Nos primeiros nove meses de 2024, as queimadas no Brasil devastaram 22,8 milhões de hectares, o equivalente ao estado de Roraima. Os dados são do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que apontam um aumento de 150% em comparação com o mesmo período de 2023. A Amazônia foi o bioma mais atingido, com 51% das áreas queimadas, sendo a maioria vegetação nativa. O estado de Mato Grosso lidera a lista dos mais afetados, com 5,5 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro.
Em setembro, o cenário foi ainda mais alarmante, com 10,65 milhões de hectares destruídos pelo fogo, representando um aumento de 90% em relação a agosto. Só esse mês corresponde a 47,6% de toda a área queimada no Brasil em 2024. Especialistas atribuem esse salto à intensificação da seca e ao avanço das mudanças climáticas, que têm acelerado a propagação de incêndios, especialmente na Amazônia, onde 5,5 milhões de hectares foram queimados apenas em setembro.
O Cerrado foi o segundo bioma mais afetado, com 4,3 milhões de hectares devastados, um aumento de 117% em relação ao mesmo período de 2023. A vegetação nativa representou 88,3% do total queimado em setembro. A seca severa no Cerrado contribuiu para a rápida disseminação das queimadas, impactando não apenas o meio ambiente, mas também a qualidade do ar e a saúde das populações próximas.
Já no Pantanal, as queimadas cresceram 2.306% em relação à média dos últimos cinco anos, com 1,5 milhão de hectares destruídos. O fogo afetou principalmente as áreas de vegetação nativa, incluindo formações campestres e campos alagados. Esse aumento expressivo reflete a severidade da seca no bioma, o que torna o impacto das queimadas ainda mais devastador para o ecossistema e a biodiversidade local.
Matéria: Bruna Querino
Créditos de imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil