A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quarta-feira (23) a Operação Portare, para investigar supostos crimes relacionados a contratos de locação de veículos firmados com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá (MT).
Em Campo Grande (MS), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, incluindo uma empresa de aluguel de carros. Agentes federais deixaram o local com malotes de documentos e materiais apreendidos.
Além da capital sul-mato-grossense, a operação teve desdobramentos em Cuiabá, Várzea Grande, Brasília, Boa Vista e Rio de Janeiro, totalizando 17 mandados.
As investigações apontam que, entre 2023 e 2024, foram firmados contratos que somam R$ 12,5 milhões, com indícios de fraude e direcionamento da licitação para favorecer uma empresa específica. A PF ainda detectou superfaturamento e pagamento de propina a servidores públicos.
Segundo a apuração, parte dos veículos previstos nos contratos sequer foi entregue, causando um prejuízo estimado em R$ 1,3 milhão aos cofres públicos. Além disso, há suspeitas de que informações sigilosas tenham sido vazadas e que carros de categorias inferiores foram entregues em desacordo com os contratos.
A Justiça Federal determinou o afastamento cautelar de dois servidores públicos, bem como o bloqueio de bens e valores de até R$ 20,35 milhões em nome de 10 investigados.