O Rio Paraguai registrou uma mínima histórica, atingindo 62 centímetros abaixo da cota de referência, conforme dados do Serviço Geológico Brasileiro (SGB). Essa é a menor marca já registrada desde o início das medições, em 1900, no posto de Ladário, em Corumbá (MS). O recorde anterior havia sido de 61 centímetros, registrado em 1964. A situação reflete a seca severa que afeta a região do Pantanal.
O nível normal do Rio Paraguai é de 5 metros, e a redução drástica do volume de água tem causado impactos significativos para a navegação, o turismo e a economia local. Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), essa queda interfere diretamente na pesca e no abastecimento das comunidades ribeirinhas. Especialistas apontam que a escassez de chuvas na bacia hidrográfica é um dos principais fatores dessa crise hídrica.
A situação foi alertada desde fevereiro de 2024, quando o SGB indicou a possibilidade de que o Pantanal enfrentaria um dos anos mais secos da história. As chuvas abaixo da média desde outubro de 2023 confirmaram essa previsão. A seca histórica também afeta outras regiões do Brasil, como a Amazônia, cujas águas alimentam as nascentes do Rio Paraguai, agravando ainda mais o cenário.
Além dos impactos econômicos, a seca compromete a biodiversidade do Pantanal, um dos biomas mais frágeis do planeta. O Imasul destacou em nota que o clima extremo coloca em risco espécies da fauna e flora locais, além das populações humanas que dependem do equilíbrio desse ecossistema.
Matéria: Bruna Querino
Foto: Ministério da Minas e Energia