O julgamento dos ex-sargentos da Polícia Militar Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, terminou nesta quinta-feira (31) com a condenação deles. A sentença foi lida pela juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Júri, no Rio de Janeiro. Lessa recebeu pena de 78 anos e 9 meses, enquanto Queiroz foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.
Além da prisão, os réus foram condenados a pagar uma indenização de R$ 706 mil por danos morais a cada uma das famílias das vítimas. O julgamento ocorreu seis anos após o atentado, em 14 de março de 2018, quando o carro em que Marielle e Anderson estavam foi alvejado no centro do Rio de Janeiro. Lessa está preso em São Paulo, no Complexo de Tremembé, e Queiroz, na Papuda, em Brasília.
Durante o julgamento, o Ministério Público do Rio de Janeiro destacou que Lessa tinha intenção de eliminar todos os ocupantes do carro para evitar qualquer testemunha. As provas incluíram pesquisas feitas por Lessa na internet e imagens do carro após o ataque. No segundo dia de júri, a defesa de ambos os réus alegou que suas penas deveriam ser aplicadas de forma “justa” e em proporção à participação de cada um.
Os réus prestaram depoimento por videoconferência. Lessa afirmou que cometeu o crime por R$ 25 milhões, enquanto Queiroz declarou que só soube do objetivo da ação no momento do crime. Ambos expressaram arrependimento às famílias das vítimas. A sentença encerra a parte criminal direta do caso, mas as investigações continuam para identificar os mandantes.
O caso Marielle Franco permanece entre os mais emblemáticos do país, mobilizando discussões sobre violência e milícias no Rio de Janeiro. Em 2024, três suspeitos de serem mandantes foram presos, e as investigações sugerem que o crime envolveu disputas territoriais e de poder. A Justiça brasileira segue em busca de mais respostas para o caso.