21 de janeiro de 2026, e as atividades terão início em 2 de março de 2026 no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Áreas contempladas Documentação e requisitos Podem participar profissionais graduados em instituições reconhecidas pelo MEC, com registro no respectivo conselho de classe. Candidatos formados no exterior devem apresentar diploma revalidado no Brasil. A matrícula exige documentação completa, incluindo diploma ou declaração de conclusão, carteira profissional, RG, CPF, comprovante de residência, título de eleitor, certificado de reservista (para homens), carteira de vacinação atualizada, entre outros.Informações adicionais O edital completo está disponível nos sites www.fundatec.org.br e www.hospitalregional.ms.gov.br. Dúvidas podem ser esclarecidas junto à COREMU/HRMS pelo telefone (67) 3378-2909, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h. Patrícia Belarmino, Comunicação HRMS