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Mais de 20 mil alunos em MS estudam em escolas sem água potável, aponta fiscalização nacional

Um levantamento do projeto nacional Sede de Aprender revelou uma realidade preocupante na educação pública de Mato Grosso do Sul: mais de 20 mil alunos estão matriculados em escolas que não possuem acesso à água potável. Os dados são do Censo Escolar 2024 e basearam uma operação de fiscalização realizada

Um levantamento do projeto nacional Sede de Aprender revelou uma realidade preocupante na educação pública de Mato Grosso do Sul: mais de 20 mil alunos estão matriculados em escolas que não possuem acesso à água potável. Os dados são do Censo Escolar 2024 e basearam uma operação de fiscalização realizada entre os dias 2 e 6 de junho, com participação de Ministérios Públicos e Tribunais de Contas em todo o país.

Segundo o levantamento, 58 escolas sul-mato-grossenses estão nessa condição — 11 na zona rural e 47 em áreas urbanas — afetando diretamente 20.935 estudantes. Entre as situações encontradas, 5.399 alunos estudam em instituições abastecidas por cacimbas (poços rasos), enquanto outras cinco escolas sequer possuem sistema de esgoto, impactando 2,8 mil estudantes. Mais grave ainda: quatro unidades não têm banheiros, afetando 1.111 crianças e adolescentes.

Classificação de risco

O relatório também categoriza o risco estrutural das unidades escolares:

  • 22.304 alunos estão em escolas consideradas de alto risco,
  • 2.540 em risco médio,
  • e 654.750 em unidades sem risco.

Entre os municípios com maior incidência de escolas sem água potável estão Rio Brilhante (13 escolas), Nova Alvorada do Sul (8), Naviraí (6) e Chapadão do Sul (6).

Respostas e contestação

A Secretaria de Estado de Educação (SED) afirmou, em nota, que os dados referentes às escolas estaduais citadas estão “incorretos e/ou desatualizados”. Já o Sesc Regional de Campo Grande, apontado na base com 1,5 mil alunos sem acesso à água potável, informou que houve erro no preenchimento da informação e que a água é fornecida pela Águas Guariroba. A escola fará um novo laudo para comprovar a potabilidade da água ainda neste mês.

A Assomasul (Associação dos Municípios de MS), que representa os municípios do Estado, foi procurada, mas ainda não se pronunciou oficialmente.

Sobre o projeto

Criado pelo Ministério Público de Alagoas e ampliado nacionalmente com apoio do CNMP, Atricon e Instituto Rui Barbosa, o projeto Sede de Aprender tem como missão fiscalizar escolas públicas com infraestrutura precária, promovendo ações alinhadas à Agenda 2030 da ONU, que defende o acesso universal à água e ao saneamento básico.

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