O Brasil confirmou o primeiro registro do subclado K do vírus influenza A (H3N2), popularmente apelidado de “gripe K” ou “supergripe”. A identificação ocorreu em amostras analisadas no estado do Pará, conforme o Informe de Vigilância das Síndromes Gripais, referente à Semana Epidemiológica 49, divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 12 de dezembro.
Além do subclado K, o monitoramento também identificou a circulação do subclado J.2.4 da influenza A (H3N2), variante que já vem sendo registrada em países da América do Norte, Europa e Ásia. O Ministério da Saúde ressalta, no entanto, que o aumento da influenza A H3 sazonal no Brasil ocorreu antes da detecção desses subclados no país.
Casos são importados
Em nota oficial, o Ministério informou que todos os casos do subclado K identificados até o momento são importados, ou seja, contraídos fora do Brasil. Apesar disso, a pasta mantém vigilância ativa da influenza em todo o território nacional, com acompanhamento contínuo dos casos de síndrome gripal e de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
“A principal forma de prevenção é a vacinação contra a influenza, disponível gratuitamente pelo SUS. Medidas como uso de máscara por pessoas sintomáticas, higienização das mãos e ventilação dos ambientes continuam recomendadas”, destacou o Ministério. Apesar da repercussão do termo “supergripe”, essa nomenclatura não é reconhecida oficialmente pelas autoridades de saúde.
O que é o subclado H3N2-K
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus da influenza sofre mutações constantes. Desde agosto de 2025, foi observado um crescimento acelerado do subtipo A (H3N2) J.2.4.1, conhecido como subclado K, em diversos países.
Essa variante apresenta mutações relevantes, que dificultam o reconhecimento pelo sistema imunológico de parte da população, favorecendo sua disseminação. No entanto, não há evidências de aumento da gravidade clínica dos casos até o momento.
Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre
- Dores musculares
- Cansaço intenso
- Dor de cabeça
- Tosse
- Congestão nasal
- Coriza
- Calafrios
- Náuseas e vômitos
- Mal-estar geral
A OMS afirma que a atividade da gripe segue dentro do esperado para a temporada, embora algumas regiões tenham apresentado aumento mais precoce. As vacinas disponíveis continuam eficazes, especialmente na prevenção de casos graves e hospitalizações.
Cenário epidemiológico no Brasil
O informe do Ministério da Saúde aponta aumento da influenza B nos estados de Alagoas e Paraíba, no Nordeste, exigindo atenção redobrada da vigilância local.
Em relação à covid-19, a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública realizou 3.343.009 testes RT-PCR em 2025, com 27.037 resultados positivos. Na Semana Epidemiológica 49, a taxa de positividade foi de 0,50%, indicando estabilidade. O mesmo cenário se mantém para o VSR (vírus sincicial respiratório).
Por outro lado, houve aumento da detecção do rinovírus nas últimas quatro semanas epidemiológicas. A influenza A segue estável em nível nacional, mas ainda apresenta elevação da positividade do subtipo H3 sazonal em estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Norte, Nordeste e Sul.