Durante audiência pública realizada na Câmara Municipal nesta quarta-feira (14), o vereador Landmark Rios (PT) propôs a inclusão de uma emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para assegurar apoio financeiro à Santa Casa de Campo Grande, maior hospital filantrópico de Mato Grosso do Sul. A unidade enfrenta superlotação e déficit mensal de R$ 13 milhões, segundo dados apresentados na reunião.
“Existe um movimento dos 78 municípios do Estado transferindo suas responsabilidades para Campo Grande. E a Santa Casa está sobrecarregada. É hora de darmos uma resposta concreta”, afirmou Landmark, que também é vice-presidente da Comissão de Orçamento da Câmara.
💡 Proposta de emenda na LDO
A sugestão do parlamentar é incluir na LDO uma diretriz voltada ao apoio a entidades filantrópicas que prestem serviços ao SUS, com destaque à Santa Casa, por meio da formalização de instrumentos jurídicos específicos.
“Sabemos que não é o instrumento mais direto, mas é o caminho possível para criarmos um ambiente de compromisso com a Santa Casa já no planejamento orçamentário. A unidade precisa de socorro urgente”, reforçou.
📊 Situação crítica: déficit e alta demanda
Durante a audiência, a direção da Santa Casa alertou sobre a gravidade do cenário:
• Déficit mensal: R$ 13 milhões
• Leitos disponíveis: 744
• Internações de alta complexidade: 62% em MS, quase 70% em Campo Grande
• Pacientes transferidos diariamente: média de 100
A presidente do hospital, Alir Terra Lima, destacou que a unidade é referência em diversas especialidades e alertou: “Se não atender aqui, o paciente vai para onde?”.
🧭 Responsabilidade compartilhada
Landmark elogiou o esforço da atual gestão da Santa Casa e do Governo do Estado, mas cobrou mais responsabilidade da Prefeitura da Capital:
“É muito fácil para um gestor do interior comprar uma van e jogar a responsabilidade para Campo Grande. Mas a solução precisa ser tripartite, com União, Estado e Município agindo juntos.”
A superintendente de relações institucionais da Sesau, Ana Paula Borges, explicou que o teto de repasses hospitalares depende da comprovação de faturamento e autorização do Ministério da Saúde, e reforçou que a Prefeitura já fez solicitação de recomposição do teto federal para ampliar a capacidade de atendimento.