Após mais de 460 dias de conflito e quase 48 mil mortos, Israel e Hamas chegaram a um novo acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, anunciado nesta quarta-feira (15) pelo primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman. O tratado, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, entrará em vigor no domingo (19) e prevê medidas para encerrar o conflito em fases, incluindo a libertação de reféns e a retirada gradual de tropas israelenses.
Na primeira etapa, 33 reféns serão libertados pelo Hamas, e Israel devolverá mais de mil prisioneiros palestinos. O acordo também prevê um aumento significativo da ajuda humanitária a Gaza, que enfrenta uma grave crise devido aos bombardeios e bloqueios. Apesar das negociações, questões como a futura governança de Gaza permanecem sem definição, complicando os esforços para uma resolução definitiva.
O corredor de Filadélfia, na fronteira entre Gaza e Egito, foi um dos pontos mais controversos das negociações. O Hamas exige controle total da área, enquanto Israel insiste em manter a segurança para evitar contrabando de armas. A travessia de Rafah começará a operar gradualmente, permitindo a passagem de doentes e casos humanitários.
O cessar-fogo ocorre dias antes da posse de Donald Trump como presidente dos EUA, substituindo Joe Biden. Trump já havia anunciado o acordo antes de sua oficialização e prometeu ações severas contra o Hamas caso os reféns não fossem libertados. O cenário político pode influenciar os próximos passos nas relações entre as partes envolvidas.
Apesar da trégua, o futuro de Gaza continua incerto. A comunidade internacional pressiona por uma solução liderada pelos palestinos, mas Israel rejeita o controle do Hamas ou mesmo da Autoridade Palestina sobre o território. Enquanto isso, investigações contra Israel e seus líderes avançam em cortes internacionais.
Foto: BASHAR TALEB / AFP