O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Ponte Preta, em Minas Gerais, condenou as empresas de cosméticos Avon e Natura a pagar R$ 10 mil em danos morais a uma funcionária por “exposição indevida e humilhação”. A ex-gerente de setor alegou que era forçada a usar fantasias quando não atingia as metas estabelecidas.
Segundo a sentença, a funcionária era submetida a uma “gestão por estresse”, onde os resultados das metas eram apresentados de forma abusiva em reuniões trimestrais. Durante essas reuniões, os desempenhos dos vendedores eram exibidos em um ranking colorido, com a cor vermelha indicando quem não alcançou as metas, resultando em humilhação pública.
Uma testemunha revelou que os funcionários eram obrigados a usar fantasias escolhidas pelo gerente de vendas e pagar por elas. O objetivo era estimular as vendas, mas a prática acabou por expor e constranger os funcionários durante as reuniões.
A representante das empresas admitiu a realização de reuniões trimestrais presenciais em Minas Gerais, onde os resultados de vendas eram apresentados com planilhas coloridas conforme o desempenho dos gerentes. No entanto, ela não pôde confirmar se a funcionária em questão já havia sido destacada negativamente.
O juiz da Vara do Trabalho concluiu que a empresa excedeu os limites do poder diretivo, violando direitos da personalidade da funcionária ao expô-la publicamente e obrigá-la a usar fantasias. A decisão ainda cabe recurso.
Em comunicado ao Terra, Avon e Natura afirmaram que estão tratando o caso no âmbito judicial e destacaram que a postura mencionada não reflete a cultura organizacional das empresas. As companhias reiteraram seu compromisso com o cuidado e respeito aos colaboradores, conforme estipulado em seu Código de Conduta e em treinamentos preventivos recorrentes.