Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o transporte coletivo de Campo Grande, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, afirmou que a empresa enfrenta um desequilíbrio financeiro superior a R$ 380 milhões. A audiência ocorreu nesta quarta-feira (18), na Câmara Municipal.
Segundo Themis, os sócios do consórcio estão utilizando recursos próprios para manter o sistema funcionando, e a situação é insustentável sem a participação efetiva do poder público. Para a renovação da frota, seriam necessários ao menos R$ 170 milhões em financiamento — valor inviável, segundo ele, sem a entrada de recursos públicos.
“Existe um desequilíbrio real e muito grande. Passa dos R$ 380 milhões com folga”, declarou o diretor.
Infraestrutura e ar-condicionado
Themis também chamou atenção para a necessidade de infraestrutura urbana adequada, como corredores exclusivos para ônibus, e destacou que a climatização da frota — uma das principais queixas dos usuários — só poderá ser implementada com previsão contratual e investimento extra. O custo estimado por veículo com ar-condicionado seria de R$ 50 mil, inviável nos modelos antigos da frota.
“Ônibus novo é bom, mas sem corredores exclusivos, não resolve. E a instalação de ar-condicionado depende de decisão da prefeitura”, pontuou.
O sócio proprietário Paulo Constantino, também convocado, não compareceu à oitiva, apresentando atestado médico.
A CPI segue apurando possíveis irregularidades na operação do sistema de transporte coletivo da capital sul-mato-grossense.