A aprovação da chamada PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados gerou reações de arrependimento entre parlamentares que apoiaram a proposta. O texto, que busca restringir a abertura de processos penais contra deputados e senadores no Supremo Tribunal Federal (STF), foi aprovado em dois turnos, mas agora enfrenta resistência no Senado.
Nos últimos dias, alguns deputados usaram as redes sociais para admitir erro e pedir desculpas pelo posicionamento.
A deputada Silvye Alves (União Brasil-GO) classificou seu voto como um “erro gravíssimo” e relatou ter cedido à pressão de “pessoas influentes do Congresso”. Segundo ela, a decisão foi tomada no fim da votação, motivada pelo medo de retaliações.
Outro arrependido foi Merlong Solano (PT-PI), que disse ter cometido um “grave equívoco”. Em justificativa, afirmou que sua intenção era preservar o diálogo entre seu partido e a presidência da Câmara, além de tentar viabilizar pautas sociais como a isenção do Imposto de Renda e a taxação das casas de apostas.
Na mesma linha, o deputado Pedro Campos (PSB-PE), irmão do prefeito do Recife, reconheceu que buscava evitar o boicote a projetos do governo federal, mas que a estratégia se mostrou equivocada. “A PEC acabou aprovada da forma que não queríamos, inclusive com a volta do voto secreto. Reconheço que não escolhemos o melhor caminho”, declarou.
Deputados de MS se dividiram
Em Mato Grosso do Sul, a votação expôs divisões. Votaram contra a PEC os deputados Vander Loubet (PT), Geraldo Resende (PSDB) e Camila Jara (PT). Já Dagoberto Nogueira (PSDB), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP) e Beto Pereira (PSDB) optaram pelo sim.
O placar geral registrou 353 votos a favor e 134 contra no primeiro turno, e 344 a favor e 133 contra no segundo.
Agora, o futuro da proposta será decidido no Senado, onde a expectativa é de um debate mais acirrado.
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados