A 32ª Promotoria de Justiça da Saúde Pública de Mato Grosso do Sul instaurou um inquérito civil para apurar a falta de exames laboratoriais essenciais na rede pública de Campo Grande. A investigação foi motivada por denúncia de um morador do bairro Sírio Libanês, que não conseguiu realizar exames preventivos como parte da campanha de saúde do homem.
Entre os exames indisponíveis estavam o PSA Total (importante para o rastreio do câncer de próstata), o TSH (relacionado a distúrbios da tireoide) e o exame de sangue oculto nas fezes, essencial para detecção precoce de neoplasias intestinais.
📉 Reagentes em falta
Segundo a denúncia, a indisponibilidade dos exames foi atribuída à falta de reagentes. O morador registrou reclamações na Ouvidoria do SUS Municipal, no Conselho Municipal de Saúde e, posteriormente, junto ao Ministério Público.
A promotora Daniella Costa da Silva confirmou que houve desabastecimento temporário dos reagentes para PSA e TSH, já parcialmente resolvido após diligência do MP. Entretanto, o exame de sangue oculto nas fezes continua indisponível, pois o processo licitatório para sua aquisição ainda está em andamento.
⚠️ Falha de gestão?
O MP também apura se a falta dos exames se deve a uma falha pontual ou se há uma recorrência na falta de planejamento e abastecimento por parte da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e da empresa responsável pelos exames.
A Sesau foi notificada e tem 20 dias úteis para prestar informações sobre o andamento do processo licitatório, o fornecimento de insumos às unidades de saúde e as ações para prevenir novos episódios semelhantes.