A cidade de Campo Grande vive um cenário crítico na área da saúde. Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) nesta terça-feira (29) mostram que 229 pessoas estão à espera de internação — sendo 186 adultos e 43 crianças.
A ocupação total dos leitos (100%) agrava a situação, com UTIs neonatais e pediátricas completamente lotadas. As 49 vagas disponíveis para recém-nascidos estão em uso, e os 24 leitos pediátricos também não têm mais disponibilidade.
Entre os hospitais, a Santa Casa registra 18 pacientes na fila, com apenas 6 leitos. No Hospital Regional, a situação se repete: 18 aguardando e 6 vagas disponíveis. O Hospital do Pênfigo tem apenas 2 leitos, ambos ocupados.
Diante do agravamento da crise, a prefeitura decretou estado de emergência no último sábado (26) e anunciou medidas emergenciais, como a ampliação do atendimento pediátrico 24h nas unidades:
- UPA Coronel Antonino
- UPA Universitário
- CRS Tiradentes
Além disso, clínicos gerais de outras unidades foram treinados para atender casos de doenças respiratórias. A secretária municipal de saúde, Rosana Leite, destacou que todos os profissionais passaram por capacitações específicas em abril, e que a estrutura de apoio conta com equipes móveis para reforço em locais com alta demanda.
Outra medida adotada foi a contratação emergencial de 40 médicos, visando reforçar as escalas de plantão nas unidades de saúde.
💉 Vacinação contra a gripe ampliada
Na tentativa de conter o avanço das doenças respiratórias, a vacinação contra a Influenza foi estendida para toda a população a partir de segunda-feira (28).
O infectologista Júlio Croda, da Fiocruz, reforça que a vacinação em massa pode reduzir internações:
“Com coberturas elevadas e aplicação rápida, é possível evitar hospitalizações. A proteção já começa a aparecer cerca de sete dias após a dose.”
Croda também fez um alerta para pessoas acima de 60 anos e com comorbidades:
“Evitem aglomerações e, se necessário, usem máscara como forma de proteção adicional.”